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Da admiração ao afeto: estudantes falam da relação com docentes do Ifal Piranhas

Mural de mensagens do Dia dos Professores revelou o alcance da interação professor-aluno na unidade de ensino

publicado: 23/10/2019 18h11, última modificação: 23/10/2019 18h11

De 10 a 21 de outubro, o mural do Setor de Psicologia da unidade do Instituto Federal de Alagoas - Ifal em Piranhas acolheu mensagens de felicitações e agradecimentos deixadas pelos estudantes para os docentes do campus. O intuito da iniciativa era permitir que os alunos expressassem seus sentimentos pelos educadores da unidade de ensino, em alusão ao Dia dos Professores.

Nesse período, dezenas de recados foram registrados diariamente no local, com conteúdo de forte apelo emocional e menção à influência positiva dos referidos profissionais na vida do alunado. Ana Luiza Barbosa e Amanda Coutinho, ambas estudantes do 1º ano de Agroindústria, participaram da ação e falaram das qualidades de seus professores preferidos.

"Assim que a gente entra na sala, Thyago começa a nos animar. O Gerardo parece que é a luz diante das trevas que é a segunda-feira. Robenilson me ensinou a ter paciência, porque sou muito ansiosa. Esses são alguns exemplos, mas cada um, do seu jeito, traz os ensinamentos para construir o nosso caráter e instruir nossa maturidade", pontua Ana.

Para Amanda, o que diferencia os docentes da instituição são elementos como determinação, vontade de ensinar, o fato de serem acessíveis no contato com os alunos, valorizando a interação; a preocupação com a aprendizagem, a facilidade para prender a atenção dos espectadores e o amor que expressam pelos alunos. "Por mais que a gente faça raiva", brinca.  

Sobre a diversidade de temperamentos dos professores, as estudantes explicam que mesmo os mais exigentes ou introvertidos conquistam respeito, por serem exemplos de foco e determinação. "Muitos professores facilitam para a gente, deixam no conforto. Outros colocam mais pressão, 'quebram' a gente. Independente do perfil, com cada um existe algo a se aprender", ressalta Ana Luiza, ao reforçar que a admiração vai do âmbito profissional ao pessoal. "São ótimos profissionais, mas melhores ainda como pessoas. Vão além da capacidade técnica", define.

Dia do professorDe estudante a docente -  Quem conhece "os dois lados da moeda" sabe as dificuldades e os prazeres dessa relação. É o caso de Mariana Galdino, ex-aluna do curso de Agroecologia e atual docente de Língua Portuguesa no Ifal Piranhas.

Em 2010, aos 16 anos, a então estudante ingressou no campus em busca do ensino técnico, sem imaginar a influência que as aulas de Português das professoras Adriana Nunes e Adelaide Rodrigues teriam sobre sua escolha na graduação.

"Elas eram apaixonadas pela linguagem, faziam concurso de poesia para as turmas. Lembro até que minha equipe foi vencedora. Gostavam de declamar poemas na sala, aquilo me estimulava muito, assim como as práticas de redação. Eu ia ser monitora de Português, mas antes fui convidada pelo professor Stoécio para atuar como bolsista do Pibic", conta.

A identificação com a área e os resultados obtidos na disciplina na época de aluna foram determinantes para a profissional escolher cursar a graduação em Letras-Português e seguir na vida acadêmica, com o mestrado em Linguística. 

Há pouco mais de 3 meses, Mariana assumiu as funções do concurso de professora substituta para o qual foi aprovada.  E de lá para cá, tenta também fazer a diferença na vida de seus alunos. "Aqui as aulas eram ótimas, realmente diferenciadas. Não era só livro didático, era uma metodologia em que os professores realmente se envolviam e buscavam envolver os alunos. Agora é o que eu faço. O ensino da língua portuguesa não é só gramática, mas compreender certos discursos, procuro trazer exemplos do cotidiano e busco trabalhar com o uso da linguagem", aponta.

Apesar de ser a primeira experiência como professora de Língua Portuguesa e como professora de nível médio, a servidora já tem métodos definidos de atuação. "Tem que ter uma pitada de exigência, não só por notas, mas para entender que a aprendizagem é válida para a vida. Sempre gostei de professor exigente, porque de algum modo isso me impulsionava a estudar mais. Era um desafio", afirma a docente.

Por outro lado, Mariana revela a preocupação de não agir como carrasco e, assim, fechar os canais de diálogo com os discentes. "Tento tratar os alunos sem me sentir superior, deixando claro que está havendo uma troca de conhecimento", revela.

A docente define-se como uma pessoa curiosa, uma eterna estudante. E a vontade de compartilhar os conhecimentos adquiridos ao longo da formação é sua motivação maior para dar aulas. "Guardar esses conhecimentos para mim mesma acho que seria egoísmo. Devo retribuir o que aprendi com profissionais tão marcantes", diz ela, referindo-se aos professores que foram referência em sua trajetória e por quem afirma ter "um carinho imenso", como o que as estudantes Ana Luiza e Amanda nutrem pelos docentes do Ifal Piranhas.