Notícias
Repúdio ao feminicídio e justiça por Ana Beatriz: Ifal Maceió se mobiliza em ato de protesto e debate
“Pelos direitos das mulheres, pela vida, pela educação transformadora, por justiça!”. Foi com esta temática que a comunidade acadêmica do campus Maceió se reuniu nesta terça-feira (06), para debater, refletir e colocar em foco o repúdio à violência, sobretudo ao feminicídio. O evento teve a participação de alunos e servidores do campus, gestores, representantes do Núcleo de Diversidade, Gênero e Sexualidade do Ifal Maceió, Nugedis, do Grêmio Estudantil e foi aberto à comunidade e à imprensa. O ato é o primeiro de uma série de mobilizações promovidas pelo Instituto após o cruel assassinato da jovem Ana Beatriz de Moura, de 15 anos, estudante do curso Técnico em Eletrotécnica do Ifal Maceió e desaparecida desde o início do mês de abril.
A Direção do campus Maceió determinou luto institucional de três dias e, comprometida com a formação cidadã e com o enfrentamento à violência de gênero, cobra das autoridades celeridade nas investigações e punição exemplar aos responsáveis.
“Infelizmente, houve esta fatalidade com a Ana Beatriz, que já não estava mais em nosso campus, e que revela um problema amplo e que merece o olhar de toda a sociedade, com debates, discussões, ações. As pessoas precisam ser tratadas com humanidade, como cidadãs, e precisamos todos/as estar atentos/as a episódios como este e que pedem um olhar de alerta de toda a comunidade e do poder público”, destaca Givaldo Oliveira, diretor do campus.
Na ocasião, estudantes fizeram homenagem à colega e o Nugedis também se posicionou sobre o tema. Seguindo com as ações de enfrentamento, o Núcleo conduz na próxima sexta-feira, 08/05, a roda de conversa "Violência de gênero e Feminicídio", mediada pela professora e integrante do Núcleo Elaine Raposo, com a participação da professora Andréa Moraes, também do Ifal Maceió, e da Coordenadora da Casa da Mulher Alagoana Paula Lipes O Núcleo também lançou uma postagem sobre a conscientização e combate à violência de gênero. Veja AQUI.
CASO ANA BEATRIZ
A jovem Ana Beatriz de Moura estava desaparecida desde o dia 8 de abril, horas após ter saído do campus do Ifal e utilizado uma moto por aplicativo, e teve seu corpo encontrado no sábado (03/05) em um sítio abandonado, localizado entre os bairros de Guaxuma e Garça Torta, em Maceió, após uma série de buscas da polícia. O caso segue sob investigação e teve a prisão preventiva de um suspeito, mas pode envolver uma série de crimes além de feminicídio, conforme explica Júlia Nunes, a advogada da família de Ana Beatriz:
“A gente quer justiça. E justiça não é apenas um dos envolvidos preso, mas toda a rede criminosa que teve algum envolvimento. Até porque, isso influencia diretamente na nossa atuação para aplicação da pena. Uma coisa é um homicídio. Outra coisa é feminicídio, ocultação de cadáver, organização criminosa, tortura... tudo precisa ser investigado pois há todo um contexto por trás deste caso e agravantes que aumentam a penalidade. Queremos celeridade nas investigações e punição aos envolvidos”, destaca a advogada.
Há um suspeito preso mas a polícia não descarta o envolvimento de outras pessoas no crime. Talita Aquino, delegada de combate aos crimes contra criança e adolescente, informou que ainda haverá interrogatório com o suspeito, dando sequência ao inquérito sobre o caso e busca de informações sobre uma possível organização e crime premeditado.