Docente do Campus Palmeira defende dissertação sobre identidades LGBTQIA+ silenciadas

No próximo dia 29 de julho, o professor do Campus Palmeira dos Índios, Roberto Idalino, irá defender sua dissertação “Identidades LGBTQIA+ silenciadas: rodas de conversa sobre diversidade sexual e de gênero na Educação Profissional e Tecnológica de nível médio”, no Mestrado Profissional em Educação Profissional e Tecnológica (ProfEPT), programa da rede federal, ofertado pelo Instituto Federal de Alagoas (Ifal). A defesa será aberta ao público e terá transmissão ao vivo, por meio do Google Meet, a partir das 15h.

Orientado pelo professor Ricardo Jorge Cavalcanti, o trabalho traz parte das vivências e percepções do autor, sobre a abordagem incipiente da LGBTQIA+ em ambientes escolares.

“Percebo, como docente, quão silenciadas são as identidades sexuais não hegemônicas no espaço escolar e também como a escola faz uma opção em silenciar as discussões sobre essa questão no âmbito curricular. Os materiais didáticos destinados às escolas públicas, por sua vez, também quase não trazem representações de relações afetivas fora da norma heterossexual”, comenta Idalino.

Como elemento-chave da metodologia utilizada pelo pesquisador, Idalino convidou discentes das 4ª séries do ensino médio integrado aos cursos de Informática e Edificações, do Ifal, para participar voluntariamente de rodas de conversa, que serviram de corpo para o desenvolvimento da pesquisa.

A definição do local de investigação foi feita após sugestões da banca de qualificação, no entanto, por conta da suspensão das atividades presenciais, devido à pandemia, as rodas de conversa foram realizadas de forma remota, por meio da plataforma do Google Meet.

Participaram desse momento, estudantes e o pessoal da equipe técnica-assistencial da instituição. Ao todo, foram realizados sete encontros onde se discutiu com os participantes diversas questões ligadas à temática da diversidade sexual e de gênero.

"Entre estes temas podemos citar: conceitos acerca da diversidade sexual e de gênero, diversidade sexual e de gênero e violência, currículo e diversidade sexual e de gênero, entre outros", pontuou Idalino.

Além de acompanhar as discussões entre os discentes, a investigação acadêmica contou com outros procedimentos metodológicos, como pesquisa bibliográfica, documental e de campo. A partir disso, foi constatado um fosso entre as normativas, que orientam a inclusão da temática da diversidade sexual e de gênero no currículo, e a sua efetiva prática.

“Apesar das normativas educacionais (PCN, Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Profissional Técnica de Nível Médio, Plano de Desenvolvimento Institucional/Ifal) contemplarem e indicarem a discussão da temática da diversidade sexual e de gênero no currículo, o que se pode verificar, na prática educativa, é que essa questão ainda segue permeada de tabus e resistência por parte da escola e de alguns docentes”, esclareceu.

Junto à dissertação, Idalino produziu um portifólio, como resultado da pesquisa, fundamentado principalmente nas rodas de conversa, que forneceram os subsídios para a materialização do produto educacional.

“Nossa intenção é que, a partir deste material, estudantes, docentes, pedagogas/os, assistentes sociais e outras/os profissionais comprometidas/os com uma educação libertadora e plural, possam adaptar essa proposta às realidades de cada contexto em que for desenvolvida”, comentou.