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Alunos do Ifal Palmeira compartilham conhecimentos em II Oficina de Foguetes
Por: Monique de Sá
Vinagre, bicarbonato de sódio, garrafa PET e bexiga. Dá para imaginar que com esses itens a gente pode construir um foguete e até lançá-lo? É possível. Tanto que esta experiência foi realizada na II Oficina de Foguetes, ocorrida no Instituto Federal de Alagoas (Ifal), campus Palmeira dos Índios, na tarde desta quinta-feira, 22. Ao todo, 62 alunos participaram do evento, coordenado pelo professor de Física, Manoel Pereira e idealizado pelos alunos e instrutores Vinícius Gabriel Barros, Ely Lima e Daniela Vieira, participantes da Jornada de Foguetes, ocorrida em Barra do Piraí, no Rio de Janeiro.
Em sua segunda edição, a oficina vem mostrando que veio para ficar no calendário escolar do campus, mesmo com a saída dos alunos Daniela Vieira, de Edificações e Vinícius Barros, de Eletrotécnica, já que eles estão no último ano de seus cursos. “A ideia é que desse grupo que esteja participando da oficina surjam alguns entusiastas como nossos três instrutores. Esperamos que nossos alunos se empolguem e sintam-se motivados a participar da Mostra Brasileira de Foguetes (MOBFOG) deste ano”, conta o professor Manoel.
Segundo o docente, há uma interdisciplinaridade no lançamento de foguetes, já que engloba Física, Química, Matemática e até mesmo História.
“Temos primeiramente a Física como carro-chefe, devido a toda parte da dinâmica do movimento do corpo. Além disso, vemos a Química com a reação dos combustíveis que serão propulsores do foguete, a Matemática para analisarmos o tipo do movimento em si. E contamos com toda a parte histórica que é bastante prazeroso de se estudar. Você vê, por exemplo, como o homem iniciou essa corrida espacial”, detalha Manoel.
Dentro da MOBFOG há quatro níveis distintos de participantes: o nível 1 engloba os alunos do 1º ao 3º ano do Ensino Fundamental (o foguete é construído a partir de canudos de refrigerante), o nível 2 abarca os alunos do 4º ao 5º ano do Ensino Fundamental (canudos de papel são utilizados), o nível 3 é destinado aos alunos do 6º ao 9º ano (eles usam garrafas PET, água e ar comprimido como combustíveis), e, enfim, o nível 4, que envolve os alunos do Ensino Médio (vinagre, bicarbonato de sódio e garrafas PET são utilizados para confecção do foguete).
Compartilhamento
Para a aluna Lissane de Oliveira, do 3º ano de Edificações, o que mais chamou sua atenção foi o compartilhamento dos conhecimentos teóricos e práticos sobre os foguetes, adquiridos pelos instrutores na Jornada de Foguetes. “Eles mostraram, principalmente, que os maiores alcances são feitos a partir de tentativas e bastantes erros. Com certeza estarei junto com a minha equipe na edição do próximo ano. A sensação na hora do lançamento é ótima”, empolga-se.
Bruno Victor Barbosa, do 2º ano de Edificações, ressalta que a experiência e assistência dos instrutores foram fundamentais para o sucesso do lançamento do foguete de seu grupo. “Antes eu imaginava que era só colocar o ácido e fazer o foguete voar. Eles nos mostraram que é preciso estudar variáveis da aerodinâmica. A empolgação foi geral e, sem dúvidas, manterei a mesma equipe para participar da MOBFOG”, conta.
Entendendo a experiência:
A competição define que o foguete deve ser construído com base em garrafas PET, porém, por questões de eficiência, a equipe de instrutores optou por utilizar garrafas de dois litros. Para o processo são necessárias duas garrafas: uma para compor o tanque de combustível e outra que é utilizada para compor a coifa, componente anexado na parte inferior da primeira para garantir maior aerodinâmica ao foguete.
“Foi estabelecido para a oficina que o método consistiria em inserir o vinagre através de uma bexiga, que já é preenchida dentro do foguete, para em seguida depositar o bicarbonato.
A parte da base na qual o foguete é anexado apresenta um mecanismo de perfuração, o que permite que após a fixação do mesmo a bexiga estoure e a reação seja desencadeada. Como o foguete fica preso na base é possível ter controle sobre o momento de lançamento, que fica a critério da equipe, porém nós (instrutores) preferimos realizar a contagem clássica de 10 segundos”, explica Vinícius.