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Histórias que ganham vida no teatro e se eternizam em páginas de livro

Obra “Quando a vida vira teatro” é lançada online nesta sexta-feira (18), às 20h, pelo professor do campus Maragogi, Ricardo Araújo

por Bartolomeu Honorato publicado: 18/12/2020 14h14, última modificação: 18/12/2020 15h03
Exibir carrossel de imagens Obra reúne experiência do autor com espetáculos em Alagoas

Obra reúne experiência do autor com espetáculos em Alagoas

Qual ligação haveria entre as lutas da década de 90 dos moradores do bairro Jacintinho, em Maceió (AL), e o romance que nasceu na internet e quase terminou numa tragédia? Ambas histórias são reais e foram parar nos palcos teatrais sob direção do professor Ricardo Araújo, do Instituto Federal de Alagoas, campus Maragogi. Agora, ele as transporta para o livro “Quando a vida vira teatro”, que é lançado nesta sexta-feira (18), em evento online, às 20h, na conta @ricardo64araujo.

O escritor se define como “um encenador de teatro, que transforma a história de uma pessoa ou lugar em obra teatral”. Nas 240 páginas, o professor apresenta ao leitor um pouco de sua carreira agitada no movimento teatral em Maceió e em cidades do litoral Norte de Alagoas. Detalha ainda cenas inspiradas em  problemas enfrentados por moradores da periferia e em romance trágico de jovens.

Logo no começo, o autor apresenta ao leitor o seu encantamento nas idas aos circos, no Jacintinho, nos anos 70. Depois fala um pouco do seu envolvimento com comunidades eclesiais, da Igreja Católica. Já nos anos 80 e 90,  as encenações passam a ter cunho de crítica social. “Trazíamos questionamentos que estavam ocorrendo naquele bairro, como a falta de água, segurança”, conta o encenador.

O ponto alto da obra  envolve três momentos marcantes na carreira dele.  O primeiro é ainda no Jacintinho. Lá se desenrola a peça “Aqui nem se nasce nem se morre”, em 1999. Alunos de uma escola estadual abordaram a história do bairro e as lutas dos seus moradores por melhores condições de vida. A produção foi premiada pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em 2002, em Salvador (BA).

Um poeta sem seus poemas guardados é uma história incomparável que Ricardo colocou nos palcos, em 2007. “Encontramos um mito sobre Benedito Augusto: não achamos seus poemas, em Matriz de Camaragibe. Estivemos com a família dele e ela acredita que os textos sumiram, na cheia de 2002”, narra o professor. Um fato da trajetória do poeta é o dia em que ele tirou o santo do altar da paróquia da cidade e o escondeu em casa. “Ele enlouqueceu. Também teria até matado o cavalo de um juiz e o magistrado o teria assassinado. A justiça matou a poesia”, destaca.

Livro traz reflexão para o leitor sobre vida, teatro e arte

Romance virtual quase virou tragédia e é contado por estudantes do Ifal

O campus Maragogi ganhou destaque na produção artística de Ricardo Araújo. A montagem “Prometemos não chorar” reuniu estudantes da unidade de ensino, em 2013, para encenar um romance que surgiu nas redes sociais e quase terminou em morte.  “Foi um amor virtual em que os dois não se conheceram pessoalmente e durou apenas três meses”, resumiu. Essa foi a terceira criação de grande relevância da carreira do encenador.

Segundo ele, sua experiência artística e os espetáculos descritos no livro entregam ao público uma reflexão sobre a importância da vida, teatro e arte. Para chegar a esse ponto, ele começou a escrever a obra, em 2004, enquanto fazia mestrado. Do ano passado para cá, acelerou o processo de escrita para concluí-lo.