Seagro 2019: profissionais repassam os segredos da produção de hambúrger artesanal e licores

Evento científico pode ser um prato cheio para aprender técnicas gastronômicas. Foi o que os participantes dos minicursos de produção de licores e de produção de hambúrger artesanal, ofertados durante a Semana de Agronomia 2019, comprovaram nesta quarta-feira, 14. Realizada de 13 a 15 de agosto, no Campus Piranhas do Instituto Federal de Alagoas - Ifal, a Seagro trouxe profissionais renomados para socializar conhecimentos por meio de oficinas e palestras.

O docente do Ifal Santana do Ipanema Rinaldo José Maior Júnior veio ao evento no sertão alagoano para explicar  tecnologia de processamento de carnes com ênfase na produção de hambúrger artesanal. Com uma bagagem extensa de pesquisas em qualidade de carne, o estudioso desenvolveu receitas do alimento sem uso de ovo e farinha e ensinou aos inscritos no seu minicurso aspectos do surgimento do hambúrger, fatores que interferem na qualidade, tipos de pães para produzir o sanduíche, molhos de acompanhamento e a forma correta de preparar e assar o produto.

"Um blend de carnes boas é o segredo", declarou Rinaldo José, referindo-se a mistura de diferentes cortes que são utilizadas para fazer o hambúrguer em si. Para a parte prática e a degustação, feita ao final do minicurso, o oficineiro apostou em hambúrgeres de origens suína e caprina, um molho de maionese saborizada com coentro, cebola e alho. 

O resultado final surpreendeu o paladar dos apreciadores. Entre eles, o da aluna de engenharia Agronômica, Thâmara Pereira, que prestou atenção no passo a passo e mostrou interesse em reproduzir a receita em outras oportunidades. "Eu gosto de cozinha e estava com vontade de aprender. Aprendi dicas de corte, o processo para moer a carne, a modelagem do hambúrger. Nunca tinha preparado em casa e agora me sinto apta", contou.

A arte de preparar licores - O professor da área de Tecnologia de Alimentos da Universidade Federal de Alagoas - Ufal, Cícero Luiz Calazans comandou o minicurso de produção de licores e ensinou detalhes do preparo. "A chave está na qualidade da água e na qualidade do açúcar", revelou. No conteúdo programático da tarde, o profissional abordou o histórico da bebida, as proporções adequadas dos ingredientes em relação à quantidade de álcool utilizada, que ele recomendou ser álcool de cereal ou aguardante, além de tópicos de empreendedorismo. 

"O licor surgiu para o tratamento de doenças, ajuda a digestão após as refeições. É uma coisa que se você souber fazer bem, dá dinheiro, especialmente aqui que é uma região turística e pode usar as frutas típicas como umbu, murici, ouricuri. Araticu, por exemplo, dá um licor de primeira. Agora precisa se atentar aos detalhes mesmo após a produção. A embalagem vende. Tem que ser bonita, chamativa", orientou.

Para o estudante de Engenharia Agronômica do campus e participante do minicurso José Fernandes, a possibilidade de utilizar frutas nativas da Caatinga chamou a atenção. "Pretendo trabalhar esse conhecimento junto à minha família, onde temos agricultores familiares que já produzem algumas frutíferas, para que possamos aproveitar esse potencial". Ele exaltou a oportunidade de aprender uma alternativa de geração de renda, de forma rápida e prática, graças à participação na Seagro. "É um evento novo, é a segunda edição, mas está com uma programação de alto nível, muito bem organizada", concluiu.