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Professor do Ifal Palmeira tem artigo aprovado para publicação em periódico internacional

por Monique de Sá publicado: 28/01/2020 11h42, última modificação: 28/01/2020 11h43

O reaproveitamento de embalagens de cimento Portland, através de pesquisas, trouxe para o professor do Instituto Federal de Alagoas (Ifal), campus Palmeira dos Índios, Ricardo Calheiros, a aprovação de um artigo para publicação no periódico internacional: “Journal of Solid Waste Technology and Management”, que tem como foco a gestão de resíduos sólidos, trazendo publicações trimestrais e por meio digital pela “Widener University School of Engineering”, de Annapolis, Estados Unidos.

Ricardo.jpegO trabalho que tem como título em português:Reaproveitamento da embalagem de cimento Portland na produção de vergas pré-moldadas para alvenaria não-estrutural” traz o estudo com vergas pré-fabricadas, pequenas vigas que servem para oferecer estabilidade de vãos de portas e de janelas. As embalagens do cimento Portland (um dos insumos mais consumidos no mundo) são utilizadas como parte da estrutura das vergas e na composição da dosagem, reduzindo o consumo do concreto e sugerindo uma produção mais limpa com a utilização dessas embalagens.

O docente explica a importância socioambiental desta ação: “As embalagens contaminadas pelo cimento não são recicláveis e ainda não há forma consagrada para o seu reaproveitamento. A incineração, que é o tratamento correto da mesma, é uma destinação de alto custo e causadora de vários impactos ambientais. Desde 2016, o campus Palmeira dos Índios desenvolve pesquisas com o reaproveitamento destas embalagens”, diz.

Pesquisa2.jpgComo resultado da pesquisa, tem-se a fabricação dessas vergas que foram submetidas a ensaios laboratoriais e trazendo resultados satisfatórios em seu reaproveitamento. “As vergas ficaram mais leves em comparação com as tradicionais, consumindo cerca de 20% a menos de concreto ao utilizar duas embalagens para cada verga. Uma empresa localizada em Marechal Deodoro -AL, por exemplo, cobra cerca de R$ 6 mil para incinerar 1m³ de embalagens contaminadas”, acrescenta Ricardo.

O trabalho do professor é fruto também de sua pesquisa para o mestrado na Universidade Federal da Bahia (UFBA), concluído em 2018. Lá o docente utilizou a máquina para ensaios e validação dos resultados. “Houve, além disso, no Ifal Palmeira, um estudo na composição do concreto, em que parte das embalagens foram processadas e utilizadas como pó, substituindo parte da areia”.

A notícia sobre a publicação em um periódico de renome como a “Solid Waste” foi recebida com bastante alegria por Ricardo, já que se trata de uma revista que publicou trabalhos de instituições de ensino brasileiras como a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade de Campinas (Unicamp). “O campus Palmeira dos Índios é a nova instituição que fará parte das páginas da revista, contribuindo com a inovação tecnológica e com os propósitos dos Institutos Federais, ao abordar esta problemática com este tipo de resíduo e sua forma inovadora para reaproveitamento”, conclui Ricardo.