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Piranhas conquista uma das seis medalhas do Ifal na prova da Omif

O campus enviou duas representantes femininas para a Olimpíada de Matemática dos IFs, uma competição que foi marcada pela participação majoritariamente masculina

publicado: 25/10/2018 15h25, última modificação: 25/10/2018 15h58

A participação do campus Piranhas na I Olimpíada de Matemática dos Institutos Federais (Omif) foi marcada pela representação feminina e por ser um dos três campi do Ifal a receber medalha na competição. Duas alunas representaram o Ifal Piranhas na Omif, em Muzambinho-MG, Ana Sofia Damasceno, do 2° ano de Agroindústria, e Maria Michelle Ferreira, do 4° ano de Agroecologia. A delegação de Alagoas conseguiu um total de seis medalhas na competição: duas de prata, duas de bronze e duas menções honrosas. O Ifal recebeu também uma medalha de bronze na disputa pela melhor logomarca do evento.

A primeira etapa da competição tinha 12 mil participantes, mas foram aprovados apenas 300 para a segunda fase em Minas Gerais. Destes, 60 foram premiados com medalhas de ouro, prata e bronze e 40 com menção honrosa. Para as  estudantes Ana Sofia e Maria Michelle, participar da Omif foi uma experiência muito proveitosa e ainda mais interessante do que a OBMEP, que ambas vêm participando desde que ingressaram no Ifal. Elas explicam que a diferença entre as duas competições é que na OBMEP todas as fases são realizadas na própria escola do candidato e a Omif reuniu os concorrentes da segunda etapa em um só lugar, promovendo um grande encontro de amantes da matemática.

Para Michelle, esse intercâmbio entre discentes e docentes de outros campi e Institutos foi incrível. “No início, a gente achou que os grupinhos de cada cidade ficariam fechados, cada um na sua, mas, no primeiro dia de viagem, já estava todo mundo da delegação, brincando e estudando juntos”, conta. Foram dois dias de viagem e, para não perder tempo, boa parte das horas de estrada foi utilizada para estudar. “Os professores levaram algumas questões para resolvermos e discutirmos; se um aluno não conseguisse resolver uma questão, ela era passada para outro e quem conseguia solucionar o problema explicava aos demais”, relata Michelle.

Quando questionadas sobre a participação feminina na competição, as alunas consideraram ainda tímida, mas acreditam que as mulheres estão começando a avançar nesse espaço da matemática e que as duas, como representantes do campus, são um exemplo disso. Na delegação alagoana, de 20 integrantes, apenas 5 eram do sexo feminino, mas Ana Sofia conta que o que a impressionou foi que essa proporção se repetiu no total de participantes da competição, dos 300 competidores, 70 eram meninas. “Estamos avançando, mas essa desigualdade de gênero na matemática tem uma influência grande social e cultural, eu, por exemplo, já tive um professor que me olhava torto, porque eu gostava de matemática; acho que ainda existe muito preconceito, não que as meninas não sejam capazes, elas são e muito, mas o incentivo é muito maior do lado masculino que do lado feminino”, relata Ana Sofia, que percebeu a dimensão da desigualdade, quando viu que dos dez medalhistas de ouro, apenas uma era menina.Meninas também gostam de matemática: das 5 mulheres da delegação, 2 voltaram para Alagoas com medalhas

As duas avaliaram o tempo de prova como insuficiente e disseram que essa foi uma reclamação de muitos candidatos. Mesmo assim, as alunas gostaram da prova e do seu desempenho na olimpíada. “A prova é uma mistura da OBMEP com o Enem, tem questões de muito cálculo, mas tem outras que exigem só que você pense muito para encontrar a solução”, explica Sofia. Ela conta que, por estar ainda no segundo ano, não estudou alguns conteúdos cobrados na prova, mas que conseguiu aprender alguns deles na viagem com os colegas e professores e pôde resolver alguns problemas na prova. A medalhista do Ifal Piranhas, Maria Michelle, como a maioria dos medalhistas, está no 4° ano e se por um lado os alunos do último ano têm a desvantagem de não cursar mais a disciplina de Matemática na escola, eles têm a vantagem de já ter estudado todos os conteúdos cobrados no exame. Para a aluna, seu bom desempenho na olimpíada mostra que ela vem revisando bem a matéria e, às vésperas do Enem, é bom poder treinar e testar seus conhecimentos em oportunidades como essa.

Maria Michelle ainda está em dúvida sobre para qual curso prestará o Enem, mas, em momentos como esse da Omif, sua paixão pela matemática aflora ainda mais e, embora goste de todas as disciplinas, essa área de conhecimento tende a pesar em sua decisão. A Omif deixou um legado para o Instituto Federal de Alagoas: a partir da olimpíada, um grupo de feras em matemática de várias cidades puderam entrar em contato e estarão em constante troca de experiências (docentes e discentes que foram à Minas criaram um grupo no Whatsapp para discutir a matéria); além disso, o grupo está discutindo a ideia de promover uma olimpíada interna entre os campi do Ifal, trazendo ainda mais integrantes para essa equipe de feras e fortalecendo o preparo da delegação para esse tipo de competição.