Química, Tecnologia e Engenharias “agitam” o Conac e são destaques de Maceió

A apresentação de pesquisas nas áreas de Tecnologia da Informação, Química e Engenharias produzidas pelo Ifal Maceió movimentaram o primeiro dia do IV Encontro de Inovação, Tecnologia e Iniciação Científica – Eitic, evento que integra o Congresso Acadêmico – Conac, na cidade de Palmeira dos Índios. O Eitic é uma mostra de pesquisa, trazendo o que há de mais recente em projetos do Instituto, sendo a maior parte deles desenvolvida dentro do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC). O encontro segue com apresentações de trabalhos até a próxima sexta-feira (19).

QUÍMICA, TECNOLOGIA E SAÚDE

Foram vinte e um projetos inscritos na área de Ciências Exatas e da Terra, sendo alguns multidisciplinares, como a pesquisa que propõe o uso de um aplicativo para identificar zonas de risco de epidemias transmitidas pelo mosquito Aedes Aegypti. Desenvolvido pelas estudantes Jéssica da Conceição Silva e Érica Adriana Paulino, sob orientação do professor Phabyanno Rodrigues Lima, o projeto "Desenvolvimento e caracterização de plataformas inovadoras baseadas na tecnologia para detecção de substâncias presentes no sangue dos mosquito Aedes Aegypti" propõe o uso de uma ferramenta que, agregando conhecimento de Química e Tecnologia da Informação pode, além de detectar focos do mosquito transmissor da Zika e de outras doenças, acionar agentes de combate a endemias para o local de risco.

Educação, qualificação profissional e tecnologia também foram abordados. O projeto de pesquisa "PBL Expert", desenvolvido pelos pesquisadores da área de Sistemas da Informação Breno Jacinto Duarte e Rodrigo Temóteo da Costa prova como um ambiente virtual pode inovar nas formas de ensino e aprendizagem. De acordo com o estudante Rodrigo Temóteo, o PBL Expert é o projeto de um software que auxilia o professor a montar uma aula que desperte uma postura mais ativa e dinâmica dos alunos. Mais voltada para a pesquisa, projetos práticos e estudo contínuo, diferente das formas "tradicionais" de ensino, nas quais o professor transfere o conhecimento que o aluno absorve e transmite em avaliações teóricas. "O professor precisa visualizar as dificuldades e avanços e preparar um aluno com o perfil mais exigido para o mercado de trabalho, um profissional com competências práticas que as empresas exigem", declara o pesquisador, enfocando que a "base" para o desenvolvimento do software foram entrevistas realizadas com empresas sobre o que mais almejavam para os profissionais contratados (mapeamento de competências).

O Ifal Maceió também levou ao Eitic projetos focados na fusão entre tecnologia, serviço e saúde, como o aplicativo mobile "Doe +", para acompanhamento e agendamento de doações de sangue em Alagoas (desenvolvido por Marcílio Ferreira e Nywton Rogério da Silva), a proposta de software "Smart Samu" para rastreamento e localização de ambulâncias (também desenvolvido por Marcílio Ferreira e por Allan Denis Muniz) e a proposta do jogo "Catch the Spheres", baseado em sensores de movimentos que permitem o monitoramento e quantificação de sintomas da Doença de Parkinson (por Leonardo Melo de Medeiros e Alysson Darllan Ferreira).

ENGENHARIAS

As pesquisas em Engenharia também movimentaram o Conac, muitas delas propondo o uso de novos materiais e técnicas para o aperfeiçoamento e resistência nas construções. O estudante de Engenharia Civil Hygor Andrew da Silva, orientado pelo professor Alexandre Cunha Machado, abordou "A influência do uso de Sílica Ativa na resistência do concreto", pesquisa que surgiu de forma "despretensiosa" em um dos laboratórios dos cursos de Construção de Edifícios e Engenharia, no campus Maceió. "Tínhamos no laboratório uma boa quantidade de sílica ativa há meses sem uso, e unindo o útil e o agradável, procuramos aproveitá-lo de alguma forma. Buscamos informações, artigos e publicações tendo o propósito de 'como usar', e as pesquisas na área de concretos nos fizeram concluir que é um material importante para a resistência", explica Hygor Andrew.

O material foi utilizado em corpos de prova (experiências) construídos no laboratório de Engenharia, e com a pesquisa ficou comprovado que a adição de sílica ativa ao concreto, acompanhada de uma substância plastificante (que melhora a consistência e o manuseio e utilização do concreto) aumenta a resistência e a durabilidade de construções, gerando um produto muito adequado para o mercado.

ACESSIBILIDADE EM FOCO

Outro tema de destaque explorado na área de engenharias foi a Acessibilidade Urbana em Maceió. Orientada pelo professor Vinícius Dantas, a estudante do curso de Edificações Joice Alvez Gaia apresentou um projeto que propõe ao Campus Maceió ajustes para acessibilidade de portadores de necessidades especiais. A pesquisa foi baseada na análise da estrutura física do Campus e arredores e de alguns pontos da cidade de Maceió com maior acesso de deficientes, como calçadas e pontos de ônibus da Avenida Fernandes Lima.

Baseada em normas nacionais de saúde e segurança, o projeto aliou pesquisa de campo e ferramentas de desenho, "criando" adaptações nas rampas, estacionamentos, banheiros e escadas do Campus que seriam adaptados ao acesso de pessoas com mobilidade reduzida. De acordo com a estudante, os resultados do projetos deverão gerar um relatório com propostas que poderão ser encaminhadas ao gestores do Instituto.

ENERGIA LIMPA
A engenharia em prol da sustentabilidade também foi um dos temas em evidência no Conac. A geração de "energias limpas", que não liberam (ou liberam poucos) gases ou resíduos que contribuem para o aquecimento global em sua produção ou consumo foi o foco da pesquisa intitulada "Desenvolvimento de uma Turbina Eólica de Eixo Vertical para micro geração de energia". Desenvolvida pelo professor Alberto Jorge Santos e pelo estudante Rafael Monte Lima, a pesquisa traz os resultados de uma experiência prática com uma turbina eólica construída nos laboratórios do Campus Maceió.

A ideia era provar a viabilidade da energia eólica como uma alternativa aos combustíveis fósseis, não poluente e econômica. A experiência prova que a turbina, futuramente, pode se tornar um produto comercial, após o aprimoramento da pesquisa e aperfeiçoamento do protótipo criado, que tem utilização viável quando instalada em locais altos e abertos.