Cursos online e diálogo com agricultura familiar se destacam em 1º ano de gestão

Quando foi chamado pelo professor Carlos Guedes para assumir a gestão da Pró-Reitoria de Extensão (Proex), em junho de 2019, o professor Abel Coelho tinha a missão de dar continuidade às centenas de atividades extensionistas desenvolvidas pelo Instituto Federal de Alagoas (Ifal), ainda que os recursos estivessem em tendência de queda no país. Os editais daquele ano foram responsáveis pela execução de 210 projetos na área, envolvendo 256 servidores e 658 alunos, entre bolsistas e voluntários.

Juntos, eles chegaram a marca 22.500 pessoas atingidas em 44 municípios no estado alagoano, mas Abel lembra que para alcançar esses números, a Pró-reitoria se preocupou em estimular a criação de novas parcerias. “Em um único edital foram estabelecidas 235 delas, com pessoas jurídicas”, detalha.

Essa prática seria repetida em outros programas. A partir da aproximação com cooperativas e associações de agricultores familiares, por exemplo, foi possível a alunos dos campi Santana do Ipanema e Maragogi trocarem experiências e desenvolver tecnologias junto à comunidade local. O Programa de Agricultura Familiar reuniu por três ocasiões o Ifal com aquelas entidades.

“O intuito foi abrir canal de diálogo com representantes de cooperativas de pequenos agricultores de Alagoas. Além de representantes da Proex, estiveram presentes, na ocasião, membros da União Nacional das Cooperativas de Agricultura Familiar (Unicafes), de Alagoas, da Cooperativa dos Pequenos Agricultores Organizados (Coopeagro), da Associação dos Agricultores Familiares de Ibateguara (Assafi) e da Secretaria Municipal e Educação de Maceió (Semed)”, detalhou o gestor.

No âmbito nacional, também foram firmados outros 53 convênios e dois novos termos de cooperação. “A contribuição disso na formação de nossos alunos é o aprendizado prático dos conhecimentos adquiridos, no ensino e nas pesquisas (indissociáveis), além do exercício de compartilhar os conhecimentos com comunidades que os necessitem”, salientou Abel.

Os programas Minha Comunidade, Proifal e Propeq também trouxeram algumas novidades no último edital. Ele deu autonomia para que os coordenadores de projetos decidissem como gostariam de realocar os bolsistas, dando-lhes a possibilidade de redistribuir as tarefas e proporcionalmente os valores das bolsas, que originalmente são de R$ 400 por mês, para R$ 200, caso achassem conveniente e com isso houve o aumento do número de envolvidos em cada projeto.

Adaptações durante a pandemia

Mas com a suspensão das atividades acadêmicas pelo Ifal, no último 18 de março, a Proex teve que se adaptar à nova realidade. Uma das mudanças realizadas foi a substituição pontual do programa Artifal pelo Concurso de Mídias Digitais de Arte e Cultura, que teve o objetivo de difundir a produção artística da comunidade acadêmica do Ifal, durante o período de isolamento social.

“Foram submetidas mídias digitais nas categorias Imagem e Vídeo. Na categoria Imagem foram 17 inscritos, sendo 15 alunos e dois servidores com 45 imagens (14 selecionadas) e representação dos campi Arapiraca, Batalha, EAD, Maceió, Marechal, Penedo, Piranhas, Satuba e Viçosa. Na categoria Vídeo, foram 11 inscritos, sendo oito alunos e três servidores, com 13 vídeos (dez selecionados) e representação dos campi Batalha, Maceió e Penedo”, enumera o gestor.

Outras mudanças também ocorreram na oferta dos cursos de Formação Inicial e Continuada (FIC), que passaram a ser disponibilizados na modalidade a distância. Isso representou um aumento no número de vagas ofertadas.

Neste ano, o Ifal tornou público na página as 2.380 oportunidades, em 37 cursos FIC, em diversas áreas profissionais. A procura foi grande, mais de 39 mil inscritos participaram da seleção, realizada por sorteio.

Abel enfatiza que as ações remotas dos cursos FIC foram possíveis a partir de outra parceria, com o Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif) e a Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec), do Ministério de Educação, que forneceram a tecnologia utilizada na modalidade.

“Pretendemos investir recursos próprios nessa modalidade [EaD], para o futuro. Para nossa instituição, estes cursos representam uma oportunidade de colaboração com a sociedade neste momento tão complicado, oferecendo oportunidade de qualificação e capacitação”, reforça Abel.

O Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos foi outra representação do governo federal que iniciou novos projetos com o Ifal, no último ano. Juntos, os órgãos deram início ao desenvolvimento de uma ação pioneira, o Projeto Qualificar para Empreender, uma iniciativa que está qualificando 350 mulheres, preferencialmente marisqueiras, em situação de vulnerabilidade social.

Veja nosso vídeo com um resumo de como foi esse primeiro ano de gestão na Extensão.