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Campus Santana participa da Semana Aloísio Ernande Brandão

Na noite de quarta-feira, dia 8 de novembro, o Professor Rodrigo B. Ramos representou o IFAL-Santana em evento local.

publicado: 10/11/2017 08h52, última modificação: 10/11/2017 08h52
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Professor do Campus Santana enriquece programação em escola local

O Campus Santana participou de mais um importante momento fora de seus muros. Desta vez, a Escola Estadual Professor Aloísio Ernande Brandão recebeu um de nossos mestres, professor Rodrigo B. Ramos, que ministrou a palestra “Literatura como vivência: histórias de vida do sertão” em ocasião do evento “O mundo do trabalho e a ludicidade”.

O docente problematizou os conceitos de livro e leitura, recuperando uma concepção de Paulo Freire, para o qual a leitura do mundo precede a leitura da palavra.  O professor também relativizou os discursos românticos acerca da literatura, ressaltando que há diferentes tipos de livros e leituras e que a literatura é apenas uma dentre as várias opções editoriais, mas que é a única capaz de desenvolver a criatividade e a imaginação. 

O mestre também desfez o mito de que os alunos não gostam da literatura, quando mostrou a presença dela em nossas vidas.  “A literatura se faz presente por meio das canções, que são poemas musicados. Como narrativas, como histórias pelas quais a humanidade representa seus dramas, suas conquistas, seus anseios, a literatura também se faz presente nas rodas de conversa, nos relatos de vida e nos roteiros de novelas, de filmes, de desenhos animados e de séries televisivas. Então, quando alguém diz que não gosta de literatura é um profundo equívoco, porque desde que o homem desenvolveu a linguagem articulada, passou também a contar histórias e a entoar cantigas”, destacou o professor. 

O docente do Campus Santana defendeu, ainda, que a escola deve entender a diferença entre ler e estudar literatura, já que, tradicionalmente, o ensino centra os estudos no conjunto de obras e autores por meio de características comuns a seu tempo, as chamadas escolas literárias, deixando de fora importantes livros e autores. Nesse aspecto, a escola vem tendo sucesso na formação de pessoas que rejeitam os livros literários. “Isso ocorre porque não faz sentido, para os jovens e adultos, lerem algo que não os conecta a suas vidas. Não havendo identificação mínima, ocorre a rejeição. Além disso, a história da literatura deveria ser ensinada se os alunos já fossem leitores formados, que não é a nossa realidade. Nosso compromisso, no contexto social em que atuamos, é formar leitores críticos, em primeiro lugar. Cumprindo com esse objetivo, talvez possamos pensar na história da literatura brasileira”, propõe. 

Graduado em Letras pela Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e Mestre em Sociologia da Educação, também pela UFRGS, o gaúcho entende a literatura como experiência, como vivência, que deve ampliar o leque de obras a serem conhecidas para além dos “clássicos”. Nesse sentido, a literatura dá vez e voz a histórias que poderiam ser legadas ao desconhecimento, como histórias de vidas que se perdem na oralidade.

Imagem 6Pensar a literatura como experiência também requer instituir, nas escolas, o trabalho com a escrita criativa. Ou seja, por meio da produção de poemas, contos, crônicas, novelas, roteiros, canções, cordel, etc., com uso das novas tecnologias, o aluno também passa a ter um papel ativo em relação à literatura. Contar, ouvir, ler e escrever histórias são habilidades que devem ser desenvolvidas concomitantemente no processo de educação literária”, afirmou o docente. 

O professor do IFAL-Santana, depois do debate, fez os presentes brincarem com as palavras, num momento em que a teoria se transformou em prática. Em duplas, os participantes compartilharam suas histórias de vida no sertão, dando vida, inclusive, a belos poemas, alegrando a noite e marcando a história da escola.