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2 Moove: Pesquisa do Ifal Maceió cria e aperfeiçoa bicicleta movida a energia solar

A solução faz parte de projeto PIBITI a agrega otimização de mobilidade urbana à sustentabilidade e "Internet das Coisas"
por Gabriela Rodrigues publicado: 18/01/2021 09h49, última modificação: 18/01/2021 10h26

Alternativa para a mobilidade urbana, sustentabilidade e maior alcance do que o atingido por bicicletas convencionais: foi reunindo esses três principais elementos que integrantes do laboratório LabTeca, com a apoio da Coordenação de Informática, ambos do Ifal Campus Maceió, desenvolveram um protótipo de bicicleta elétrica recarregável por energia elétrica e com potência e autonomia que aumentam seu raio de alcance em relação às bicicletas tradicionais: é a chamada Bike Elétrica 2MOOVE™, que faz parte do projeto Moobi Verde e agrega mobilidade urbana à utilização de energia solar que impulsiona um sistema mecânico instalado à bike.Projeto 3D de uma estação de aluguel e recarga de bikes (2Moove), usando energia foto voltaica

A ideia do projeto para a  Bike Elétrica 2MOOVE™ foi iniciada pelo aluno de Engenharia Civil do Campus Maceió Deyvid Chaves, que tinha realizado duas iniciações científicas sobre mobilidade urbana na cidade de Maceió. O estudante procurou apoio da equipe do LabTecA - um laboratório do Ifal coordenado pelo professor Marcelo de Assis e que é polo de pesquisa em eletrônica e eletrotécnica no Campus Maceió -  para apresentar as propostas iniciais para a bicicleta elétrica. Nasceu o projeto de pesquisa dentro do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação - PIBITI: Modelo de uma bicicleta elétrica recarregável para mobilidade na cidade de Maceió.

Equipe de alunos pesquisadores integrantes do Labteca, no início do projeto (foto feita antes da pandemia da Covid-19).O objetivo deste projeto foi construir um modelo de bicicleta elétrica de baixo custo, usando o máximo possível de matéria prima nacional, zelando pela sustentabilidade e pela autonomia e bom desempenho mecânico em seu funcionamento. Este projeto foi executado durante os 12 meses da pesquisa. Ao final do projeto, foi apresentada a primeira versão da bicicleta elétrica batizada de 2Moove, ainda como um protótipo, ainda em aperfeiçoamento.

Conectando a 2Moove à Internet

Para aperfeiçoar o projeto da bicicleta elétrica, o professor Tárcio Rodrigues, da Coordenação de Informática do Campus Maceió, aderiu ao projeto, agregando à ideia os conhecimentos sobre a chamada Internet das Coisas (IoT), considerando a possibilidade de conectar a bicicleta elétrica à Internet, usando, para isto o contexto de um serviço de compartilhamento online de bicicletas. Tal contexto permitiria monitorar o funcionamento do equipamento com relação à autonomia dada pelo motor elétrico, rastreá-lo, acompanhar sua rota e desempenho, bem como usar o veículo como plataforma para monitorar diversas variáveis ambientais de interesse (qualidade do ar, das vias, condições de tráfego, alternativas de acesso, etc).Protótipo de rastreador  usando micro-controladores. O uso da IoT oermite o acompanhamento e melhor uso das bikes elétricas.

O projeto também gerou a oportunidade para utilizar uma plataforma de desenvolvimento de produtos IoT desenvolvida pelo Centro de Estudos Avançados do Recife – CESAR – que é objeto de um convênio de cooperação técnica entre o CESAR e o IFAL: A plataforma KNOT, cujo foco é justamente a utilização da Internet das Coisas. Assim nasceu o projeto Moobi Verde™: Um bicicletário Inteligente de baixo custo para bicicletas elétricas 2MOOVE™, usando a plataforma Knot, uma plataforma “interoperável”, que agrega à ferramenta (no caso, à bike elétrica) melhor alcance de comunicação e de taxa de transmissão, baixo custo e baixo consumo de energia.

