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Projetos de Extensão estimulam debate sobre Gênero e Diversidade e combatem o preconceito

publicado: 20/09/2017 17h29, última modificação: 20/09/2017 17h50
Exibir carrossel de imagens Roda de Conversa sobre Gênero e Diversidade. [Fotos: Gabriela Rodrigues]

Roda de Conversa sobre Gênero e Diversidade. [Fotos: Gabriela Rodrigues]

Questões relacionadas a empoderamento feminino, igualdade de gênero, raça e religião na escola, preconceito e evasão escolar, identidade e história movimentaram o Congresso Acadêmico do Ifal – Conac durante a roda de conversa “Gênero e Diversidade”, que possibilitou a troca de experiências e estimulou o debate entre os alunos sobre as ações extensionistas do Ifal voltadas ao tema. O debate foi mediado pela professora Elaine Raposo, do Campus Marechal Deodoro, que conduziu a conversa e estimulou os estudantes a expor suas experiências e opiniões.

Quatro das cinco ações apresentadas durante a roda de conversa foram do Campus Maceió. Os debates “ferveram” em torno dos projetos “Empoderamento como um novo mecanismo de inserção social na busca pela igualdade de gênero e de desenvolvimento social”, “Lendo Mulheres Negras: resgate da construção social da história e literatura produzida por mulheres negras”, “Escola para a diversidade”, e “Racismo e preconceito no cotidiano escolar”, desenvolvidos por estudantes do ensino médio de diferentes cursos do Campus Maceió e em funcionamento nas escolas da rede pública de ensino.

EMPODERAMENTO & COMBATE AO PRECONCEITO

“Falar de racismo, da história da mulher negra no Brasil e de sua participação na literatura não é tarefa fácil, pois estes são temas vistos como tabus e é um processo constante de desafio e aprendizado”. Com esta afirmação, as estudantes do 4º ano do curso técnico de Química Ana Letícia e Bruna Pires definem o “desafio diário” de levar aos alunos do ensino médio da Escola Estadual Princesa Isabel conhecimentos sobre política, literatura e história do Brasil, associados à conscientização sobre o passado de mulheres negras e aos preconceitos vivenciados por conta de raça, classe e gênero. A ação “Lendo Mulheres Negras” busca promover o debate e a conscientização dos estudantes a partir do estudo de obras literárias escritas por mulheres negras do Brasil, a exemplo do livro Quarto de Despejo: Diário de uma favelada, de Carolina Maria de Jesus. As estudantes destacam que a leitura e o debate sobre as obras literárias  aprimora a visão dos jovens da rede pública, combate os procenceitos e promove o respeito à diversidade.

Alexandra Pitombeira e Vitória Ingryd  são alunas do 4º ano de Eletrotécnica e também levaram ao Conac debate sobre questões de gênero. As estudantes atuam na ação extensionista “Empoderamento como um novo mecanismo de inserção social na busca pela igualdade de gênero e desenvolvimento social”, promovendo rodadas de bate papo e atividades lúdicas com alunas da Escola Estadual Manuel Simplício, com objetivo de diminuir as desigualdades em sala de aula e encorajar atitudes de combate à discriminação. “Buscamos promover uma mudança de mentalidade diante de situações nas quais as meninas se sentem intimidadas, como em casos de assédio cometidos por professores e em brincadeiras desrespeitosas dos colegas”, explica Alexandra. A ação inclui, também, abordagens sobre o papel de mulheres influentes como Leila Diniz, Malala, Dandara e Nise da Silveira, por meio de exposição, vídeos e debates.

 Jadyson Arthur da Silva, do 4º ano de Edificações, e Luísa Moura Andrade, do 3º ano de Informática levam aos alunos da Escola Estadual Rubens Canuto questionários. Debates e análises de letras de música com conteúdo machista/homofóbico, tudo isto para conscientizar alunos da rede pública de ensino sobre a importância da empatia  e do respeito às diferenças. No projeto “Escola para a Diversidade” os estudantes alertam outros jovens para o combate ao assédio e à violência no ambiente escolar e para que nunca deixem de fazer algo por conta do gênero, raça ou orientação sexual.

O respeito às diferenças também é o foco do projeto “Racismo e Preconceito no Cotidiano Escolar”. João Pedro Lins, do 3º ano de Estradas, explica que a ação extensionista funciona no 1° ano do ensino médio da Escola Estadual Drª Eunice de Lemos Campos, provocando, nos alunos, a reflexão sobre sua identidade. O projeto inclui a utilização de questionários entre os alunos (quando aplicada a pergunta “Com qual cor você se define?” foi constatado que poucos se identificam, de fato, como negros), confecção de cartazes e dinâmicas eu demonstrem o empoderamento e a importância do ser negro, além da análise de músicas que trazem a hipersexualização da mulher negra. O objetivo da ação é estimular a aceitação e autoafirmação dos negros.