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Enem 2018: docentes reforçam preparação para o exame em encontros extraclasse

Oficinas, grupos de estudos, debates e palestras desenvolvem habilidades dos discentes para a prova que acontece em novembro

publicado: 01/10/2018 16h58, última modificação: 02/10/2018 14h52

Falta pouco mais de um mês para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e, embora a preparação para a prova não seja o foco dos Institutos Federais, o Ifal Piranhas se preocupa em dar condições a seus alunos de fazer um bom Enem e ter a chance de ingressar no nível superior. Além de atividades e discussões voltadas para o Enem em sala de aula, vários docentes estão promovendo encontros extraclasse para dar um suporte mais qualificado aos alunos que tiverem interesse. Nesta terça-feira (02), por exemplo, ocorrerá o último encontro do projeto “Educação e conscientização política”,  que, embora não tenha surgido com o intuito de preparar os alunos para a prova de humanidades no Enem, ajuda-os a refletir e argumentar sobre temas atuais que permeiam as propostas políticas.

O projeto reúne docentes de História, Geografia, Sociologia e Filosofia para discutir, a partir do olhar de cada disciplina, os assuntos mais presentes nos planos de governo dos candidatos a presidência da república. Dentre os temas que mais aparecem nas políticas públicas propostas pelos presidenciáveis, os docentes escolheram debater a questão do uso do agrotóxico, da reforma agrária e da educação no neoliberalismo. Os temas são atuais e polêmicos e a discussão, além de ajudar os estudantes a entender o cenário político do país, agrega conteúdo interdisciplinar para o exame.

Para o professor de Sociologia, Vinicius Rodrigues, esses momentos que extrapolam o cotidiano fundamentado apenas no ambiente de sala de aula são muito interessantes e necessários e fazer isso de forma conjunta com outros professores é mais interessante ainda, tendo em vista que o Enem vem buscando cada vez mais a transdisciplinaridade. Ele explica que o projeto promove uma discussão interdisciplinar, ainda que tímida por ser apenas com professores de humanidades, mas que já é um passo para o diálogo entre as disciplinas e seus docentes.

Na área de linguagens, o campus tem também um projeto de ensino voltado para leitura e escrita no Enem, que se reúne quinzenalmente. Segundo o professor Diogo Souza, a proposta não partiu dele, foram alunos do 4° ano que o procuraram cheios de ideias, convidando-o para orientá-los. Esses alunos, funcionam como monitores, auxiliando outros estudantes a melhorarem seu desempenho em redação. Diogo explica que, em cada oficina, eles trabalham uma competência diferente exigida pelo Enem e levam um tema diferente de redação. “Eu fiz um módulo para que os monitores realizassem as oficinas com base nele e dei uma capacitação para que pudessem corrigir as redações, sob a minha supervisão”, explica Diogo.

Há também o grupo de estudos “Humano, demasiado humano”, coordenado pelo professor Thyago Ruzemberg, que faz leituras coletivas, debates e tira dúvidas dos alunos, de forma a construir o conteúdo trabalhado de forma descentralizada e conjunta. “A ideia é trabalhar certas habilidades nos alunos como leitura, interpretação, exposição de ideias, argumentação e trabalhar o conteúdo da forma mais variada possível, desenvolvendo essas habilidades sem que os alunos nem se deem conta”, afirma o professor. Pela afinidade das capacidades citadas por Thyago com as exigidas na elaboração da redação, ele e o professor Diogo já fizeram algumas parcerias, unindo os projetos. “Thyago nos trás muitos textos e muitas fontes que podemos usar como base em nossas redações e muito conhecimento pra entender e responder as questões do Enem. Está fazendo muita gente sair da zona de conforto e realmente colocando o cérebro pra funcionar”, afirma a estudante do 4° ano de Agroindústria, Sabrina Nelline.

Em todos esses projetos a participação dos estudantes tem sido muito ativa. Para Sabrina, o grupo de estudos tem sido uma “mão na roda”, porque muitas vezes colegas marcam de se reunir para estudar e não dá certo. “Essa iniciativa do professor Thyago foi meio que um empurrãozinho pra gente realmente pegar no pesado. Os temas discutidos são bem variados e eu tô amando eles. Por exemplo, falamos sobre a história do índio aqui no Brasil (a forma como os europeus os viam e a forma como eles passavam aos outros a imagem dos nativos, também como se encontra os direitos deles, os movimentos que fazem, entre outras coisas) e confesso que eu nunca tinha parado pra pensar sobre tal assunto e sobre a importância dele”, explica Sabrina.