O projeto 2MOOVE™ foi renovado para a rodada PIBITI 2020-2021, agora contando também com a co-orientação do professor Edison Camilo, da Coordebação De Informática do Campus Maceió, bem como com a participação voluntária dos alunos do Labortório de Intetnet das Coisa, IoT-Lab, do Ifal Maceió: Amós Aureliano, Felipe Tenório, Kin Torres, Luiz Carlos Vilela e Sallys Carlos da Silva. Algumas possibilidades de parceria interinstitucional tem sido exploradas, tais como com parcerias com a equipe de sistemas embarcados da UNIT, coordenada pelo professor Francisco Vital, bem como com o Laboratório Edge, da UFAL, coordenado pelo professor Rodrigo Peixoto.

Dificuldades enfrentadas

Deyvid Chaves e um protótipo da bicicleta elétrica 2MooveO professor Tárcio Rodrigues e o estudante idealizador da proposta  Deyvid Chaves relatam que na fase inicial do projeto de conectividade da bicicleta elétrica à Internet houve a necessidade de uma grande curva de aprendizado do único bolsista do projeto às novas tecnologias sendo empregadas: conhecimento em redes de computadores, programação embarcada de dispositivos IoT (Internet das Coisas), uso de plataformas de computação em nuvem. Foi necessário recrutar voluntários da área de TI com o conhecimento técnico necessário para desenvolver o projeto no ritmo necessário.

“Um serviço de compartilhamento de bicicletas experimental deve funcionar em um ambiente controlado, entretanto não faz sentido ser oferecido dentro de um campus do IFAL, pois as distâncias são muito curtas e não há vias adequadas para a circulação de bicicletas”, relata o professor. “Foi necessário encontrar um contexto mais plausível para o uso deste serviço. Pensamos em rodar o serviço no campus Maceió da UFAL, já que as bicicletas poderiam ser usadas de forma integrada com os ônibus que circulam dentro da cidade universitária, representando a última milha entre os pontos de ônibus e os blocos onde as aulas são ministradas”, destaca.

Outro ponto relatado como desafiador para os pesquisadores envolvidos é o fato de o projeto apresentar um alto custo com logística. Embora as bikes funcionem com energia ecológica e composições de baixo custo, o desenvolvimento de cada uma implica em custos que compreendem desde os materiais para a composição de bicicletas, até os EPI´s, dispositivos conectados e custos com comunicação de dados, não coberto pelo PIBITI.

Outro ponto desafiador para o andamento da pesquisa, foi o afastamento social imposto pela pandemia da Covid-19. “Devido ao isolamento social, não foi possível reunir o time de desenvolvimento do projeto para compartilhar os poucos kits de equipamentos disponíveis para a prototipação das bicicletas conectadas. Isto tem sido um grande obstáculo para o avanço do projeto. Além do que, o Ensino Remoto Emergencial tem apresentado uma carga de trabalho bastante concentrada para alunos e professores envolvidos no projeto, acabou sobrando menos tempo para dedicarmos á pesquisa”, relata o professor Tárcio.

Perspectivas

Protótipo do bicicletário físico 2Moove (estacionamento + carregamento das bikes elétricasAtualmente, os bolsistas do projeto estão trabalhando na parte de rastreamento (captura de coordenadas via GPS) e armazenamento de dados em nuvem, usando diversas alternativas de transmissão de dados.  Como avanços mais recentes, a equipe criou os protótipos do bicicletário, no qual as bicicletas são “abastecidas” pela energia gerada pelas placas solares. As pesquisas recentes também geraram um protótipo de rastreador usando micro-controladores e um ambiente integrado de desenvolvimento, na qual são reunidas todas as informações “coletadas” pelas bikes elétricas durante seu uso e trajetória.