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Produto do ProfEPT/Ifal, documentário resgata a memória dos campi centenários do Ifal
Os campi centenários de Maceió (114 anos) e Satuba (112 anos) do Instituto Federal de Alagoas (Ifal) são tema de um documentário elaborado como produto educacional do Programa de Mestrado em Educação Profissional e Tecnológica (ProfEPT/Ifal) que tem como instituição associada em Alagoas, o Campus Benedito Bentes. De autoria do servidor técnico administrativo e jornalista Gerônimo Vicente, a produção audiovisual tem o objetivo de estimular ações de preservação da memória institucional e despertar nos servidores, aposentados, egressos e estudantes da instituição federal de ensino, um sentimento de identidade e de pertencimento.
O trabalho foi defendido no final de julho deste ano, depois de dois anos de pesquisas e entrevistas orais com mais de 32 entrevistados entre, servidores, docentes, aposentados, ex-alunos e estudantes desses dois campi. A banca avaliadora foi formada pelo professor-doutor Nelson Vieira Meirelles ( orientador), pela professora-doutora Luciana Ulhôa do IFPE e pelo professor-doutor Fábio Castilho (ProfEPT/IFAL).
O autor da pesquisa explicou que o trabalho surgiu ao identificar as dificuldades dos campi Satuba e Maceió de organizarem seus espaços de memórias institucionais.”Convivi com esta realidade, quando a Reitoria do Ifal funcionava no Campus Maceió na primeira década dos anos 2000.Durante a mudança para o bairro Jatiúca, muitos álbuns fotográficos, atas e documentos históricos ficaram para trás, sujeitos ao desgaste do tempo. Por iniciativa própria, juntei-os e os armazenamos na Reitoria, onde estão guardados.. Foi então que deduzi que o Campus Satuba também poderia se encontrar essa realidade adversa”, declarou o pesquisador.
No início da pesquisa, algumas problematizações reforçaram a necessidade de a investigação sobre a memória institucional desses campi centenárias, entre os questionamentos apresentados estão: como e onde está armazenada a memória institucional dos campi Maceió e Satuba;há alguma política de educação patrimonial que preserve esse acervo?; como os egressos se identificam com a memória institucional desses campi?
Foi então que, depois de aprovada pela Plataforma Brasil, a pesquisa foi iniciada com a distribuição de questionários online de entrevistas orais com segmentos da comunidade dos dois campi. Foram ouvidos 63 entrevistados, sendo 43 deles por meio de questionários online digitais e 20 por intermédio de entrevistas orais. “Chegamos a entrevistar ex-alunos das décadas de 1950 e 1960 que lembraram momentos importantes dos campi Satuba e Maceió.Consultamos ainda autores de publicações sobre as duas instituições de ensino, como a professora aposentada Irene Bonan (Campus Maceió) e o professor Álvaro Queiroz, um dos autores do livro “Nos Trilhos da Memória” que aborda a história do Campus Satuba”, enfatizou Gerônimo Vicente.
A pesquisa confirmou a ausência da organização da memória institucional nos campi centenário do Ifal e, sobre este assunto, os gestores ouvidos alegaram uma série de dificuldades para cumprir o projeto de preservação institucional que vão desde a catalogação e extravio de documentos históricos até a falta de espaços necessários para armazenamento do acervo institucional.
Documentário
O produto educacional se constitui de um documentário de 35 minutos, no qual, temáticas são comentadas pelos entrevistados, a partir da história dos campi. O roteiro começa com a implantação do ensino técnico-profissional em Alagoas, remonta ainda, como se dava o processo pedagógico no início do século passado, marcado por didática repressiva devido a um projeto militarista dentro dessas escolas. Temas como homossexualidade, alimentação escolar, memórias trágicas, lembranças dos professores e a extensão da arte e da cultura às localidades próximas as duas escolares centenárias também compõem o vídeo educativo.
Na investigação, concluiu-se que entre as categorias de servidores, docentes e estudantes, há pouco conhecimento sobre a história dos campi Satuba e Maceió e, embora esses participantes visualizem como preservadas asestruturas físicas dos prédios escolares, a maioria considera não haver projetos de preservação institucional estimulados pelas gestões das duas unidades históricas.“A gente tem uma dificuldade muito grande de espaço físico aqui no campus. A escola está saturada, mas nós temos nas coordenações muito material”, informou o gestor do Campus Maceió, entrevistado à época.
Já a gestão do Campus Satuba justificou:“nós não temos um espaço, unicamente, pensado, dedicado, mantido e estudado para esta finalidade. Pode até ter alguns elementos que fazem parte de um acervo histórico, como por exemplo, a galeria no piso térreo com fotografia de diretores.[..] isto pode ser considerado um artefato de memória, mas você não pode dizer que aquilo conta de forma fiel a nossa história”, explicou.
Em suas considerações finais, o pesquisador identificou a necessidade de essas instituições centenárias do Ifal implantarem um acervo documental digitalizado contendo artefatos históricos, a implantação de museus escolares ou núcleos de memórias como já existentes em outros institutos e a inclusão da temática memória institucional no Plano de Desenvolvimento Institucional do Instituto Federal de Alagoas.
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Assista ao Produto Educacional