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I SOIAL trata do povo curdo em assembleia geral

publicado: 19/12/2017 16h56, última modificação: 19/12/2017 18h32

Por: Monique de Sá

Você imaginaria ter contato com um curdo? Saber de suas experiências de vida e dificuldades ao viver em país como o Iraque? Os alunos do Instituto Federal de Alagoas (Ifal), campus Palmeira dos Índios, tiveram esse momento curioso nesta terça, 19, durante a realização da I Simulação das Organizações Internacionais em Alagoas (SOIAL). O projeto visa simular um evento da Organização das Nações Unidas (ONU), neste caso uma assembleia geral, reunindo cinco potências mundiais, além de três países convidados: Iraque, Irã e Turquia.

A temática desta primeira edição tratou do povo curdo, mais especificamente sobre a “Questão curda: um povo sem pátria”. Segundo o idealizador do projeto para o campus e aluno de Edificações, Fernando Cavalcanti, o SOIAL é algo inédito no estado de Alagoas e veio com o intuito de despertar no aluno a questão do debate, do argumento e da visão crítica.

“Para a simulação ocorrer deve haver um Grupo de Estudos em Políticas Internacionais (GEPI). Primeiro tivemos que aprovar este grupo dentro do campus e semanalmente realizamos reuniões, geramos relatórios e temos a SOIAL como culminância. A ideia é que cada país tenha uma dupla de jovens o representando. Assim, eles poderão utilizar argumentos que sejam favoráveis ou contra o povo curdo. É importante que cada aluno esteja preparado para o debate e tenha essa visão crítica”, explica Fernando.

De acordo com a professora de Geografia e orientadora do projeto, Flora Pidner, o tema acerca dos curdos tem a ver com um intenso debate em torno do terrorismo no Grupo de Estudo, sobretudo o que ocorreu no 11 de setembro.

“Foi após o 11 de setembro que tivemos uma mudança no olhar mundial para essa questão, então passamos a conhecer e entender outros casos como o ocorrido na Somália, que teve um grande número de mortos, mas pouca visibilidade na mídia. A partir daí, eles viram que os dez países que mais sofrem com o terrorismo são lugares não divulgados pelos veículos de comunicação. Esse tema foi nos envolvendo, até que chegamos nos curdos e eles decidiram que seria o tema a ser tratado na SOIAL”, conta a professora.

Para Flora, atividades extraclasses são fundamentais para o ganho de autonomia do aluno. “Quando nos fechamos em sala de aula, acabamos nos fechando também em algumas possibilidades de ensino. O interessante dos institutos são justamente esses projetos de pesquisa, ensino e extensão, responsáveis por abrir essas possibilidades, dando mais autonomia. No caso da SOIAL é mais do que um exercício de fundamentação, é um exercício de empatia e alteridade”, ressalta.

Contrário ou a favor?

Um dos objetivos do SOIAL é despertar nos jovens participantes uma visão mais crítica e elaborada sobre os cenários políticos, econômicos, sociais e culturais nos âmbitos internacional e também, nacional. Atentas ao debate entre os 22 jovens que compuseram as mesas da assembleia, as adolescentes, Beatriz Ferreira e Laryssa Vieira, ambas de 16 anos, do curso de Informática, contam que o evento trouxe questionamentos e também posicionamento acerca da temática tratada.

“É uma experiência inédita, pois não é algo que vemos corriqueiramente no campus. Quando a gente vê jovens se posicionando sobre um determinado país é muito interessante. Com certeza fiquei com vontade de participar no próximo ano, porque acho incrível estudar e representar algo que você defende. Fico do lado dos curdos, já que os argumentos a favor deles estão bem elaborados”, diz Laryssa.

Beatriz prefere não se posicionar, mas garante que o SOIAL despertou nela uma curiosidade acerca do cenário internacional. “Está sendo muito proveitoso ver como cada país pensa sobre o povo curdo e faz com que tenhamos uma visão crítica desses países que não são tão próximos de nós”, finaliza.