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Projeto reflete sobre aspectos da cultura nordestina, por meio da literatura do cordel
“Oxente” foi selecionado recentemente pelo Artifal, programa de fomento a ações culturais no Ifal
Por Camilla Bibiano – estagiária de jornalismo
O Nordeste do Brasil como um todo é uma região de muitos encantos, riqueza e cultura. Foi justamente como forma de refletir sobre os aspectos singulares da região que nasceu, no Campus Rio Largo, o projeto de extensão Oxente: o Nordeste como berço do Brasil. A partir dele, alunos e a comunidade do Instituto Federal de Alagoas (Ifal) estão entrando em contato com as tradições e as histórias populares, transmitidas de geração em geração, por meio de folguedos centenários e de obras clássicas, produzidas pelos talentos da região.
O professor e orientador do projeto, Osvaldo Epifânio dos Santos, explica que a ideia é oferecer uma formação em literatura de cordel aos alunos de Rio Largo e aos adolescentes da localidade, apresentando obras clássicas da tradição literária nordestina. Por meio das discussões e apresentações em meio on-line, também são expostos os principais pontos turísticos naturais de Alagoas e do Nordeste.
Além de trazer para a discussão no Ifal, o projeto busca contribuir com a divulgação da cultura do Nordeste, por meio das redes sociais: Instagram, Facebook, e-mail e Whatsapp.
“A visibilidade é permanente e temos tido uma excelente aceitação entre os internautas. O projeto é um sucesso entre familiares e comunidade de Rio Largo, como também entre os alunos, técnicos, gestores, terceirizados e professores do campus”, finaliza o professor Osvaldo Epifânio.
O cordel como ponto de partida
De acordo com o docente, o Oxente surgiu da vontade de conhecer, estudar e compartilhar os valores da região, sempre de forma inteligente e criativa. “É, também, uma voz representativa dos talentos históricos e atuais de seu povo e dos próprios alunos”, completa.
Ele lembra que na hora de formular ideia para o Artifal, o programa institucional de Extensão que fomenta ações vinculadas a grupos culturais e artísticos, o grupo foi estimulado pelo cordel, no entanto, ele conta que no início não esperava que os alunos gostassem desse tipo de literatura, já que não é habitual a leitura do gênero pelos jovens atualmente.
“Como professor de Língua Portuguesa, sempre tive a oportunidade de destacar a importância e a história do cordel nordestino em minhas aulas. Posso dizer que sou um apaixonado por essa arte. E não sabia que ela estava no círculo de interesses de jovens, tão focados em outros valores, como a internet e redes sociais. Achava que esse tipo de literatura não faria mais sucesso entre os adolescentes de hoje. Engano meu! Bastou uma aula minha sobre o cordel para sacramentar o programa”, relembra o professor.
Foi através de uma chamada de vídeo com o poeta cordelista, escritor e professor João Gomes de Sá, alagoano de Água Branca, que os alunos sugeriram o nome do projeto, Oxente, prontamente aprovado e celebrado pelo cordelista.
Foi daí que aconteceu o impulso para consolidar o projeto, que atualmente possui quatro bolsistas, um voluntário e mais três colaboradores, todos alunos do campus. A inclusão dos colaboradores, inclusive, foi um pedido de alunos externos ao programa, os quais viam no projeto uma oportunidade de conhecer os valores culturais, históricos e sociais de Alagoas e do Nordeste.
Oswaldo comenta que a aprovação da proposta no Artifal foi uma grande conquista para os alunos. Segundo o professor, um dos estudantes disse que participar do Oxente e ser reconhecido significava “o gosto pelas coisas da gente”.
“Ao ter outros olhos sobre as riquezas naturais, culturais, literárias e humanas de Alagoas, isso abriu a mente dos garotos em relação ao amor pela sua terra e pela sua gente”, explica o docente.
Sobre o Artifal
O Artifal é um programa institucional de Extensão que fomenta ações vinculadas a grupos culturais e artísticos, para criação, construção, disseminação e preservação da cultura e da arte em Alagoas, a exemplo de canto de coral, instrumento musical, artes cênicas, pintura, desenho e outras manifestações artísticas nas mais diversas formas.
O programa foi criado em 2013, mas em 2014, quando as ações vinculadas a ele foram iniciadas, foram desenvolvidos projetos em seis campi: Arapiraca, Marechal Deodoro, Murici, Penedo, Piranhas e Satuba, atendendo inicialmente um público de 14.902 pessoas.
A coordenadora de Programas e Projetos de Extensão do Artifal, Jacqueline Gomes, contou que a contribuição dos projetos para o trabalho cultural é imensurável e segue ativa.
“Alguns projetos têm continuidade, ampliando o alcance territorial e o número de pessoas envolvidas. Entre tantos projetos, podemos citar alguns como o Balaio de Artes, do campus Palmeira dos Índios, Camerata do Ifal, do campus Maceió, e o Espetáculo Auto de Natal do grupo teatral Cruzeiro do Norte, do Campus Maragogi”, explica.