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Da tradição ao laboratório, produção de novos alimentos é destaque na IV Mostra do Campus Batalha

Saber popular serve como inspiração para várias ideias inovadoras exibidas durante o evento

publicado: 24/10/2018 00h46, última modificação: 24/10/2018 01h03

Ontem foi aberta a IV Mostra de Ações Multidisciplinares, evento anual do IFAL Campus Batalha, no qual alunos e servidores divulgam aos públicos interno e externo à instituição os trabalhos científicos e artísticos que desenvolveram desde o início do ano em nosso campus. Entre apresentações orais, banners, stands, salas temáticas e audiovisual, um total de 56 ações têm sua culminância nos dias 22, 23 e 24 de outubro deste ano.

Durante a manhã, vários trabalhos foram exibidos. Entre eles, alunos do curso integrado de agroindústria da instituição dispuseram à degustação o cookie de farinha de semente de jaca, sob a orientação da professora de agroindústria Kerolayne Leite. Sobre o projeto, Renata Maciel (foto, segunda à esquerda), aluna do ensino médio integrado em agroindústria, diz que sua equipe se inspirou em sua própria vivência para o desenvolvimento do produto: "No início, procuramos um resíduo que pudéssemos aproveitar. Então pensamos em nossas tias e mães, que cozinhavam o caroço da semente de jaca para a alimentação, quando não havia o que comer. Daí achamos interessante esse uso, porque se é possível comer o caroço da jaca cozido, então poderíamos fazer outro produto com esta semente", revela a discente. Ela reconhece o legado que seus antepassados deixaram: "Devemos agradecer a eles, pois foi a partir deles que temos curiosidade de pesquisar as propriedades que este alimento pode nos proporcionar".

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Outro produto de destaque exibido na parte matutina da Mostra foi a geleia de acerola com adição do extrato de própolis, orientado pelo técnico de laboratório Filipe Melo, unindo duas frutas proeminentes no estado em um produto consumível: "a acerola é uma fruta muito produzida aqui no Nordeste, pelo clima e pelo solo de nossa região. O extrato de própolis é um produto derivado da colmeia das abelhas e compostos fenólipos, que ajudam na nossa dieta nutricional. Então nós pensamos na junção destes dois produtos, dando mais utilidade à acerola e impulsionando o uso do extrato de própolis que é produzido principalmente aqui em Alagoas", diz Lailla Thaline (foto, segunda à direita), aluna do 4º ano do ensino médio integrado em agroindústria do campus.

mostra03.JPGÀ tarde, foram exibidos mais projetos, entre eles a produção de gelado de tamarindo, orientado pela professora Danielle Lemos. "Esses produtos são muito ricos em nutrientes e, ao invés de descartarmos, por que não reutilizarmos? Escolhemos a polpa de tamarindo porque na nossa região tem uma grande produção deste fruto e poucos o utilizam. Então decidirmos unir o útil ao agradável e, como nosso clima é seco, por que não fazer algo que possa se adaptar a este clima? Fizemos duas formulações, uma com água, açúcar, leite in natura e a outra fizemos com substituição total da água pelo soro do leite, que foi mais bem aceita durante a análise sensorial", diz Graziele Delmiro (foto, primeira à direita), também aluna do 4º ano.

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No turno noturno, foi a vez do técnico subsequente em agroindústria mostrar seus trabalhos. Lizandra Maria (foto, primeira à direita), aluna do 4º módulo do técnico subsequente em agroindústria, relata que a ideia de seu projeto, a produção de doce de batata de umbuzeiro, veio de seu avô, que costumava fazer cocada do inusitado tubérculo desta árvore. "Meu avô fazia para consumo próprio, procurava alguns umbuzeiros de pessoas e fazia", diz a aluna. A ideia inicial era produzir tal cocada, mas a equipe não conseguiu alcançar o saber do avô, já falecido. Como alternativa, eles criaram o doce, que tem uma proporção de batata e açúcar em 50%. O trabalho é orientado também pela professora Danielle.

mostra25.JPGTambém foi apresentado um projeto sobre horta orgânica, orientado pelo professor e coordenador de pesquisa do campus, José Ribeiro. A princípio ele foi desacreditado pelo seu público do povoado de Campo Alegre, na cidade de Jaramataia. "A água lá é de baixa qualidade e escassa, então não quiseram no começo usar porque ia tirar de outro lugar, mas depois que começou a dar certo, o pessoal começou a demonstrar interesse", diz Laura Lilick (foto, segunda à esquerda), aluna do 4º módulo do mesmo curso.

A IV Mostra de Ações Multidisciplinares continua amanhã, dia 24 de outubro, a partir das 8h.