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Visita técnica do Ifal Palmeira dos Índios une matemática, arte e história em experiência interdisciplinar
Com olhos curiosos e mochilas cheias de expectativas, estudantes e professores do Instituto Federal de Alagoas (Ifal) Campus Palmeira dos Índios transformaram o aprendizado em experiência viva durante a visita técnica interdisciplinar “A Matemática como Linguagem Universal”. O projeto levou a turma do 2º ano do Curso Técnico Integrado ao Médio em Eletrotécnica a uma imersão por Olinda, Recife e Bezerros (PE), em um percurso que uniu arte, ciência, história e emoção.
A atividade foi conduzida pelos professores Alberto Heleno (Matemática), Kelly Cristine (Língua Portuguesa), Pedro Henrique (História), Diana Cecília (Geografia), Cláudia Vânia (Biologia) e Alex Freitas (Redes de Distribuição de Energia), com o apoio da servidora Genuzi de Lima. Realizada entre os dias 13 e 16 de agosto, a visita foi resultado de mais de três meses de planejamento, com o apoio institucional do então reitor do Ifal, professor Carlos Guedes, que acreditou na proposta e possibilitou sua concretização.
Idealizada originalmente no primeiro ano do curso, a iniciativa nasceu do desejo de integrar diferentes áreas do conhecimento sob o olhar da Matemática como linguagem universal. Professores como Daniel Andrade (Ensino da Arte), Roberto Calábria (Língua Portuguesa e História) e Washington Lago (Geografia) participaram da concepção inicial, fortalecendo a proposta de formação integral inspirada na Paidéia grega — que entende a educação como construção da vida — e na Mathesis Universalis de René Descartes, que reconhece a Matemática como linguagem capaz de descrever o mundo.
“A visita foi um sucesso. Conseguimos alcançar todos os objetivos e cumprir toda a programação. Foi uma experiência única e inesquecível para todos os partícipes da visita, incluindo os colegas professores”, destacou o professor Alberto Heleno, idealizador da atividade.
“Eles não imaginavam o alcance da Matemática nessa dimensão. Houve uma aprendizagem sensorial, por meio dos sentimentos — uma aprendizagem cheia de significados,” destacou.
A programação contemplou sete locais de destaque histórico, cultural e científico, cada um escolhido por seu potencial interdisciplinar.
- Centro Histórico de Olinda (PE) – O grupo iniciou o percurso pelo Largo do Carmo, Mosteiro de São Bento e Igrejas de Nossa Senhora das Neves e da Sé. Entre casarões coloniais e ladeiras de pedra, os estudantes identificaram simetrias e proporções geométricas nos estilos Barroco e Rococó, compreendendo a relação entre Matemática, Arte e História.
- Museu do Homem do Nordeste (Recife) – Um mergulho na cultura popular e nas relações sociais do Brasil, promovendo reflexões sobre identidade, memória e território.
- Centro Histórico do Recife – O grupo visitou o Marco Zero, a Sinagoga Kahal Zur Israel, o Forte das Cinco Pontas, o Palácio do Campo das Princesas, o Teatro Santa Isabel, a Casa da Cultura e o Mercado São José, descobrindo como a geometria urbana revela aspectos históricos e sociais.
- Basílica de Nossa Senhora da Penha – Guiados pelo Frei João Bosco da Paz (OFMCap), os participantes exploraram o estilo neoclássico e neogótico da basílica, adornada por afrescos de Murillo La Greca e esculturas de Valentino Besarel. Um dos momentos mais marcantes foi a visita ao altar que abriga os restos mortais do poeta Gregório de Matos, o “Boca do Inferno”, enterrado ali como indigente.
- Instituto Ricardo Brennand – A visita ao Castelo São João proporcionou contato com coleções de armas medievais, esculturas de Rodin e Botero, e obras do artista Vik Muniz, permitindo aos estudantes perceber a Matemática presente nas proporções, perspectivas e simetrias das expressões artísticas.
- Bezerros (PE) – No Memorial J. Borges, os alunos observaram a técnica da xilogravura, que utiliza simetrias axial e translacional. Já no Museu Espaço Cultural dos Papangus, aprenderam sobre a história e a cultura dos carnavais locais, valorizando a relação entre arte, identidade e expressão popular.
Durante os deslocamentos e intervalos, os professores aproveitaram para promover conversas e reflexões com os alunos. Para o professor Alberto, esses momentos foram tão valiosos quanto as visitas:
“Sempre que possível buscava o diálogo com os alunos. Foram experiências incríveis em todas as dimensões, principalmente no aspecto sensorial. Eles aprenderam com os olhos e com o coração,”ressaltou.
Em suas avaliações, os estudantes apontam a viagem como um momento marcante de aprendizado e troca de vivências.
“Foi uma experiência transformadora, que promoveu um novo olhar sobre a pluralidade cultural e a riqueza do nosso estado. Os verdadeiros aprendizados não são lidos, mas vivenciados.” — Nathalí Vasconcelos
“Estou muito feliz por conhecer mais sobre minha terra natal. Aprendi tanto que saio dessa visita mais consciente da minha história.” — João Victor
Como resultado, os estudantes se dividiram em grupos e estão produzindo relatórios e materiais científicos com base nas observações da visita. Os trabalhos serão apresentados em eventos acadêmicos e tecnológicos, dentro e fora do Ifal, consolidando o compromisso do campus com uma formação cidadã, crítica e interdisciplinar.
“Quando conseguimos vivenciar praticamente tudo o que foi estudado em sala, o aprendizado se torna transcendental”, resume o professor Alberto. “Essa experiência mostra que a Matemática é mais do que números — é linguagem, arte e vida,” concluiu.
“A visita foi um sucesso. Conseguimos alcançar todos os objetivos e cumprir toda a programação. Foi uma experiência única e inesquecível para todos os partícipes da visita, incluindo os colegas professores”, destacou o professor Alberto Heleno, idealizador da atividade.