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Agosto Lilás: Ifal Maceió coloca em debate violência contra meninas e mulheres
Agosto Lilás: Ifal Maceió coloca em debate violência contra meninas e mulheres
Instituído em agosto de 2006 diante da sanção da Lei Maria da Penha, o Agosto Lilás é uma campanha anual de conscientização e enfrentamento à violência contra as mulheres, que busca alertar mulheres e meninas sobre sinais de violência além de busca fortalecer a rede de proteção, incluindo serviços de atendimento, acolhimento e acompanhamento psicológico e jurídico.
No Ifal Maceió, eventos promovidos pelo Núcleo de Gênero, Diversidade e Sexualidade (Nugedis) em parceria com o grupo de pesquisa Digeneri e a e a Coordenação de Ciências Humanas e suas Tecnologias (CCHT) e pela Comissão de Saúde e Qualidade de Vida do Campus Maceió alertaram sobre a importância da campanha, informaram sobre os serviços disponíveis para mulheres em situação de violência, como o Disque 180 e outros canais de denúncia e atendimento além de estimularem a discussão sobre o tema e a mudança de comportamentos e atitudes que perpetuam a violência.
Uma ação integrada entre o Nugedis, o Digeneri (CNPq) e a CCHT do campus trouxe ao Ifal Maceió o debate sobre "Políticas Públicas de enfrentamento à violência contra meninas e mulheres". O evento reuniu a policial militar Rafaela Ambrósio, integrante da tropa operacional da Patrulha Maria da Penha, a juíza Priscilla Emanuelle Cavalcante, integrante da Coordenadoria da Mulher do TJ/AL e a professora de Sociologia Rafaela Mendonça, do Ifal Maceió. Juntas, as debatedoras trouxeram o foco para a atuação estratégica da Patrulha Maria da Penha no combate à violência contra a mulher em Maceió e o papel do Poder Judiciário no enfrentamento à violência contra meninas e mulheres na capital alagoana.
Já a Comissão de Saúde e Qualidade de Vida do campus promoveu palestra com a advogada Paula Simony Lopes Ferreira, especializada no atendimento a mulheres vítimas de violência pela Secretaria Nacional de Mulheres da Presidência da República. Na ocasião, a advogada falou em medidas preventivas, expôs de maneira didática para a comuniodade acadêmica comportamentos abusivos que podem levar a casos de violência e feminicídio e alertou meninas e mulheres sobre a importância da denúncia pelo Disque 180 e na Delegacia da Mulher.
"Ao menor sinal de violência, é preciso estar alerta, afastar-se do agressor e denunciar. Sabemos o quanto muitas mulheres têm dificuldade para sair do ciclo do abuso, pois comportamentos de homens abusivos mesclam momentos de muito romantismo e afeto com outros de tensão, agressão verbal, desrespeito e violência física que em muitos casos pode levar à morte da vítima", explicou a palestrante. "Muitas das vítimas dependem economicamente do abusador, temem a denúncia ou silenciam como meios para proteger a própria família. Mas as consequências de permanecer nesse vínculo são devastadoras e por muitas vezes irreversíveis. É preciso buscar ajuda, redes de apoio social e psicológico e a conscientização para identificar este tipo de ciclo", destacou Paula Simony.
Números
Os dados da violência contra a mulher no Brasil são alarmantes. Os registros mais recentes apontam que 30 mulheres sofrem agressão física por hora. Uma menina ou mulher é estuprada a cada 10 minutos no país. A cada dia, três mulheres são vítimas de feminicídio. A cada dois dias, uma travesti ou mulher trans é assassinada.
Os dados constam na plataforma Violência contra as Mulheres em Dados, site que reúne pesquisas, fontes e sínteses sobre o problema no Brasil. Informações divulgadas pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostram que, no ano passado, os registros de estupro de mulheres e meninas chegaram a 56.098 casos no país.
Denúncia
A Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180 é um serviço de utilidade pública essencial para o enfrentamento à violência contra as mulheres. A ligação é gratuita e o serviço funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana.
O Ligue 180 presta os seguintes atendimentos:
Orientação sobre leis, direitos das mulheres e serviços da rede de atendimento (Casa da Mulher Brasileira, Centros de Referências, Delegacias de Atendimento à Mulher (Deam), Defensorias Públicas, Núcleos Integrados de Atendimento às Mulheres, entre outros.;
Informações sobre a localidade dos serviços especializados da rede de atendimento;
Registro e encaminhamento de denúncias aos órgãos competentes;