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Integrantes do NAPNE - Murici realizam visita técnica ao IFRS
Ocorrida nos dias 21, 22 e 23 de maio, a visita foi realizada no IFRS, referência em tecnologia assistiva
As integrantes do Núcleo de Atendimento às Pessoas com Necessidades Específicas (NAPNE) - Murici, Francine Lopes e Rafaella Viana, diante das indagações de alguns docentes nas reuniões do campus Murici acerca de normativas do IFAL e a angústia dos servidores em não saber como proceder em muitos casos por falta de orientações concretas relacionadas a inclusão, tomaram a iniciativa de realizar uma visita ao Instituto Federal do Rio Grande do Sul - IFRS, campus Bento Gonçalves. A escolha não foi aleatória, como veremos a seguir.
De início, Rafaella Viana conta que entrou em contato com uma colega do IFRN que, em sua leitura inicial, era o campus mais desenvolvido nessa temática. Descobriu que "o IFRN possui normativas e está bem encaminhado, porém os documentos sofrerão alterações esse ano por conta da política de cotas". Nesse contexto foi indicada a realização de uma visita técnica ao IFRS.
A visita
Perguntada sobre o objetivo da visita, Rafaella é enfática ao afirmar que "foi conhecer como o Campus Bento Gonçalves atua, desde a matrícula do aluno com deficiência (acesso), passando pela permanência do aluno, até a conclusão do curso. E que essas ações e os documentos e instrumentos utilizados por eles nos servissem como um modelo a ser seguido".
Os três dias de visita, de 21 a 23 de maio, foram de imersão e de intensas atividades. Ao chegarem no Campus Bento Gonçalves, Francine e Rafaella foram recebidas pela assessora de ações afirmativas, Andréa Poletto.
O primeiro dia foi inteiramente dedicado a entender questões burocráticas: normativos, regimentos internos, memorandos, solicitação de profissional de apoio e outros instrumentos operacionais. Relata Rafaella que, "no segundo dia, tivemos pela manhã reunião com o Centro Tecnológico de Acessibilidade (CTA) do IFRS, coordenado pela irmã da Andréa, Bruna Poletto". Nesse dia Francine e Rafaella tiveram a oportunidade de conhecer o trabalho desenvolvido "nesse centro de referência, que produz estudos, pesquisas e materiais de tecnologias assistivas. Os servidores que trabalham no CTA foram cedidos pela Reitoria e desenvolvem os materiais desenvolvidos nesse local. A tarde, a reunião ocorreu com o Napne de Bento Gonçalves, coordenado pelo Ivyz, que é cego", ressalta Rafaella. Sobre a estrutura organizacional do Napne - Bento Gonçalves, elas descrevem que, além do coordenador, o Napne é constituído de pedagoga, estagiários e bolsistas.
O terceiro dia foi dedicado a uma importante reunião com a Pedagogia do Campus Bento Gonçalves. A importância consiste em que as integrantes do Napne-Murici tiveram a oportunidade conhecer a parte prática, especificamente sobre adaptações curriculares. "Conhecemos o instrumento utilizados e vimos exemplo práticos de sua utilização em diversas disciplinas. Nesse dia, também conhecemos as psicólogas e o trabalho desenvolvido nesse sentido e a enfermeira do campus", relata Rafaella.
Realizando um balanço da viagem, Rafaella Viana, que é pesquisadora na área de inclusão há mais de uma década, afirma que o Campus Bento Gonçalves iniciou o processo de mudança de atitude, focando no que deve ser feito, ou seja, "nas possibilidades e não apenas na limitação do aluno. Ficou claro durante todos os momentos que, se o aluno está matriculado é responsabilidade do instituto promover a inclusão de direito. A inclusão real".
Sobre diferenças entre o IFAL e o IFRS nesse contexto, Rafaella indica que o nosso instituto também tem pontos positivos. "Nossa resolução possibilita que 1% da verba do campus seja direcionada ao Napne, lá eles não tem essa renda. Nós temos uma equipe compostas por técnicos e docentes, eles possuem apenas dois servidores técnicos em sua composição" etc.
Orientação normativa
Francine e Rafaella, ao serem questionadas sobre novidades pós viagem, ou seja, sobre ações futuras, elas indicam que o ponto inicial foi o de compartilhar os conhecimentos adquiridos na visita. Na última sexta-feira, dia 25/5/2018, elas mal desembarcaram de viagem e já participaram de uma reunião com a Coordenadora de Ações inclusivas, Renata Pires, e com o Diretor de Políticas Estudantis, Elton Barros, sugerindo os encaminhamentos possíveis. Dessa reunião foi deliberada uma ação importantíssima: foi criada uma comissão que ficou responsável pela elaboração da Orientação Normativa do IFAL. O prazo para a criação e aprovação dessa Orientação Normativa é curto, dado o caráter de urgência: até o fim de Julho de 2018.
De acordo com a profa. Rafaella, "o Campus Murici irá encabeçar esse processo, participando com três servidores da comissão e ficando responsável por repassar informações a respeito de ações práticas para os demais campus", indicando que Murici será o campus Piloto nessa nova fase.