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Estudante do Campus Santana é selecionada para intercâmbio na Itália
Aluna do Curso Médio Integrado integra time de cinco estudantes que passarão dois meses na Europa
Palloma Darling será a única nordestina a embarcar para o intercâmbio da ASF Brasil
Quem já viveu a experiência de intercâmbio reconhece os benefícios que a oportunidade leva à vida dos estudantes, seja na vida acadêmica - com o conhecimento de sistemas de ensino, formações e hábitos diversos dos nossos - seja na vida pessoal - com o contato enriquecedor com a cultura do país visitado. Para viajar nesse universo, uma estudante do Curso Técnico Integrado em Administração do Campus, do Ifal em Santana do Ipanema, precisou superar etapas criteriosas para carimbar seu passaporte à Itália.
Aos 16 anos, Palloma Darling Ramos Ferreira da Silva venceu a seletiva do Programa de Bolsa de Intercâmbio Exploradores Culturais 2019, ofertado pela ASF Brasil aos estudantes de escolas públicas, e levará à terra da pizza o sotaque sertanejo. A discente está num seleto grupo de cinco estudantes brasileiros, sendo a única representante da região Nordeste.
Na avaliação a que foi submetida, a sertaneja de Santana do Ipanema teve seu perfil avaliado em itens como desempenho acadêmico, capacidade de liderança, espírito empreendedor e interesse na experiência intercultural. Como o objetivo da bolsa é proporcionar uma oportunidade para famílias que não tenham condição de arcar com uma experiência de intercâmbio, a condição socioeconômica também foi avaliada.
O caminho até a Itália
"Estava navegando nas redes sociais e me deparei com um post no perfil do Campus Santana. Aquilo me chamou atenção e em casa conversei com meus pais. Cheguei a pensar em desistir, mas acabei optando por realizar a inscrição", destaca Palloma. Mal sabia ela que ali se iniciava seu caminho até a Itália. Na primeira fase, a discente precisou conhecer os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU e propor um projeto ou ação para ser implementada na sua realidade local: o produto da escolha resultou num vídeo de 3 minutos enviado à organização da seleção.
A ação proposta nasceu da participação da estudante como voluntária no projeto de extensão "Educação Financeira como ferramenta para a formação de cidadãos conscientes", coordenado pela docente Kalina Kely Leite e pela assistente em administração Anna Beatriz Palmeira. No projeto, a educação financeira é levada para uma versão mais infantil aos estudantes da Escola Municipal de Ensino Fundamental Oton Gaspar de Farias, no município de Carneiros.
"Minha participação na extensão foi decisiva nesse processo. O incentivo do Ifal que nos integra aos projetos de extensão faz com que a gente olhe para a comunidade e acabe cumprindo intuitivamente as medidas que a ONU sugere para transformar o mundo. Isso, de fato, já me encaminhou muito bem para a seleção". Palloma Darling
No projeto de Palloma a ideia central é a mesma: levar os benefícios da educação financeira aos discentes das escolas públicas. A diferença está no raio de ação, já que agora ele precisa ser expandido para um maior número de instituições educacionais.
A estudante reconhece a importância do Ifal na conquista da sua vaga no intercâmbio ao apontar o compromisso da instituição com a aplicação de conhecimentos científicos que contribuem para o cumprimento dos "17 objetivos para transformar o nosso mundo", indicados pela Organização das Nações Unidas (ONU). Na lista, figuram itens como a erradicação da pobreza, redução das desigualdades, educação de qualidade e consumo e produção responsáveis.
O trabalho da sertaneja foi validado pela ASF na segunda fase e conquistou um dos lugares na final, ocorrida de forma presencial em Maceió. Nesta terça-feira (13), a alegria tomou conta da estudante e de seus familiares, com a divulgação dos vencedores. Agora, a aluna passará pela última etapa, que conta com a participação dos familiares em entrevistas com a comissão responsável. Depois é só aguardar o embarque para terras italianas, o que está previsto para acontecer em 13 de dezembro.
Vidas transformadas pela educação profissional
A ida de Palloma Darling à Europa para conhecer a cultura italiana e compartilhar a brasileira é só mais um dos tantos casos de vidas transformadas pela educação de qualidade promovida gratuitamente pela Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica. Desde 2010, o Ifal oferta para a região de Santana do Ipanema uma educação que une ensino, pesquisa e extensão, fortalecendo o desenvolvimento regional.
Para o sucesso do arrojado projeto de educação nascido com a criação dos Institutos Federais em 2008, a dedicação dos estudantes aparece como ponto chave. Desde 2017, já em seu ano de ingresso, Palloma demonstrou seu interesse afinado pelos estudos ao conseguir uma inédita classificação da instituição à segunda fase da Olimpíada Brasileira de Física das Escolas Públicas - OBFEP. "Ela é um exemplo a ser seguido. É curiosa, inventiva, sagaz, e está sempre interessada em descobrir o novo e entender a natureza da coisas em todas as suas dimensões", destaca Kalina Leite, professora da jovem.
Apesar das limitações orçamentárias, a estudante deve contar com o auxílio do Programa de Mobilidade Estudantil, previsto dentro da política de assistência estudantil do Ifal, que oferece apoio financeiro para a emissão do Passaporte. As despesas com hospedagem, alimentação, transporte e auxílio saúde são garantidas pela instituição ofertante do intercâmbio, que durará dois meses.
"As oportunidades que tenho tido desde que cheguei aqui estão me possibilitando sonhar e viver esses sonhos, me permitem pensar na mudança para mim e para milhares de sertanejos." Palloma Darling
Com brilho nos olhos, a estudante conta como o Ifal redimensionou sua vida. "Desde que entrei no aqui a minha compreensão de mim como ser humano tem se aprimorado. Hoje, quase três anos depois da minha chegada, me vejo como muito mais do que uma nota em um sistema, mas como um agente de transformação da realidade e um ser humano dotado de inteligência em áreas diversas. Mais que preparar para o mercado, o Ifal tem se preocupado em nos "humanizar", lembrar-nos que não somos máquinas. E é esse o maior diferencial da educação que recebemos na casa", contou Palloma.