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Pesquisa de alunas do Ifal Batalha em comunidade quilombola obtém reconhecimento internacional

por Roberta Rocha publicado: 09/11/2017 20h13, última modificação: 09/11/2017 21h24
Professor Cosme Rogério, orientador do projeto, comemorou com as discentes a aprovação do trabalho em evento no exterior

Professor Cosme Rogério, orientador do projeto, comemorou com as discentes a aprovação do trabalho em evento no exterior

Do sertão alagoano para o continente europeu. É essa a rota que o estudo realizado pelas estudantes Anny Gabriely e Samara Conceição na comunidade quilombola Cajá dos Negros, em Batalha, vai percorrer para ganhar os holofotes no 2º Congresso Internacional Transições na Agricultura e na Sociedade Rural, de 20 a 23 de junho de 2018, em Santiago de Compostela, na Espanha. A notícia da aprovação do trabalho no evento internacional chegou no dia 3 de novembro e é mais um registro da projeção obtida por pesquisas realizadas no Campus Batalha do Instituto Federal de Alagoas - Ifal. 

Orientado pelo professor de Filosofia Cosme Rogério, o projeto em questão consistiu no desenvolvimento da etnografia da comunidade quilombola Cajá dos Negros, isto é, um estudo da cultura e do comportamento desse grupo social. Desde abril deste ano, as duas alunas do 1º ano de Agroindústria atuam no povoado, observando sua estrutura e funcionamento, bem como os hábitos dos moradores. "Foi interessante conhecer o modo de vida deles e ver como mantém as tradições, a exemplo das danças afros", apontou Samara. 

De acordo com Cosme Rogério, trata-se da primeira descrição cultural já feita dessa comunidade. "Realizar o trabalho etnográfico foi um grande desafio, porque essas populações já foram muito exploradas, então é comum haver uma certa resistência", explicou o professor, que conduz a iniciativa há mais de um ano, anteriormente com outros bolsistas.

Graças à abertura encontrada, a equipe do Ifal Batalha decidiu ir além da formatação de um artigo científico e retornou para os quilombolas os resultados das análises elaboradas por meio do processo investigativo. "Eles disseram que era a primeira vez que alguém ia lá, pesquisava e voltava para mostrar o que havia sido feito", contou Anny.

Agora as jovens pesquisadoras estão ansiosas para expor o trabalho mundo afora, naquela que será a primeira viagem internacional de ambas. Ainda não há uma definição sobre o custeio da ida do grupo à Espanha, mas a aprovação do trabalho já é motivo de sobra para comemorar, diz o professor Cosme.

"Somos um campus pequeno, mas aqui docentes e alunos são 'gulosos', são motivados, Os desafios nos instigam. Temos nos destacado nos eventos do próprio Instituto, como o Conac e o AVANT IF, onde fomos a maior delegação presente, e também nos eventos de abrangência nacional. Aliás, até nos internacionais", comemorou o pesquisador, referindo-se também à recente aprovação de outro trabalho desenvolvido no Ifal Batalha para ser apresentado no Uruguai.

Sobre o evento

O 2º Congresso Internacional Transições na Agricultura e na Sociedade Rural é uma realização da Sociedade de Estudos de História Agrária (SEHA) e da Rede de História Rural em Português (Rural RePort). A última edição do evento ocorreu em 2016, na cidade de Lisboa, em Portugal. Em 2018, o congresso terá como tema "Os desafios globais da história rural".