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Projeto de Extensão no Campus Batalha encena "O Auto da Compadecida", de Ariano Suassuna
Alunos da unidade do Ifal fazem apresentações em diferentes municípios do Sertão Alagoano
Por Mírian Félix, estagiária de Jornalismo
Nesta quarta-feira (29), a Escola Estadual Cônego Jasson Santosa, do município de Jacaré dos Homens recebe o Grupo de Teatro do Campus Batalha para encenação de O Auto da Compadecida, de “Ariano Suassuna”. Após duas apresentações, realizados em Capelinha, povoado de Major Isidoro e em Olho D’Água das Flores, sempre escolas estaduais, os estudantes do Instituto Federal de Alagoas (Ifal) vem despertando o interesse por onde passa.
Ao todo, são 16 alunos participantes, sendo seis bolsistas e 10 voluntários, que participam de um projeto de extensão que visa disseminar o teatro pelo Sertão alagoano. Coordenado pela professora de Artes Marina Milito, o grupo faz parte do edital Artifal.
”A gente iniciou o trabalho com o grupo de teatro em julho, então nesses seis meses a gente veio trabalhando técnicas teatrais, improvisação, criação de personagem. Depois nos debruçamos sobre o texto e a adaptação dele”, contou Marina Milito.
Por meio da iniciativa, os estudantes estão descobrindo talentos que não conheciam. Lavínia Barbosa, aluna do segundo ano de Agroindústria explica como foi colaborar com a iniciativa:
“Teatro foi uma coisa pela qual eu nunca me interessei e nunca fiz na vida. Então, na realização dessa peça, eu tive uma experiência muito boa com o teatro. Como eu disse, foi uma coisa nova, e eu achava que eu não ia gostar e achei que eu não fosse conseguir fazer o que a Marina me colocou para fazer, mas ela me mostrou que eu era capaz de fazer, e foi uma coisa nova. O projeto em si mostra para a gente que a gente pode fazer o que a gente quiser, é só tentar e tentar.”
Para Jadson Leite, também aluno do segundo ano de Agroindústria, comentou que sua participação foi estimulada por afinidades. “Fiquei sabendo do edital através da professora Marina, quando eu me ofereci para fazer parte do projeto dela, devido ao fato de que eu já tinha uma certa intimidade com a professora, amo o jeito de ela dar aula. Fazer parte do projeto foi uma experiência inovadora, pois, eu nunca tinha participado de nenhuma peça. Então, foi algo muito bom que me trouxe bastante conhecimento e perspectivas diferentes sobre o teatro”, disse o aluno.
Por trás das cenas
A peça foi produzida a partir de encontros semanais, no Campus Batalha, em que foram desenvolvidas as atividades de execução da peça. A escolha do texto de Ariano Suassuna, foi por se tratar de um clássico da cultura nordestina. Escrita em 1955, a peça é dividida em três atos e mistura elementos do cordel, arte da qual o autor sofreu muita influência, costumes e linguagem populares, práticas religiosas, tudo retratado com humor satírico.
Protagonistas do projeto, os alunos estiveram envolvidos em todo o processo de criação e execução da peça: desde a produção do cenário e figurino, a captação de recursos financeiros e adaptação do texto. Atuaram inclusive na organização das apresentações nas escolas e na articulação, para conseguir transporte para o deslocamento para as encenações, junto às prefeituras.
“Como o projeto não tinha verba para execução material, para adquirir materiais, os alunos conseguiram algumas doações de apoiadores e fizeram duas rifas para conseguir a verba. E fizeram cenário e figurinos com essa quantia”, explicou Marina Milito.
Para Caique Matheus Gonçalves, aluno do segundo ano de Biotecnologia, os vínculos e a compreensão da docente foram essenciais no estímulo dos alunos. “Ela me fez um convite para participar do projeto e eu aceitei, por já ter tido contato antes com o teatro e por eu me interessar pelo teatro e já ter feito apresentações teatrais em outras escolas”, relata.
Para quem mora em Batalha, ainda é possível ver a peça. Ela será encenada, no Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculo (SCSV) da prefeitura municipal da Secretaria de Assistência Social, terça-feira, 6 de dezembro, a partir das 15h. No dia 16, a peça fará parte do encerramento da Mostra de Integrações Interdisciplinares, a partir das 14h.
Sob a supervisão de Jhonathan Pino, jornalista.