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Pesquisa de professora do campus com o uso do hidrogel para tratamento de feridas é aprovada em evento internacional
O hidrogel na cicatrização de feridas. A pesquisa de pós-doutorado da professora do Instituto Federal de Alagoas, campus Palmeira dos Índios, Sheyla Marques, desenvolvida na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), ganhará reconhecimento internacional. Afinal, após submissão de artigo sobre o assunto na “44th International Conference e Expositision on Advanced Ceramics and Composites” (ICACC), ela recebeu uma resposta positiva para apresentação do seu trabalho. O evento será realizado de 26 a 31 de janeiro, na Flórida, Estados Unidos.
Saindo de sua “zona de conforto”, já que ela é conhecida por trabalhar com tijolos e argamassa, a docente explica que resolveu encarar o desafio e estudar algo inédito para ela. “A Engenharia de Materiais é diversa. Quando começamos a fazer mestrado e doutorado, acabamos afunilando muito nossas pesquisas. Queria aprender coisas novas e estudar outros processos”, conta Sheyla.
Desenvolvida sob a supervisão do professor, Wilson Acchar, a pesquisa tem como título: “Caracterização e análise de hidrogéis compósitos poli (álcoolvinílico)/atapulgita em sistemas de liberação de fármaco”. Segundo ela, a pesquisa foi iniciada em dezembro de 2018 e o maior desafio foi dar consistência ao hidrogel. “Ele é muito semelhante ao álcool em gel. O desafio foi dar essa consistência, por isso, através de pesquisas, achei em arquivos da Universidade Federal de Sergipe (UFS) para utilizar como parâmetro”, explica a docente.
Em resumo, é utilizada a argila atapulgita que incorporada ao hidrogel vai controlar a liberação do fármaco. “É como se fossem aqueles adesivos que utilizamos para dores musculares. Ao formar uma película, o hidrogel vai liberando o fármaco (substância), aos poucos, e isso acaba auxiliando no processo de cicatrização de uma ferida”, justifica.
A pesquisa foi realizada em três fases: a primeira foi chegar na consistência do produto, a segunda refere-se à inclusão da argila e a terceira é de teste com o fármaco. O intuito é saber como essa liberação irá se comportar.
Incentivada por seu supervisor, Sheyla resolveu inscreveu seu trabalho no evento científico internacional, tendo aprovação imediata. “Fiquei receosa por não termos os resultados completos, mas teremos até a apresentação na Conferência, que será realizada em janeiro de 2020. É a primeira vez que apresentarei esta pesquisa e, por isso, o próximo passo é pedir a patente do produto para que não entre em domínio público”, conclui.