Ifal aprova primeira graduação presencial a ser ofertada na unidade Batalha

O Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) do Instituto Federal de Alagoas (Ifal) aprovou, na terça-feira (11), a criação da mais nova graduação da instituição, o curso superior de Tecnologia em Agroindústria. Trata-se do primeiro a ser ofertado pelo Campus Batalha, como também o primeiro de curso de nível superior a ser ofertado presencialmente no município. A graduação tem duração de dois anos e meio e será ser ofertada no turno noturno. O início das aulas está previsto para fevereiro de 2026.

As inscrições iniciam nesta quarta-feira (19) e ocorrem até o dia 14 de dezembro, por meio da página de Exames do Ifal. O Edital nº 54, do Vestibular 2026.1.12, é voltado para quem terminou o Ensino Médio. Conforme o edital, a seleção será feita em duas etapas: a primeira será com base nas médias de Língua Portuguesa e Matemática; na segunda etapa, será aplicada uma prova de redação aos candidatos, a ser realizado no dia 20 de dezembro. São ofertadas 30 vagas.

Graduação pensada junto aos setores produtivos locais

Para o diretor do Campus, Magno Abreu, apontou que o curso é resultado de uma construção coletiva e estratégica para o desenvolvimento regional. Para ele, sua criação atende a uma demanda concreta da cadeia produtiva local, que identificou a necessidade de formação superior alinhada às potencialidades e desafios do território. A graduação também representaria um marco para o Ifal e para o Arranjo Produtivo Local (APL), com a ampliação de oportunidades, qualificação de profissionais e fortalecimento do desenvolvimento sustentável da região.

" Desde 2023, o Campus Batalha vem trabalhando cuidadosamente na elaboração desse curso, que também será pioneiro no processo de verticalização no âmbito institucional, já utilizando as diretrizes do Projeto Verticaliza do MEC", pontuou. 

O gestor reforça que a construção do Projeto Pedagógico do Curso envolveu diversos atores e fortaleceu o diálogo entre o setor produtivo, comunidade acadêmica e a gestão institucional. "Destacamos o papel fundamental do Departamento de Graduação, vinculado à Proen [Pró-reitoria de Ensino], cuja atuação foi decisiva para consolidar essa proposta".

Reforço ao potencial da indústria alimentícia na região

O chefe do Departamento de Ensino do Campus, Jailson Barros, lembra que o curso foi planejado com base na demanda por profissionais capacitados para atuar em diferentes agroindústrias de processamento de produtos de origem animal e vegetal, não apenas em Alagoas, mas em todo o Brasil.

Como a unidade de Batalha existe desde 2014 e já oferta os cursos técnicos integrados ao Ensino Médio de Agroindústria, Agropecuária e Biotecnologia, a nova graduação irá aproveitar o quadro docente existente e a nova infraestrutura, com a entrega da sede definitiva em 2026, além do potencial da região para a indústria alimentícia, para o seu fortalecimento.

Jailson acompanhou o processo de criação do curso e lembra que a região de Batalha se destaca como uma das principais bacias leiteiras de Alagoas, abrigando diversas indústrias de laticínios e apresentando grande potencial de crescimento econômico.

“Esse contexto reforça a necessidade de formação de profissionais qualificados para atender às exigências de um setor que vem registrando crescimento e a demanda crescente por mão de obra especializada”, explica.

Curso noturno

O docente destaca que a oferta da modalidade no turno noturno busca oferecer a oportunidade para quem trabalha durante o dia ou já atua no setor agroindustrial.

“A ideia é que esses profissionais possam conciliar o trabalho com a continuidade dos estudos e aprimorar conhecimentos e vivências práticas com a ciência e tecnologia que a graduação oferece. O novo curso do Ifal Campus Batalha representa uma oportunidade para quem busca qualificação técnica e científica voltada à inovação e ao desenvolvimento do setor agroindustrial”, aponta Jailson.

Disciplinas

Entre as disciplinas a serem cursadas pelos futuros alunos estão aquelas voltadas ao eixo de conhecimentos básicos, como Português Instrumental, Biologia Geral e Química Geral; do Eixo integrador, como Informática Aplicada à Agroindústria, Estatística da Experimentação e Metodologia do Trabalho Científico, além daquelas do Eixo de conhecimentos específicos, como Introdução à Agroindústria; Analise Sensorial e Tecnologia de Bebidas.

A primeira coordenadora da graduação será a professora Luana Cypriano de Souza. Ela vem atuando na unidade desde 2016 e salienta que todos os eixos são importantes para a formação científica e tecnológica do profissional, mas os profissionais terão uma formação com ênfase na área de laticínios.

“As disciplinas práticas e profissionalizantes, especialmente aquelas voltadas às tecnologias de processamento de alimentos, são fundamentais para a formação técnica dos estudantes. No caso da disciplina de Tecnologia de Leite e Derivados, por exemplo, ela possui uma carga horária maior, considerando que estamos inseridos em uma das mais importantes bacias leiteiras da região, onde há diversas agroindústrias dedicadas ao processamento de laticínios”, reforça a docente.