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Professora do Ifal Palmeira apresenta pesquisas com casca de sururu em reunião na Seades
A convite da Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social (Seades), a professora do Instituto Federal de Alagoas (Ifal), campus Palmeira dos Índios, Sheyla Marques, participou ontem, 21, de uma reunião com o secretário da pasta João Lessa; e o chefe da Superintendência de Avaliação e Gestão da Informação (Sagi), Rodrigo Araújo. O intuito foi mostrar as pesquisas desenvolvidas por ela e estudantes do Instituto, realizadas com a casca do sururu e seu aproveitamento na fabricação de pisos e argamassa.
Como forma de reduzir o impacto ambiental do descarte irregular desse resíduo, a docente explica que o material é oriundo da Lagoa Mundaú, no bairro Vergel em Maceió, onde trabalha uma comunidade de marisqueiros. A proposta da Seades é que, através de recursos próprios, seja feito um projeto de ajuste na cadeia produtiva do molusco, desde a sua pesca ao armazenamento de sua casca, além de formar parcerias com indústrias para a fabricação de produtos com o sururu.
A intenção do Governo é dar início aos trabalhos na Lagoa Mundaú e estender ao Complexo Estuarino Lagunar Mundaú/Manguaba (CELMM). O local é composto pelas lagoas Mundaú e Mangaba, rios Paraíba, Sumuaúma e Mundaú. Este complexo possui uma área total de aproximadamente 81 km² e banha as cidades de Maceió, Rio Largo, Satuba, Santa Luzia do Norte, Roteiro, Coqueiro Seco, Marechal Deodoro e Pilar.
“A pesquisa é necessária pois a cada dia são extraídas na região da lagoa Mundaú, em média, 20,8 toneladas de sururu, das quais apenas 2,5 toneladas são filé e 18,3 toneladas são resíduos (casca). Nossa pretensão é que possamos desenvolver um plano de negócio fechando toda a cadeia produtiva. Para que isso seja possível, é importante que seja desenvolvido um trabalho integrado com a participação de outros professores do Ifal na área de Alimentos”, diz a professora.
O trabalho para fabricação dos pisos envolve estudantes do curso superior de Engenharia Civil, do campus Palmeira. O grupo retira a areia que faria parte deste produto e a substitui pelo marisco. Por ser rica em cálcio, a casca do sururu atende satisfatoriamente a essa substituição sem perder a qualidade do material.
Já a produção de argamassa com o marisco é realizada através de uma pesquisa feita pelo aluno Renato Menezes, do Mestrado em Tecnologias Ambientais do Ifal, campus Marechal Deodoro, com orientação do professor do Ifal Piranhas, Ronny Marques e coorientação de Sheyla. “Há uma substituição da areia da argamassa em 50% pela casca do sururu triturada. Os resultados foram satisfatórios, pois estão acima do que a norma estabelece quanto à resistência de impacto e de carga”, diz a docente.