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Exposição revela talentos de artesãos alunos do Ifal Maceió

publicado: 27/09/2018 13h42, última modificação: 27/09/2018 13h42
Exibir carrossel de imagens Pedrocas é Mestre em Cultura Popular e Patrimônio Vivo do Estado,e aluno do Curso Técnico em Artesanato do Ifal.

Pedrocas é Mestre em Cultura Popular e Patrimônio Vivo do Estado,e aluno do Curso Técnico em Artesanato do Ifal.

Gabriela Rodrigues e Jhonathan Wilker - Jornalistas 

Eles são artesãos há mais de quarenta anos, detentores de saberes populares que são a “cara” das Alagoas e viram, no curso técnico em Artesanato na modalidade de Educação de Jovens e Adultos - PROEJA, do Ifal Campus Maceió, um “divisor de águas” para desenvolver suas vidas e suas artes. Maria José da Silva, Eduardo Faustino e Pedro Cassiano dos Santos são alguns dos artistas responsáveis pela mostra de artesanato do Campus Maceió, dentro da programação do III Conac e da Mostra Ifal.

Maria José da Silva tem cinquenta anos e demonstrou, ainda na infância, o gosto por artesanato. Maria José traz para o Conac cactos em feltro, aplicações de crochê em porta-moedas, bijuterias e panos de pratos, e peças de roupas em renda de filé. A artesã é integrante do Grupo Mandacaru de Economia Solidária e comercializa suas pelas em shoppings de Maceió. Maria José revela que há mais de quarenta anos exerce o ofício que aprendeu em sua família e ao observar outras artesãs, mas que jamais fez um curso para aprender técnicas ou aprimorar seus saberes. “O curso de artesanato muda tudo porque com ele me tornei capaz de aprimorar os meus produtos. Aprendemos sobre o quanto a qualidade do material e o acabamento das peças faz a diferença, o quanto agrega valor ao que fazemos. Reflete no preço e nos nossos ganhos”, destaca a artista, aluna do 4º período de Artesanato.

                        

Já Eduardo Faustino é ceramista há mais de cinquenta anos. Aos 69 anos, Eduardo revela que as técnicas aprendidas no curso técnico em artesanato também influenciaram em suas obras, agregando valor. “O que eu aprendi neste curso, não tem dimensão. Tudo é muito mais valorizado depois que concluí o curso. Além do mais, nós temos a credibilidade de uma formação no Instituto Federal”, destaca Eduardo. Em suas peças, o ceramista reproduz figuras e personagens regionais. Eduardo concluiu o curso técnico de Artesanato em julho deste ano e já expôs e comercializou suas peças em outros Estados.

Também com uma trajetória de mais de 50 anos no artesanato, o escultor Pedro Cassiano dos Santos, o “Pedrocas”, traz para a exposição no Conac esculturas em madeira talhada e côco. O escultor, de 76 anos, também é aluno curso técnico de Artesanato, e a originalidade e o capricho de suas obras rendeu-lhe o título de “Patrimônio Vivo do Estado”, em certificado entregue pela Secretaria de Estado da Cultura de Alagoas no ano de 2013. Pedrocas produz e comercializa suas obras e também dá aulas para novos escultores.

O Ministério da Cultura concedeu ao artista o certificado de Mestre da Cultura Popular de Alagoas. “Sou considerado mestre da cultura popular, mas nunca tive uma formação. Só agora, aos 76 anos, tive a oportunidade de uma formação técnica. Já ensinei artesanato a vida inteira e há muita gente, e aprendi muito também vendo outros escultores. Mas o que aprendemos aqui é fantástico. A gente melhora o que já sabe, aprende artes plásticas e aprende a linguagem técnica e científica. Todo o conhecimento aumenta, e com a técnica, o trabalho fica ‘outra coisa’”, revela o escultor, cheio de orgulho. Pedrocas começou a esculpir, ainda na infância, figura em frutas, argila, batata e macaxeira. Ao longo dos seus 50 anos de trajetória nas artes, Pedrocas passou a dominar técnicas de artesanato com madeira, pedra, resina, côco e borrachas. O escultor é aluno do 4º período do curso técnico em Artesanato.

TIME DE ARTISTAS

A professora dos cursos de Artesanato e de Design do Ifal Maceió Juliana Aguiar destaca que ao todo participam da exposição de artesanato do Conac e da Mostra Ifal  onze artesãos, entre estudantes e egressos do curso técnico pelo Proeja. Boa parte dos produtos ali expostos foram desenvolvidos para a banca de avaliação da disciplina de Ateliê, onde foram tomados em consideração os processos metodológicos utilizados pelos alunos. Outras peças seriam produzidas em casa pelos artesãos e estariam disponíveis à venda.

Completando o time de artesãos alunos do Proeja, estavam Andrea Nascimento, com seus trabalhos de biscuit, e Maria Cristina da Silva, uma artesã do filé, renda tipicamente alagoana considerada Patrimônio Imaterial do Estado. “Faço bonecos, crochê e filé. Aqui também aprendi a utilizar outros materiais, como arame e argila. Em um trabalho, por exemplo, fiz uma escultura de um mutum e pude dar de presente para a professora que pesquisa a ave”, recordou Cristina.