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Mesa redonda apresenta histórias do que é ser mulher
Estudantes do Instituto Federal de Alagoas, Campus Maragogi, acompanharam, nesta terça-feira (18), o depoimento de mulheres que contaram suas experiências de lutas por espaços ocupados exclusivamente por homens, descobertas no campo pessoal e o trabalho que fazem para conscientizar a sociedade sobre a violência contra a mulher. O evento, organizado pelo Núcleo de Diversidade, Gênero e Sexualidade (Nugedis), foi alusivo ao Dia Internacional da Mulher.
Segundo a professora Adrielle Soares Cunha, a programação teve por objetivo mostrar ao público as mulheres em suas diversas possibilidades. “Nossas convidadas falaram sobre ser mulher trans, empoderada, negra, profissional e mãe. Promovemos um diálogo em que cada uma delas trouxe suas vivências e experiências, desmistificando estereótipos do que é ser mulher”, explicou.
Um dos pontos altos da mesa redonda foi conscientizar os jovens sobre questões envolvendo o desrespeito aos direitos das mulheres e que feminismo é também assunto de homem. “Iniciamos o evento explicando o que é o machismo e o patriarcado e qual sua influência (sua opressão) na vida das mulheres. Estabelecemos um diálogo com os garotos, em que falar de feminismo é falar com os homens também”, disse Adrielle, que foi uma das organizadoras da programação.
A estudante do Ifal Maragogi, Evellyn Cristina Almeida, destacou em sua fala como as construções sociais fazem pressão sobre a estética corporal das mulheres. “Eu me comparava com garotas brancas e loiras, mas eu não sou assim. Meu pai é preto e minha mãe é branca”, contou a aluna, que passou por um processo de transição capilar para seus cabelos cacheados. Hoje, ela busca conscientizar outros jovens sobre a importância de dar espaço a voz feminina na arte e educação.
Em seguida, a estudante do Campus Palmeira dos Índios, Lyanna Cardoso, destacou o medo que as mulheres enfrentam no dia a dia, decorrente dos casos de violência cada vez mais frequentes contra o público feminino. “Quando a gente sai de casa, já abre o portão olhando para os dois lados para ver se tem alguém. Se vier um homem no seu lado da calçada, a gente atravessa a rua. A gente anda com medo o tempo todo”, ressaltou.