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Coretfal reapresenta espetáculo "Festança" no Teatro Deodoro

publicado: 02/08/2023 19h02, última modificação: 16/08/2023 11h28

Nesta quarta-feira, 16 de agosto, o Coral do Instituto Federal de Alagoas - Coretfal –  reapresenta, no palco do Teatro Deodoro, às 19 horas, o espetáculo temático Festança, celebrando a trajetória de 50 anos de atividades ininterruptas que começaram pelas mãos de sua fundadora, a maestrina Maria Augusta Monteiro, e seguem sob regência da maestrina Fátima Menezes.

Festança é inspirado na obra homônima do maestro Almir Medeiros – há muitos anos parceiro musical e amigo do grupo. O espetáculo, produzido através do Edital do projeto Teatro Deodoro é o Maior Barato, é realizado pelo IMAM – Instituto Maria Augusta Monteiro e tem apoio do IFAL. “O Coretfal faz parte da biografia alagoana e é o orgulho da nossa instituição”, celebra o reitor do IFAL, professor Carlos Guedes.

Os ingressos podem ser adquiridos online AQUI ou presencialmente no Empório Farol (Av. Aristeu de Andrade, 309, Farol). Na compra do ingresso, o cliente ganha 10% para consumo no restaurante.

Festança

FestançaO espetáculo remete a memórias de infância, no bairro do Pontal, costuradas pelas linhas das filezeiras que até hoje emolduram cenas do cotidiano da comunidade situada entre o mar e a lagoa Mundaú. As festas, sempre transitando, com graça, entre o sagrado e o profano; a pescaria, garantindo o sustento de famílias inteiras; as brincadeiras de rua, ainda sem os medos contemporâneos; a expectativa pela chegada do Natal, São João e Carnaval, prenúncio de roupa nova e folia; o dia do padroeiro, São Sebastião, celebrado com devoção e esperança no que há de vir, igreja cheia.

Almir Medeiros puxou o fio dessas vivências – comum a todos os bairros, de todas as cidades do planeta, mas tão especial ao olhar de quem protagoniza a aventura de estar ali. Foi como se quisesse apresentar, ao resto do mundo, aquilo que os personagens da “mitologia do pontal” já enovelam, tecem e dão forma, desde sempre. Começou a traduzir essas lembranças em partituras e instrumentos de orquestra e se percebeu narrando a própria história, de trás pra frente. O designer gráfico, Silvano Almeida, outro pontalense de raiz, captou essa emoção e a ilustrou nas tramas do filé, milimetricamente desenhadas nas peças da comunicação visual do espetáculo.

Fátima Menezes, a regente do grupo e herdeira da batuta de Maria Augusta Monteiro, ao ser apresentada ao ainda embrião do Festança, reconheceu na obra do amigo o melhor caminho para comemorar uma data tão significativa: “foi a forma mais feliz de celebrar o Jubileu de Ouro do Coretfal e a memória de nossa fundadora, Maria Augusta Monteiro, minha mãe, que dedicou tantos anos de sua vida à música e ao grupo e me deixou esse legado de inestimável valor histórico, artístico e humano”. Almir referenda: “Se a estreia de uma obra já é uma alegria imensurável para o compositor, imagina ver essa obra sendo cantada em comemoração aos 50 anos de um grupo que é referência no canto coral no país!”.

FestançaA proposta estética de Festança inclui esperta e assertiva brincadeira com luz e sombra, por onde desfilam traquitanas manipuladas, à guisa de memórias e surpresas. É como um convite a adivinhar, compor junto, mergulhar em histórias alheias que encantam e se tornam coletivas. O espetáculo nega o falso dilema entre “erudito” e “popular”. Na verdade, em momento algum essa questão aparece como pauta. Festança deixa claro que o mais relevante em uma obra de arte é a possibilidade de fomentar acesso a cada experiência que as linguagens artísticas promovem. Flávio Rabelo define bem esse sentimento: “o que teremos em cena é esse ato duplo: festejar cantando nossas festas, num desejo intenso de reverenciar os que vieram antes e animar os que virão. Para que as nossas festas e todas as sabedorias a elas inerentes sejam cada vez mais praticadas e tenham seu devido lugar no nosso imaginário. Para firmar a importância da memória enquanto gesto criativo, capaz de recriar não apenas o passado, mas também o futuro, ao abrir novas possibilidades de existência, individuais e coletivas”.

* Com informações da produção do espetáculo