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Ensino, pesquisa e extensão: Campus Santana apresenta no Maranhão projetos na área de linguagem
Ações utilizam a pesquisa como estratégia de ensino
Projetos compartilham inciativas de sucesso do campus em evento nacional
Um mergulho no universo das letras: a gente pode definir assim a participação do Campus Santana no II Encontro Nacional de Estudos Linguísticos e Literários, o ENAELL, realizado no município de Caxias, interior maranhense. Promovido pela Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), entre os dias 14 e 17 de maio, o evento visa propiciar a socialização de práticas de pesquisas integradas aos processos formativos, com uma programação marcada por oficinas, mesas redondas e minicursos, entre outras atividades.
Ao todo, 6 iniciativas foram levadas ao evento, contemplando ações de ensino e pesquisa, com reflexo na extensão. Os docentes Anny Barros e Odair Santos, de Língua Portuguesa, lideraram a equipe de estudantes que apresentaram iniciativas que vêm mudando a forma de se relacionar dos sertanejos com a língua.
No ensino uma caso de amor entre leitura e escrita
Quando abraçou o desafio de trocar o clima frio do Rio Grande do Sul pelo calor do médio sertão de Alagoas, o docente Odair Santos trouxe muito mais que seu chimarrão, uma bebida característica da região sul do país, composta por uma cuia, uma bomba, erva mate moída e água fervente, da qual ele não abre mão. Doutor em Letras pela Universidade de Caxias do Sul (UCS), o gaúcho leva sua paixão pelas letras a cada aula que ministra no Campus Santana e, mais recentemente, aos projetos de ensino e pesquisa que exploram seu lado pesquisador.
No II ENAELL, o docente levou seu projeto de ensino "Clube de Gramática: do texto às práticas de linguagem", apresentado no evento pelo estudante bolsista Valterlange Miranda Júnior. A iniciativa propõe dar suporte às dúvidas que surgem no dia-a-dia dos estudantes em relação à escrita. No projeto são exploradas questões como o Novo acordo Ortográfico, concordância, regência e crase, propiciando aos discentes aprendizagens importantes na língua portuguesa. "Dentro do projeto oferecemos minicursos, oficinas e encontros a fim de estudar e aprimorar aspectos gramaticais da língua portuguesa aplicados em situações práticas. Com base nisso, esperamos que os alunos sanem eventuais problemas linguísticos e aprimorem diferentes competências", destacou o docente.
Em outro projeto de ensino, o "LESCREVER: leitura e escrita em ação", Odair associa os aprendizados da escrita à leitura. A iniciativa contempla oficinas de criação literária, círculos de discussões sobre escrita criativa, produção escrita, oficinas/minicursos, estudos dirigidos, exposições, saraus literários, além de encontros para debates sobre textos literários. A ação, apresentada no evento pelo bolsista Kayky Souza, ainda serve como preparação para a 6ª Olimpíada de Língua Portuguesa, aplicada a estudantes das escolas públicas de todo país, oferecendo minicursos e estudos dirigidos para os participantes. "Nossa perspectiva pretende atender aos alunos dos cursos Técnico em Agropecuária e Técnico em Administração (ambos integrados ao Ensino Médio) e desenvolver suas respectivas habilidades leitoras e de escrita literária. Dessa forma, esperamos que o projeto promova e desenvolva as habilidades de leitura e escrita, além de incentivar os alunos a desbravar múltiplos espaços da língua portuguesa", declarou Odair.
As representações de gênero reveladas pela pesquisa
Em um de seus projetos de pesquisas, Odair investiga as representações de gênero nos contos literários de duas autoras latinoamericanas. De um lado mergulha nas obras da sua conterrânea, a gaúcha Lygia Bojunga, famosa na literatura infanto-juvenil; de outro, se debruça sobre as obras da mexicana Ángeles Mastretta, conhecida por citar personagens femininos inspiradores. No ENAELL, o projeto que propõe analisar as múltiplas concepções da representação feminina na literatura, foi apresentado pelos estudantes Eduardo Leite e Luiz Felipe de Souza. Recém-chegado ao Ifal, o docente ressalta o caráter flexível do projeto e a possibilidade de uma interface com ensino e extensão: "O estudo evidencia a ocorrência do fenômeno da desconstrução e de como ele está atrelado a ideologias que determinam padrões de comportamentos femininos e, nesse sentido, traz à baila uma proposta que pode ainda ser conectada a atividades de ensino e extensão", conclui Odair.
No Campus Santana, o gaúcho desenvolve ainda o projeto de pesquisa "Léxico, cultura e cognição: processos metonímicos de ‘corpo’ em letras de funk, forró e canções gauchescas", que ocupa sua investigação científica no curso de Pós-Doutorado de Letras e Cultura, do qual é aluno na Universidade de Caxias do Sul (UCS).
Docente do campus, a professora Anny Barros também apresentou trabalho na II ENAELL. Com "Gênero Textual Charge: o desvendar de ideologias e culturas para a construção de sentido", a pernambucana, mestra em Letras pela Universidade Federal de Pernambuco, dividiu com Odair mais duas iniciativas no ensino, ambas levadas ao evento no Maranhão. Com o "Letras no Sertão", apresentado pela estudante Renata Alves, mostraram os impactos positivos do evento que leva o mesmo nome, realizado em outubro/2018, que levou exposições de trabalhos, apresentações artísticas e palestras, ao Ifal e à Praça Adelson Isaac de Miranda, em Santana do Ipanema. Já com a "Biblioação", apresentada no Maranhão pela aluna Maria Clara Barros, nossa turma levou ao encontro os relatos de sucesso da iniciativa da Biblioteca do Campus Santana que contemplou feira de troca de livros, sarau literário, exposição de cartazes (história do livro: evolução e importância mesmo com o avanço da tecnologia) e Gincana literária, abordando temas relacionados a alguns acontecimentos no mundo em épocas diferentes na mesma data da semana do livro. Confira mais imagens na galeria de fotos!