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Onze estudantes com necessidades específicas do Ifal são aprovados em universidade federal
Por Samuel Pontes, estagiário de Jornalismo*
O Núcleo de Atendimento a Pessoas com Necessidades Específicas (Napne) comemora a aprovação de 11 estudantes do Instituto Federal de Alagoas (Ifal) na Universidade Federal de Alagoas (Ufal). A aprovação é parte dos resultados obtidos com uma série de serviços voltados à educação inclusiva para os alunos que possuem necessidades educacionais decorrentes de algum tipo de deficiência, transtornos globais de desenvolvimento, transtornos de aprendizagem e altas habilidades/superdotação.
“O Napne possui diversas frentes de atuação. Realizamos desde ações coletivas, que são voltadas para a conscientização e sensibilização para a importância do acolhimento e equidade no tratamento de pessoas com necessidades específicas e envolvem toda a comunidade escolar, até atendimentos individualizados com os estudantes acompanhados e também ofertamos suporte aos docentes e demais servidores que precisem de apoio para implementar práticas inclusivas”, explica a coordenadora do Napne de Rio Largo, Laura Fernandes.
Laura chegou ao Campus em 2024 e começou a acompanhar o órgão informalmente, se integrando nas atividades do projeto mesmo sem fazer parte, movida pelo interesse nas pautas de inclusão. Até que finalmente recebeu o convite para coordenar o Napne em seu Campus. A unidade, junto com o Campus Santana do Ipanema, é um dos locais em que os alunos participantes do núcleo demonstraram protagonismo na aprovação do vestibular.
Coordenador substituto do Napne em Santana do Ipanema, Alex Gomes mencionou que apesar de não haver atividades específicas para o Enem, o projeto busca desenvolver os alunos em diversas áreas.
‘’Semanalmente estou procurando os professores, vendo onde os alunos estão com mais dificuldades e a partir daí tentamos desenvolver alternativas e ações no sentido de melhorar a vida desse desse estudante e fazer com que ele possa progredir, nas disciplinas e no curso como um todo’’, pontuou.
Futuros universitários
Do Campus Rio Largo, Davi Santiago, 18 anos, foi aprovado para o curso de Filosofia. Ele disse que através do programa pode entender quais eram seus hiperfocos e compreender que tinha a possibilidade de ter altas habilidades, além de desenvolver sua confiança para seguir com suas escolhas.
O seu colega de campus, Vitor Gabriel, 17 anos, vai ingressar no curso de Engenharia de Computação. O estudante lembra que em seu primeiro ano do Ifal, passou por uma análise comportamental feita pela psicopedagoga da unidade, que observou traços de timidez. A partir disso, foram iniciados encontros periódicos com sessões de tarefas cognitivas (raciocínio lógico, percepção espacial e outras atividades) e conversas sobre aspectos do seu cotidiano e como estudante, visando melhorar as relações interpessoais dentro e fora do campus, o que para Vitor, contribuiu para torná-lo uma pessoa mais comunicativa e sociável.
A estudante do Campus Santana, Evelyn Maria Araújo, 18 anos, tem deficiência visual. Ela está prestes a ingressar no curso de Psicologia e expressou como o Napne foi um divisor de águas em sua trajetória.
“Ele (Napne) foi implementado no final do meu primeiro ano do ensino médio, um período de grandes desafios para mim. Com o suporte do núcleo e o desenvolvimento dos professores, encontrei o apoio necessário para minha adaptação acadêmica e pessoal ao trabalho”, pontuou.
O trabalho desenvolveu na jovem algo a mais do que apenas suporte educacional, a ajudou a se tornar mais ativa na comunidade acadêmica, que conta com diversos eventos e projetos em sua trajetória no Ifal.
“Tive a oportunidade de participar de palestras e eventos importantes, como em São Miguel dos Campos, Palmeira dos Índios e um grande evento em São Paulo. Essas experiências foram transformadoras, me permitindo compartilhar minha trajetória e incentivar outras pessoas. Também integrei um projeto de ensino conduzido pelo professor Alex, de Matemática, onde pude desenvolver habilidades essenciais para meu futuro acadêmico e profissional. Graças a esse suporte, hoje os estudantes com deficiência no Ifal são mais reconhecidos como pessoas capazes e determinadas. A inclusão se tornou um tema mais valorizado na instituição, e fico feliz por ter contribuído para essa mudança”.
Completam a lista dos aprovados o discente do Campus Coruripe: Darwin Gabriel, em Ciência da Computação; Cauan e Larissa, de Marechal Deodoro, ingressaram no curso de Letras/Libras; Luan Everton, do Campus Palmeira dos Índios, foi aprovado em Administração; Alisson Victor de Oliveira, da unidade de Rio Largo, passou para Engenharia Civil e David Jonathan, Flávia da Silva e Ruan Henrique, todos do Campus São Miguel dos Campos, passaram para os cursos de Letras/Espanhol, Pedagogia e Engenharia da Computação, respectivamente.
*Sob a supervisão de Jhonathan Pino, jornalista