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Documentário de egressa do Ifal é selecionado para 15ª Mostra Sururu de Cinema Alagoano

Obra foi produzida a partir do projeto do Pibiti, desenvolvido entre 2022 e 2023, com mulheres da agricultura familiar da Zona da Mata de Alagoas
publicado: 19/12/2024 19h04, última modificação: 19/12/2024 19h26

Por Lais Marques, estudante de Jornalismo*

Cinco mulheres, cinco Marias contando suas vivências no campo, as lutas em um meio machista e a forma que conseguiram se estabelecer por meio da agricultura. O documentário “Cultiva, Maria!”, dirigido pela egressa do curso técnico em Agroecologia, Leonarda Brito, do Instituto Federal de Alagoas (Ifal), Campus Murici, foi selecionado para a 15ª Mostra Sururu de Cinema Alagoano, um dos eventos mais importantes de fomento ao cinema local. 

Imagem do assentamento rural, na Zona da Mata O documentário foi produzido com a participação de agricultoras do Assentamento de Reforma Agrária Dom Helder Câmara, a partir do projeto “Gênero e Agricultura Familiar: experiências, vivências, valores, representações e atuações de mulheres em assentamentos na Zona da Mata de Alagoas”, do Programa Institucional de Bolsas de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (Pibiti). “Por séculos, a história da humanidade foi narrada exclusivamente a partir da perspectiva masculina. Tal narrativa invisibiliza a importância da participação feminina na sociedade, em específico, no campo, local no qual a disparidade de gênero é ainda mais acentuada e as agricultoras tinham seus trabalhos realizados no campo considerados apenas como uma ‘ajudinha’ para seus maridos”, explica Leonarda. Para a estudante, a realização das entrevistas foi tanto a parte mais difícil, devido à dificuldade de acesso ao assentamento, quanto a melhor parte da experiência, pelas histórias emocionantes narradas pelas Marias.

Exibição do documentário para as mulheres do Assentamento Dom Helder CâmaraA orientadora do projeto, professora Géssika Carvalho, também participou de visitas ao assentamento, atuou na direção de fotografia, produção do curta e faz a leitura de um poema ao final do documentário. “Dentre as oportunidades que a docência me proporcionou e me proporciona, certamente duas delas me conferem um significado especial, trazendo grande realização profissional e pessoal: uma é a possibilidade de extrapolar os muros das instituições de ensino e estar com/para a comunidade, e a outra é me deparar com alunos e orientandos sedentos de fazerem a diferença no mundo e deixarem sua marca por onde passam. E assim foi com Leonarda: estudante do curso técnico em Agroecologia, dedicada, participativa, curiosa, ousada e sonhadora; que chegou em 2022 propondo este trabalho muito convidativo e bonito sobre as mulheres agricultoras. Seu desejo de aproximar a academia da realidade local – e a realidade local da academia – foi uma grata surpresa para mim”, destaca a professora.

Maria que também é estudante 

Maria Rita dos Santos, que também é estudante do IfalUma das Marias do documentário também é estudante do Ifal, a agricultora Maria Rita Rosa dos Santos. Atualmente, ela faz o curso técnico em Alimentos, pela modalidade Educação de Jovens e Adultos, no Campus Murici. Oportunidade que surgiu agora porque “desde pequenininha, meu estágio foi na roça, minha escola foi a roça”, contou no documentário. 

A história da Maria Rita e das outras quatro Marias é contada no curta, que está disponível até domingo, 22, na Mostra Online. “Acredito que a produção desse documentário – e sua seleção por curadoria para exibição na Mostra de Cinema Alagoano – é um feito gigante para uma aluna do ensino médio integrado ao técnico, de um campus do interior. Destaco o apoio da Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação ao conceder apoio e bolsa para o desenvolvimento da pesquisa; bem como da direção-geral do Campus Murici. Sem dúvidas, é um ganho para a instituição. Esperamos que, através desse filme, seja possível despertar o interesse e a reflexão pelos temas relativos a gênero e agricultura familiar, conhecer a realidade dessas mulheres agricultoras, destacando seu protagonismo em várias esferas da sociedade”, ressalta a professora.

Maria Rita dos Santos, durante a exibição do documentárioLeonarda conta que sua experiência no projeto foi transformadora: “Só confirmou e intensificou ainda mais meu desejo de atuar na área de gênero, na luta e defesa pelos direitos das mulheres. Precisamos ir à luta, muito já foi conquistado, mas ainda estamos longe do ideal, espero um dia conseguir contribuir para a melhoria na vida de muitas mulheres”.

Confira aqui o documentário até domingo, 22 de dezembro, na Mostra Online da 15ª Mostra Sururu de Cinema Alagoano! 

O Departamento de Comunicação e Eventos do Ifal produziu uma campanha este ano referente ao Dia do Estudante, contando histórias de alguns estudantes da instituição. Saiba mais sobre a história de Maria Rita e seu sonho de fazer o Exame Nacional de Ensino Médio aqui!

*Sob a supervisão de Elaine Rodrigues, jornalista.