Notícias
Estudantes do Ifal Batalha realizam Mini COP30 e lançam Carta da Juventude Sertanejo-Alagoana pela Caatinga
O Campus Batalha, do Instituto Federal de Alagoas (Ifal), realizou, entre 18 de agosto e 2 de setembro de 2025, a Mini COP30, um projeto de ensino inovador que simulou, em sala de aula, a Conferência das Partes (COP) da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre mudanças climáticas. A atividade integrou as disciplinas de Bioética e Biossegurança e Filosofia e reuniu estudantes do 1º Ano do Ensino Médio Integrado ao Técnico em Biotecnologia.

Com o tema “Caatinga Viva: Bioética, Ciência e Justiça Climática no Sertão Alagoano”, a iniciativa promoveu debates, negociações e a produção coletiva da Carta da Juventude Sertanejo-Alagoana pela Caatinga, documento que expressa diagnósticos, propostas e compromissos da juventude local diante da crise climática.
Segundo o professor Cosme Rogério Ferreira, coordenador do projeto, a simulação pedagógica da COP foi adaptada à realidade do semiárido e ao bioma caatinga, fortalecendo o protagonismo estudantil e a reflexão crítica sobre os desafios ambientais. “A Mini COP30 mostrou que os jovens do sertão reconhecem sua responsabilidade histórica e cultural em defender a Caatinga, associando ciência, ética e justiça social”, afirmou o docente.
Diagnóstico e propostas 
Na Carta, os estudantes destacam problemas como desertificação, escassez de água, perda de biodiversidade e ausência de políticas públicas eficazes, apontando também a necessidade de maior conscientização ambiental.
Entre as propostas, estão o combate ao desmatamento e à desertificação; o reflorestamento com espécies nativas; a gestão sustentável da água, com incentivo à construção de cisternas e à agroecologia; a educação ambiental permanente nas escolas e comunidades; a fiscalização rigorosa contra crimes ambientais e a valorização dos saberes de povos tradicionais, quilombolas e indígenas.
Compromisso da juventude
No evento, os jovens sertanejos também assumiram compromissos pessoais e coletivos em defesa da Caatinga, como praticar consumo consciente, reduzir o desperdício, reciclar, moderar o uso da água e engajar-se em campanhas comunitárias. “Cada gesto, por menor que seja, pode somar na construção de um futuro sustentável”, diz um trecho da Carta.
O documento ainda convoca governantes, cientistas, educadores, movimentos sociais e comunidades a unirem esforços em defesa da Caatinga, bioma exclusivamente brasileiro e ameaçado pela desertificação. “Proteger a Caatinga é proteger a própria vida”, afirmam os estudantes.
Para Cosme Rogério, a Mini COP30 consolidou-se como uma experiência pedagógica de impacto, articulando ciência, ética e cidadania. “A atividade foi registrada em fotos e vídeos, com plenária final, leitura pública e assinatura coletiva da Carta”, detalha o docente.