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Rodas de conversa no II Conac aproximam extensionistas de diferentes campi do Ifal

publicado: 13/09/2017 14h21, última modificação: 18/09/2017 09h09
Exibir carrossel de imagens Novo formato de socialização das experiências visa ampliar a interação entre estudantes bolsistas.

Novo formato de socialização das experiências visa ampliar a interação entre estudantes bolsistas.

A programação da área de Extensão no primeiro dia do II Congresso Acadêmico do Instituto Federal de Alagoas (Conac) contou com a realização de rodas de conversa como uma nova forma de socializar as ações dos campi que ainda estão em desenvolvimento e serão concluídas no final deste ano. As 40 experiências compartilhadas pelos estudantes bolsistas, na tarde de 12 de setembro, estiveram agrupadas em cinco áreas temáticas: gênero e diversidade, horta, sustentabilidade e meio ambiente, inovação tecnológica e reforço escolar.

Quase metade dos projetos apresentados esteve relacionada à roda de conversa sobre ações de reforço escolar. O espaço permitiu que extensionistas de Arapiraca, Coruripe, Maceió, Maragogi, Murici, Palmeira dos Índios, Penedo e Piranhas dialogassem sobre o que vem dando certo e as dificuldades encontradas no trabalho voltado para estudantes de escolas de ensino fundamental da região onde os campi estão instalados. Tratou-se de iniciativas do Ifal que visam melhorar o ensino-aprendizagem em disciplinas como Língua Portuguesa (leitura e escrita), Matemática, Química e Física.

Com quantidades menores de projetos, a roda sobre gênero e diversidade reuniu não apenas estudantes com projetos na área, como participantes do Conac interessados na temática. Uma das experiências compartilhadas foi o projeto “Escola, espaço de tolerância”, desenvolvido pelas alunas do Ifal Maceió, Ingrid Leite e Beatriz Pires, na Escola Estadual Deputado Rubens Canuto, situada na capital alagoana.

Beatriz Pires e Ingrid Leite dialogaram sobre o projeto que desenvolvem em escola pública de Maceió sobre respeito e tolerância às diferenças.A ideia do projeto é levar para estudantes do ensino fundamental atividades que abordem a diversidade étnico-racial indígena e afro-brasileira, focando o olhar sobre a história e cultura desses dois grupos e, a partir daí, promover a prática do respeito e da tolerância ao diferente, entendido como sinônimo de desconhecido e não de anormal. “A hostilidade às religiões de matriz africana é uma das mais persistentes na sociedade. Combater os preconceitos na escola passa por apresentar a diversidade cultural dos grupos que ajudaram e ajudam a construir nosso país”, destacou estudante Ingrid.

Atualmente, a equipe se diz satisfeita com a receptividade do projeto na escola, tanto da parte da direção quanto dos estudantes que têm idades entre 15 e 20 anos. No entanto, o caminho para alcançar resultados considerados positivos não foi fácil. “Houve demora em conseguir uma escola que aceitasse o projeto, pois antes ele se chamava ‘Intolerância religiosa no espaço escolar’ e encontramos muita resistência. As escolas tinham receio em abrir o espaço para trabalharmos esse tema, alegando que éramos muito jovens para levantar questionamentos tão delicados”, relembrou Beatriz.

Saberes compartilhados – Na roda de conversa com o tema Horta, os cinco projetos apresentados evidenciaram quão rica pode ser a troca de conhecimentos entre quem detém o saber científico e quem possui o saber empírico. Aluno de Agroecologia do Campus Murici, Josias Ferreira levou a experiência sobre a implantação de hortas orgânicas no assentamento Dom Hélder, comunidade onde o estudante cresceu.

As mudas de hortaliças são produzidas no próprio assentamento, no viveiro construído a partir do projeto de extensão. “Essa produção no local evita gastos com transporte e acontece baseada no que as famílias alcançadas pelo projeto querem, pois não adianta impor o que elas não consomem ou que não consideram bom para comercialização”, explicou o estudante que vem trabalhando com seis famílias assentadas e, até o final do ano, espera conquistar a adesão de mais quatro.

Para o estudante Josias Ferreira, o principal legado do projeto que desenvolve em assentamento de Murici é a troca de saberes.Segundo Josias, além do benefício financeiro – economia de gastos com transporte para aquisição de mudas e possibilidade de venda da colheita excedente –, o projeto trabalha com a questão da saúde. “As famílias sabem de onde vêm os legumes, verduras e frutas que estão na sua mesa e consomem com segurança por se tratar de alimento saudável livre de agrotóxicos”, destacou, acrescentando que o adubo é feito a partir da compostagem de matéria orgânica gerada no próprio assentamento, a exemplo do esterco de galinha.

Para o extensionista, o principal legado do projeto é a troca de saberes. “São pessoas mais velhas com muito conhecimento prático. Eu cresci nessa realidade e hoje tenho a oportunidade de adquirir conhecimento científico e poder levá-lo para minha comunidade, mas não como alguém que sabe mais, pois eu também aprendo com eles. É uma troca constante entre teoria e prática”, concluiu o estudante.

Metodologia aprovada – As rodas de conversa seguirão até quinta-feira (14), sempre no turno da tarde, em salas do Bloco A e B do Campus Satuba, sede do Conac 2017. “A proposta desse formato de apresentação é socializar as ações com a comunidade acadêmica, fazendo com que os extensionistas realmente interajam e, juntos, consigam dialogar sobre as dificuldades, os desafios e os resultados que têm alcançado até agora com essas ações”, explicou Vanine Borges, coordenadora de projetos da Pró-Reitoria de Extensão (Proex).

Para a bolsista Ingrid Leite, o método adotado consegue, de fato, alcançar o objetivo da proposta. “Compartilhar nossa experiência por meio da roda de conversa foi muito mais produtivo, não se tornou algo mecânico ou formal demais, e isso fez com que a discussão de temas como o nosso, e todos os outros que são considerados delicados e pouco discutidos, fosse algo mais natural”, disse, referindo-se a projetos sobre tolerância religiosa, gênero, sexualidade, diversidade e violência. 

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