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Conac: palestras do segundo dia enfocam ensino integrado, extensão e EaD

publicado: 19/08/2016 15h57, última modificação: 20/08/2016 14h53
Exibir carrossel de imagens destacou os desafios e ganhos da A diretora do Cefor, Vanessa Battestin Nunes, compartilhou a experiência da institucionalização da educação a distância no Ifes.

destacou os desafios e ganhos da A diretora do Cefor, Vanessa Battestin Nunes, compartilhou a experiência da institucionalização da educação a distância no Ifes.

Voltadas para os servidores, as palestras ministradas na quinta-feira (18), segundo dia de programação do I Congresso Acadêmico do Ifal (Conac), abordaram temas relacionados ao ensino e à extensão. Gestores dos institutos federais Farroupilha, de Santa Catarina (IFSC) e do Espírito Santo (Ifes) compartilharam as experiências das instituições às quais estão vinculados, expondo os desafios e resultados da adoção do currículo do curso técnico integrado em três anos, da curricularização da extensão e da institucionalização da educação a distância.

Atual pró-reitor de Ensino do IF Farroupilha, o professor Sidinei Cruz Sobrinho levou os participantes a refletirem sobre o caráter atual e revolucionário dos currículos adotados pelos institutos federais. Para tanto, fez um resgate histórico, contextualizando a organização do ensino, desde o século XIII. “Com a fragmentação do conhecimento verificada a partir do século XVIII, podemos dizerque o currículo do século XXI é, ainda, o mesmo daquela época”, concluiu.

Sobrinho se referiu à divisão do conhecimento em filosófico, científico e técnico. “O primeiro está relacionado à reflexão, contemplação, ou seja, ao saber; o segundo, ao saber fazer, isto é, à produção; já o terceiro, nada mais é que o fazer vinculado à ideia de reprodução”, explicou, acrescentando que essa separação leva a uma série de questões sobre a estrutura atual dos currículos, entre elas, a carga horária das disciplinas, a transversalidade de conteúdos e os métodos de avaliação.

Com todas as questões postas e amplamente discutidas no âmbito do IF Farroupilha, foi elaborada uma proposta de formação integral nos cursos que oferta, levando em conta a delimitação e a aproximação de componentes curriculares e ementas da área técnica e da formação básica, viabilizando a pluri e transdisciplinaridade.

“É imprescindível que o currículo, mesmo diante de aspectos que justifiquem a especificidades de qualquer natureza, esteja estruturado com base na garantia de conteúdos que configurem e integrem a dimensão científica e tecnológica, a dimensão cultural e a dimensão do trabalho”, destacou o palestrante. Para ele, essa integração resulta numa carga horária possível de ser trabalhada em três anos, com maior aproveitamento do conhecimento por parte do aluno.

Extensão – Ao abordar a curricularização da extensão, o professor André Dala Possa, responsável pela pasta no IFSC, esclareceu que, para o Instituto Federal de Santa Catarina, desde 2013, a extensão é entendida como um processo educativo, cultural, científico e tecnológico que promove a interação dialógica e transformadora entre o IFSC e a sociedade de forma indissociável ao ensino e à pesquisa. A interação dialógica é entendida aqui como um processo que substituir a ideia de assistencialismo pela de missão social da instituição.

Ao compartilhar a experiência do IFSC nessa área, citando alguns projetos que comprovam o impacto da extensão na formação do estudante e colaboram para a transformação social, o diretor ressaltou o que não pode ser considerado como curricularização: “não é tirar carga horária dos componentes técnicos ou da formação geral, não é ampliar a carga horária do curso, não é aumentar as atividades complementares e não é mascarar atividades de ensino ou de relações externas”.

Segundo André Possa, curricularizar significa qualificar o fazer extensionista do IF, tornar o currículo significativo e garantir que o estudante viva, pelo menos, 10% do curso para além dos conteúdos teóricos em contato permanente com a sociedade externa ao IF. Ainda de acordo com ele, representa também uma oportunidade para o corpo de servidores atualizar-se continuamente e para que se escreva uma nova fase na história da extensão e da educação nacional.

“O conhecimento teórico produzido no meio acadêmico se torna mais rico quando consegue ultrapassar os muros da instituição e agregar o que vem do outro lado. E é através da extensão que esse conhecimento ampliado é institucionamente reconhecido. Por isso, a importância de curricularizá-la. Trata-se de uma burocracia necessária, que gera dados para que os institutos federais pleiteiem mais recursos”, concluiu.

EaD – A última palestra do segundo dia de Conac destacou os desafios e ganhos da institucionalização da educação a distância (EaD), a partir da experiência do Instituto Federal do Espirito Santo, que em 2014 criou o Centro de Referência em Formação e Educação a Distância (Cefor), ampliando a atuação do antigo Centro de Educação a Distância (Cead), implantado em 2006.

“Além de fomentar e apoiar a EaD e o uso de tecnologias na educação no Ifes, passamos a trabalhar com a formação de professores e demais profissionais da educação, por meio do ensino, pesquisa e extensão”, informou a diretora do Cefor, Vanessa Battestin Nunes, ao destacar que a institucionalização e a recente mudança de sede do Cefor permitiram que a EaD adquirisse o status de campus.

O centro oferta seis opções de cursos técnicos (e-tec), quatro graduações por meio da Universidade Aberta do Brasil (UAB), seis pós-graduações (5 UAB e 1 sem fomento externo) e cursos de Formação Inicial e Continuada (FIC), sendo mais de 25 sem fomento externo. Ao todo, são 35 municípios atendidos no Espírito Santo, 27 polos de ensino superior e 14 polos de ensino técnico.

Ao abordar os desafios para institucionalização da EaD, a palestrante apontou como caminhos o apoio à implantação de novos cursos sem fomento, a reformulação das metodologias de EaD para cursos sem fomento, a ampliação do apoio aos campi em EaD, uso das TICs e utilização dos 20% a distância nos cursos presenciais, e o aumento da adesão dos campi em ser polo ou disponibilizar pessoal para tutoria.

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