Artesanato da Saudade: Projeto de extensão desvenda cemitérios de Maceió

A arquitetura e o design de mausoléus, os costumes e rituais de pessoas que expressam a saudade de seus entes queridos, o dia a dia de quem trabalha na preservação de memórias: estes e outros aspectos foram cuidadosamente observados e pesquisados durante meses por professores e estudantes do Ifal - Campus Maceió que fazem parte do Grupo Multidisciplinar de Estudos e Pesquisas em Educação – GEMPE. A partir da pesquisa, o grupo desenvolveu o projeto Etnoimagens do Cotidiano dos Cemitérios de Maceió: memória, estética e artesanato da saudade, que terá seus resultados exibidos em uma exposição fotográfica a partir desta segunda-feira (14), às 10 horas, no Arquivo Público de Alagoas, no bairro de Jaraguá.

A exposição fotográfica é parte das ações do projeto, e denominada de "Artesanato da Saudade" trará imagens coletadas de um banco com cerca de 500 fotografias registradas no cotidiano dos cemitérios maceioenses Nossa Senhora da Piedade e São José, os mais antigos da capital alagoana. A exposição no Arquivo Público será aberta com mesa redonda envolvendo os integrantes do projeto, e permanece em cartaz até o dia 18 de dezembro, aberta ao público das 8 às 14 horas.

O projeto envolveu pesquisadores das área de Turismo, Design , História, Geografia e Filosofia, sob coordenação da professora Adriana Paula Oliveira Santos. Para a coordenadora da ação, "Artesanato da Saudade" é um projeto que busca desmistificar a ideia do senso comum de que "cemitério é um lugar de mortos". "Os cemitérios são muito vivos, ativos, e procuramos viver o ambiente e extrair a percepção das pessoas que por algum motivo estão ali. Há um culto à memória do outro. Foi muito interessante observar como as pessoas expressam saudades nas lápides, nos túmulos, nos rituais. Há também uma riqueza de detalhes nas formas, cores e objetos encontrados nestes cemitérios, nas histórias que caíram no gosto popular e no design e arquitetura dos túmulos", resumiu a coordenadora do projeto.

Além das etnoimagens exibidas em exposição, o grupo preparou memorial com suas percepções sobre a experiência vivenciada e relatório com as descrições do que foi observado durante a execução do projeto.