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Em ação extensionista, discentes de Matemática do Ifal Piranhas levam conhecimento de forma lúdica para estudantes de escola estadual

Encenação teatral e roda de conversa compuseram a programação

por Roberta Rocha publicado: 08/05/2023 21h37, última modificação: 08/05/2023 23h35

O que Laurentina Tamandaré, Malba Tahan e estudantes do 3º período da licenciatura em Matemática do Campus Piranhas têm em comum? Todos podem ser considerados protagonistas da ação extensionista realizada na Escola Estadual de Xingó - EEX I, na cidade do alto Sertão alagoano, na última quarta-feira (3). 

A história dessa iniciativa começa assim: como a prática extensionista passou a ser curricularizada no Instituto Federal de Alagoas - Ifal e, a partir daí, foi inserida no Projeto Pedagógico do Curso - PCC da licenciatura em Matemática, há previsão de que ela ocorra a cada cada semestre, vinculada a diferentes disciplinas. Então, quando estavam no 2º período do curso, os estudantes da licenciatura em Matemática foram estimulados a articular aprendizados das disciplinas Cálculo Diferencial Integral I, Geometria Analítica, Geometria Euclidiana Espacial e Leitura e Produção de Textos para realizar tal prática. E decidiram criar uma encenação teatral com o intuito de levar os conhecimentos adquiridos além dos muros da instituição.

Com a ideia de desenvolver uma ação atrativa, a professora Ana Luiza Fireman encabeçou a livre adaptação da obra "O Homem que calculava", escrita pro Malha Tahan (heterônimo do professor brasileiro Julio César de Mello e Souza). Foi então que surgiu a trama de Laurentina Tamandaré, a "Mulher que calculava", toda ambientada no Sertão alagoano, com personagens característicos da região. 

Ação extensionistaO enredo foi encenado pelos/as licenciandos/as de Matemática para turmas do 6º e do 7º ano da EEX I. A programação envolveu ainda roda de conversa sobre situações e problemáticas solucionadas na peça, com a presença dos docentes Ana Fireman, Evandro Nunes e Danilo Olímpio, esse último coordenador da licenciatura mencionada. 

"A experiência mostrou que o ensino de Matemática pode ser feito a partir do encontro com a arte – com a literatura e o teatro – e percorrer os caminhos que levam ao conhecimento com criatividade e ludicidade. O deslocamento do seu lugar (Ifal) para o lugar do outro (Escola), esse atravessamento de pontes que a extensão propicia e, principalmente, a energia da troca e do diálogo com aluno/as do Ensino Fundamental, tão curiosos, inteligentes e provocativos, foi para nosso/as estudantes de Matemática um aprendizado multidimensional", definiu o coordenador.

Ação extensionistaConforme uma das graduandas atuantes na prática extensionista, o saldo da participação foi positivo para quem assistiu e para quem executou. "Foi um experiência incrível: a forma como nós nos preparamos, como pensamos nas adaptações (que por ser um público de 6º e 7º ano, precisávamos mudar algumas coisas), a preocupação com a linguagem, em trazer a atenção deles… A forma como fomos acolhidos, como as turmas ficaram envolvidas com a peça, foi lindo. Nós, como futuros profissionais, nos sentimos meio que 'em casa', por estar ali com todas aquelas crianças, levando o que aprendemos e passar de uma forma divertida e interativa. Isso é a licenciatura!", relatou a discente Maria José Ribeiro.

A expectativa, segundo os/as idealizadores/as, é que novas práticas extensionistas sejam desenvolvidas a cada semestre. Como o plano inicial é manter o formato adotado, os próximos passos serão o aperfeiçoamento do espetáculo e a ampliação do número de escolas atendidas. 

"A Matemática é muito palpável, desde que a gente consiga trabalhar ela de maneira humana", apontou o coordenador do curso.

"Vamos  aprimorando e trazendo os futuros professores para poder entender que a Matemática, sozinha, ela não funciona. Ela tem que estar junto com as Artes, com a Literatura, com a Filosofia, com a História. Essa Matemática humana é que vai quebrar esses paradigmas da 'Matemática impossível de ser alcançada pelas pessoas normais'", defendeu Danilo Olímpio.

O profissional se animou com o que presenciou na prática da última quarta-feira (3) e reforçou seu olhar para a Extensão como parte fundamental da formação do/a estudante de licenciatura. "A ideia de deixá-la no currículo é fazer com que a Extensão faça parte da formação desse estudante, onde ele vai sair da universidade, vai colocar os pés no chão da escola e vai já começar a sentir esses ares da escola. E foi muito interessante a experiência, porque muitos [licenciandos] ainda não tinham entrado em uma sala de aula "real". A impressão que eles tiveram, a reação... mostra, de fato, a potência da Extensão para a formação deles. É essa formação integral, que vai além do conhecimento técnico (no caso, a Matemática), passa pelo conhecimento pedagógico, mas vai culminar no conhecimento prático, de estar lá na sala de aula e lidar com todas as situações que podem ocorrer", encerrou.

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