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Desenvolvidos pelo Ifal, equipamentos para combate ao coronavírus serão entregues no Hospital do Coração nesta sexta-feira (11/06)

por Gabriela Rodrigues publicado: 08/06/2021 18h34, última modificação: 18/06/2021 13h33

Serão entregues nesta sexta-feira, 11/06,  às 9 horas, no Hospital do Coração, em Maceió, as luminárias desenvolvidas para combater o coronavírus, especialmente em ambientes hospitalares, utilizando tecnologia de radiação Ultravioleta – tipo C (raios UV-C) em lâmpadas acopladas a uma estrutura de plástico que, quando acionadas,  destroem o material genético do vírus, quebrando suas moléculas.

As luminárias móveis e com uma estrutura móvel são compostas por dez lâmpadas de 75 watts e tem acionamento remoto.Dois modelos de luminárias germicidas serão aplicados no Hospital do Coração durante 30 dias, para análise funcional e definições de possíveis melhorias a partir da prática no ambiente hospitalar. Uma é a chamada Direct UV, composta por uma estrutura fixa e uma lâmpada de 20 watts e com acionamento manual. Já a outra luminária, maior e com uma estrutura móvel, é composta por dez lâmpadas de 75 watts e tem acionamento remoto. 

As luminárias que serão utilizadas no Hospital, bem como o robô “Lampião”, que utiliza a mesma tecnologia de radiação UV-C, foram desenvolvidos pelos pesquisadores do Grupo de Pesquisa em Redes Inteligentes - GPRI do Ifal Campus Maceió, Alberto Jorge Santos, Jacksiel José de Abreu, Allisson Luiz Nascimento, Rômulo Afonso de Omena, Demétrius Pereira Morilla e José Henrick Viana Ramalho, todos professores dos cursos técnicos de Eletrônica, Eletrotécnica e Química do Ifal Campus Maceió. O desenvolvimento dos protótipos foi iniciado em 2020, no início da pandemia, e aconteceu no Laboratório Compartilhado de Pesquisa e Inovação do Campus Maceió - Colab.

4f0bc17b-7c4f-41c6-9508-19d318ccdc10.jpgO projeto Lampião e a luminária para desinfecção de ambientes contaminados surgiram da observação sobre o risco de contaminação por coronavírus em ambientes frequentados por profissionais de saúde, sobretudo os hospitais. Pensando em reduzir em larga escala os índices de contágio nesses locais, e na possibilidade posterior de aplicação em ambientes de acesso público, os pesquisadores do Ifal criaram, de forma artesanal e durante o período de isolamento social, um robô com materiais simples (uma “carcaça” de plástico, pneus pequenos para locomoção, inteligência armazenada em uma placa arduíno e lâmpadas UV), capaz de destruir o vírus, tendo como referência modelos já adotados na China, Singapura e em países europeus.

Professores desenvolvem projeto no Colab - Ifal MaceióNo caso das luminárias com radiação UV que serão utilizadas no Hospital do Coração, os pesquisadores destacam que a usabilidade, o baixo custo e a sustentabilidade da tecnologia se devem principalmente à utilização de materiais reaproveitados.  Todas as luminárias foram construídas com reciclagem de materiais que seriam descartados, como sobras de tubulações hidráulicas, suportes com pequenas rodas para gabinetes de computadores, que foram desmontados para construir a base de luminárias e cortados para construir fechamentos, além de pedaços de chapas de MDF e de cantoneiras com perfil "U", que seriam descartadas.

PARCERIAS

A luminária estáticaA parceria do Instituto com o Hospital do Coração tem o objetivo de  de atestar a eficiência contra vírus, fungos e bactérias, para o combate ao coronavírus, e contribuir na redução de contágio e infecções hospitalares. O projeto também fruto da expansão da parceria entre o Ifal e outras instituições como a Universidade Federal de Alagoas, Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas, Centro de Estudos Superiores de Maceió, Universidade Federal Do Vale Do São Francisco e Universidade Federal do Triângulo Mineiro.

pró-reitora de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação do Instituto, Eunice Palmeira, destaca que a parceria entre as instituições foi fundamental para o avanço da pesquisa e para fortalecer o ecossistema de iniciativas em extensão tecnológica e pesquisa aplicada, fatores que transpõem os muros do Ifal e favorecem a aplicação prática da ciência na comunidade.  "São ações como o teste in loco que nos dão a visibilidade enquanto parceiros e e mostram à comunidade o potencial que temos.  O nosso Estado cresce à medida que também cresce o compartilhamento de ideias e a produção conjunta. Isto nos fortalece para atrair recursos e ampliar possibilidades" , avalia a pró-reitora. 

INVESTIMENTOS

Professores desenvolvem projeto no Colab - Ifal MaceióPara desenvolver iniciativas de pesquisa científica em Institutos Federais de todo o país, como o robô Lampião e as luminárias móveis e fixas com radiação UV-C, o Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif) liberou, em 2020, recursos da ordem de R$ 310 mil destinados a ações de prevenção e combate à Covid-19. Para o projeto Lampião, que inclui o desenvolvimento das luminárias e o próprio robô, foram investidos R$32.978. Para que a pesquisa fosse contemplada com esse repasse, a Pró-reitoria de Extensão do Instituto - Proex, lançou uma chamada simplificada entre coordenadores e grupos de pesquisa para a submissão de projetos e a consequente distribuição de recursos que pudessem impulsionar o desenvolvimento das pesquisas.

AVANÇOS

Além das duas luminárias entregues no Hospital do Coração, o grupo permanece trabalhando em três robôs, modelo Lampião, e três luminárias  Direct-UV, que serão testados em hospitais públicos. 

Professores desenvolvem projeto no Colab - Ifal Maceió

Os protótipos serão construídos em virtude de aprovação do projeto em edital do Programa Pesquisa para o SUS - PPSUS, cujo aporte de recursos é do com recursos do Ministério da Saúde para inserção da tecnologia no sistema SUS.

De acordo com o professor Allisson Luiz Nascimento, nesta nova fase da pesquisa, os protótipos serão aplicados em ambientes hospitalares de baixa, média e alta complexidade, nos municípios de Arapiraca e Maceió. O hospital de Baixa complexidade é um centro de tratamento para pré-diabéticos, o de Média é um centro de fechamento de feridas e o de Alta é um centro de tratamento de pacientes transplantados renais. Há ainda parcerias sendo viabilizadas com duas empresas, para industrialização e aplicação em diversos tipos de ambientes com alto fluxo de pessoas e também de natureza hospitalar.