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Servidoras do Ifal organizam roda de conversa “O que é pobreza menstrual? E o que podemos fazer?”

Atividade terá transmissão on-line e contará com representantes de quatro campi

por Jhonathan Pino publicado: 10/11/2021 10h48, última modificação: 16/11/2021 14h47

Na próxima quarta-feira (17), representantes de diferentes categorias do Instituto Federal de Alagoas (Ifal) estarão reunidas com coordenadora geral do Centro de Defesa dos Direitos da Mulher (CDDM), Paula Lopes, com o intuito de debaterem a pobreza menstrual, a partir da perspectiva da dignidade humana e dos direitos humanos das mulheres. A roda de conversa “O que é pobreza menstrual? E o que podemos fazer?” terá transmissão on-line, por meio do Canal do Ifal no YouTube, a partir das 19h.

Acolhimento, cuidado com o corpo, bem como orientações quanto ao uso de absorvente e de higiene pessoal serão alguns dos temas da roda que servirá de passo inicial para ações do gênero no Ifal, com vistas a uma educação menstrual. Irão participar do evento a psicóloga do Campus Penedo, Barbara Tereza Brandão; a médica do Campus Marechal Deodoro, Camilla Gonçalves; a assistente social do Campus Satuba, Francine Lopes; a diretora em exercício de Política Estudantil, Karine Santos, além das servidoras Elizabete Patriota, do Campus Maceió, e Lídia Vasconcelos, de Marechal Deodoro, que organizaram a ação.

Elizabete e Lídia são vinculadas a um programa de pós-graduação stricto sensu na capital alagoana e pensaram na proposta como exigência de um componente curricular.A docente Lídias Vasconcelos e doutoranda do Programa de Pós-graduação em Sociedade Tecnologias e Políticas Públicas.jpg

"A ideia surgiu como resultado da disciplina, que é comum ao mestrado e doutorado da Unit [Universidade Tiradentes]. O nosso projeto intitulado "A Face Feminina da Pobreza" tem como proposta fazer uma roda de conversa com os colegas que atuam na Assistência Estudantil do Ifal para discutir a temática pobreza e dignidade menstrual, bem como institucionalizar a política de distribuição de absorvente íntimo como elemento constitutivo da política de assistência às alunas do Ifal, associado ao projeto da Diretoria de Políticas Estudantis / Pró-Reitoria de Ensino", resumiu Lídia Vasconcelos.

As duas organizadoras ressaltam que a questão está voltada ao direito à saúde, constitucionalmente assegurado aos brasileiros e brasileiras.

“A pobreza menstrual é caracterizada pela ausência de condições sanitárias básicas para a mulher enfrentar o período menstrual, sobretudo pela absoluta impossibilidade de adquirir o absorvente para usar e, desse modo, continuar a participar de todas as atividades cotidianas. Sem acesso ao absorvente, pessoas que menstruam, sem alternativa, fazem uso de meios que trazem danos à saúde, como usar papel inadequado, folhas de plantas, miolo de pão, dentre outros”, pontuaram as organizadoras.A pedagoga Elizabete Patriota é mestranda do programa.jpg

Elas lembram que o problema não é restrito às pessoas das classes mais baixas, mas atinge também aquelas que ignoram determinados aspectos voltados ao tema.

“Compreendendo que este é um grave problema que vitima pessoas que menstruam e avilta a sua dignidade e que deve ser dada a maior visibilidade possível para que alternativas sejam adotadas, com vistas à resolução dessa problemática pelo menos no âmbito do Ifal, constitui-se na motivação para esse trabalho. Fazer emergir a temática e propor alternativas de solução”, descrevem na proposta.

Além do debate, por meio das redes sociais e da página do Ifal, o Departamento de Comunicação e Eventos (DCE) inicia nesta mesma semana uma campanha para o fortalecimento da dignidade menstrual no Ifal.

Quebrar tabus e empoderar as meninas, mulheres e pessoas que menstruam é o caminho a ser trilhado para diminuir o preconceito que existe em torno da menstruação. Falar sobre ela já é um bom começo”, pontuou Elizabete.