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Ação educativa orienta estudantes sobre as mudanças do corpo na fase da adolescência
Iniciativa da equipe de Enfermagem do Campus Rio Largo leva informações sobre a gravidez entre os adolescentes e as implicações no processo de educação

Ação educativa sobre a fase adolescente realizada com estuantes do curso técnico integrao em Informática
No Brasil, cerca de 400 mil adolescentes engravidam por ano, o que corresponde a uma taxa de 68,4 nascimentos para cada mil adolescentes entre 15 e 19 anos, segundo dados do Sistema de Informações do Ministério da Saúde. Estima-se que no Brasil, os adolescentes com idade entre 10 e 20 anos incompletos representam 20% e 30% da população mundial. Diversos fatores concorrem para a gestação na adolescência. No entanto, a desinformação sobre sexualidade e direitos sexuais e reprodutivos é o principal motivo.
Com base nessas estatísticas, o Campus Rio Largo do Instituto Federal de Alagoas (ifal), por intermédio da equipe de Enfermagem, realizou uma ação educativa com os estudantes do curso técnico integrado ao ensino médio (Informática) para informar aos adolescentes sobre as mudanças fisiológicas do corpo que ocorrem nessa fase da vida. Segundo a enfermeira Ana Raquel Barreto, a ação educativa abordou sobre as mudanças que ocorrem no corpo durante a adolescência,principalmente relacionada ao aparelho reprodutor masculino e feminino. “Falamos sobre a gravidez, as implicações e as doenças que podem acontecer quando uma adolescente engravida, tais como hipertensão, diabetes, anemia e parto prematuro.Conversamos ainda, sobre as implicações essenciais em uma gravidez, entre essas a redução dos anos de estudos. Muitas vezes os adolescentes deixam de estudar e isto implica, no futuro, em subemprego devido à baixa instrução escolar. Então, eles não conseguem um emprego para ter uma melhor condição de vida e uma melhor condição econômica”, explicou Ana Raquel.
As formas de contracepção por meio de dispositivos para evitar a gravidez também foi outro assunto abordado na ação educativa. “Esclarecemos sobre os contraceptivos distribuídos na rede de saúde pública e quais deles se aplicam ao adolescente, bem como qual a forma de utilização de cada um”, explicou a servidora.
A enfermeira explicou que a iniciativa não teve a intenção de ensinar sobre sexo nem saber que pratica ou não e sim, informar os estudantes adolescentes sobre as mudanças do corpo que ocorrem nessa fase.
O QUE DIZ A LEGISLAÇÃO.
De acordo com a Lei 13.798, de 3 de janeiro de 2019 que institui a semana nacional da prevenção da gravidez na adolescência, um item incluído no Estatuto da Criança e do Adolescente garante aos menores, a partir dos 12 anos, o direito de ter informações sobre prevenção do gravidez na adolescência e que é obrigação dos entes públicos é promover essas informações.
Segundo os dados do sistema de informação do Ministério da Saúde, 1043 adolescentes se tornam mães por dia no Brasil. Esse número representa, por hora, uma média de 44 bebês de meninas menores de idade. “Enquanto o mundo tem uma taxa de nascimentos de crianças, filhas de mães, adolescentes de 50%, no Brasil, a nossa taxa é de 68,4%, ou seja, é um número muito maior do que a taxa mundial”, ressaltou a enfermeira.
A ação educativa do Campus Rio Largo também ajuda a fechar uma lacuna que é o fato de o adolescente não conversar sobre o assunto com a família. Também muitos serviços de saúde não querem atender os adolescentes, conforme afirmou a enfermeira.”As vezes eles ficam com vergonha de procurar o serviço de saúde e, assim, passa-se uma fase da vida que é tão importante você ter informações sobre o que tá acontecendo com o próprio corpo”, prossegue Ana Raquel. Para ela, devido a essas dificuldades de acesso às informações, muitos adolescentes acabam recorrendo as redes sociais e até a pornografia que possui informações distorcidas o que acarreta sérios danos na saúde de um indivíduo, além estimular a violência sexual.
As atenções também são voltadas para os meninos quanto à prevenção de uma gravidez na adolescência. “ O corpo que engravida é o feminino. A maioria dos contraceptivos são voltados para o corpo feminino, mas eles também devem assumir a responsabilidade nessa prevenção”, destacou.
A importância sobre o respeito do corpo, os cuidados com as brincadeiras entre eles, o cuidado com o toque para evitar que adolescente acabe cometendo uma situação de abuso sexual, mesmo sem ele tenha noção do esteja ocorrendo, também foram assuntos abordados na ação educativa.
Para realizar a ação educativa, a enfermeira disse buscar a interdisciplinaridade ao procurar envolver os professores na discussão. Na opinião dela, os adolescentes ficam mais à vontade em uma sala de aula e por isso, a servidora destaca a participação da professora Michelle Vieira Andrade (Educação Física na iniciativa. A Prefeitura de Rio Largo contribuiu com a cessão de alguns materiais aplicados no espaço escolar.