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Formação Pedagógica prepara profissionais do Campus Piranhas para atuação no ano letivo 2023

Nai Monteiro é mestranda do Programa de Pós-Graduação em Estudos da Linguagem da Universidade Federal Rural de Pernambuco (PROGEL/UFRPE) e veio de Recife para participar do evento
Docentes e equipe pedagógica do Campus Piranhas estiveram reunidos, de 15 a 17 de março, no Encontro Pedagógico 2023 para refletir sobre o chamado currículo oculto na educação profissional, isto é, o conjunto de experiências educativas vividas pelos estudantes não explicitado no currículo oficial.
Organizado pela Coordenação Pedagógica da unidade de ensino, o evento antecedeu o início das aulas do ano letivo 2023, ocorrido nesta segunda-feira (20), e teve como objetivo discutir vivências educativas no contexto escolar, além de possibilitar momentos de integração e planejamento.
"A gente sabe que a docência vai além do currículo formal. Então, neste ano, buscamos trazer situações vivenciadas no ano letivo passado, como bullying, preconceito. A ideia foi trabalhar a formação docente com temas que vão além do conteúdo e das didáticas de sala de aula, mas que são importantes para a formação humana que a gente busca dentro da instituição, como a discussão de gênero, sexualidade e identidade", detalhou a coordenadora pedagógica do campus, Renata Rocha.
Na programação do encontro, constaram diálogos sobre a atuação do Serviço Social e do Núcleo de Atendimento às Pessoas com Necessidades Educacionais Específicas (Napne) do campus, oficinas pedagógicas, reuniões de departamento e duas palestras. A primeira delas foi ministrada pela pedagoga do Ifal Maceió Wanessa Lopes, com o tema "Por que é tão importante pensar em Currículo na Educação Humana?".
Já a professora Nai Monteiro abordou "Gênero, sexualidade e docência: um diálogo interseccional". Nai é travesti e, em sua explanação, relatou vivências pessoais a partir das quais analisou, com embasamento teórico, questões como a construção social das masculinidades, homofobia e transfobia recreativa no ambiente escolar. "Homofobia recreativa é aquilo que é tão engraçado que a gente esquece que é violento. E é engraçado para quem? Para quem não vive aquela realidade", explicou a docente.
A palestrante evidenciou que usar uma identidade [de gênero] como chacota tem sido uma prática normalizada e isso não pode ser replicado em sala de aula. "Que a gente possa sair daqui questionando as nossas práticas, para que a escola não seja espaço reprodutor de violência", disse, destacando a necessidade de exercer o que ela chamou de "olhar de alteridade, de entender que o lugar do outro é um lugar válido".