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Campus Murici realiza aula inaugural de primeira turma de Alimentos, na modalidade EJA

Alunos fizeram visita às instalações e conversaram com gestores sobre oportunidade

por Jhonathan Pino publicado: 21/07/2022 11h22, última modificação: 21/07/2022 15h01
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  • "> Alunos são trabalhadores, donas de casa e pais que vão ter conciliar suas responsabilidades com o curso de Alimentos
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  • "> Depois de filhos sobrinhos, Maria Aparecida Silvino, Josete Maria da Silva, Josenilda Maria da Silva e Iracema Alves começam a estudar no Ifal.JPG
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  • "> Coordenadora da EJA, Fátima Amorim,  no Ifal pontuou da necessidade de fazer uma educação voltada à conciliação entre trabalho e escola.JPG
  • "> Eunice Palmeira relatou como a educação transformou a sua vida.JPG
  • "> O coordenador do curso, André Cordeiro, entregou os kits com material a ser utilizado pelos alunos.JPG
  • "> Professor Rodrigo Oliveira apresentou instalações a serem utilizadas pelos alunos, durante a sua formação.JPG
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  • "> Reitor Carlos Guedes apontou o papel de transformação da realidade que o Ifal tem diante da sociedade alagoana.JPG

O Campus Murici deu início nesta quarta-feira (20) às atividades da primeira turma do Curso Técnico Médio Integrado de Alimentos, ofertado por meio da modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA). Numa noite que reuniu professores e representantes da gestão do Instituto Federal de Alagoas (Ifal), os alunos puderam conhecer as instalações onde passarão seus próximos três anos de formação.

Enquanto aguardavam começar a aula inaugural, Maria Aparecida Silvino, Josete Maria da Silva, Josenilda Maria da Silva e Iracema Alves, todas da zona urbana de Murici, disseram que foram incentivadas por filhos e sobrinhos, que já haviam estudado no Ifal.Depois de filhos sobrinhos, Maria Aparecida Silvino, Josete Maria da Silva, Josenilda Maria da Silva e Iracema Alves começam a estudar no Ifal.JPG

“Eu já mexo com cozinha, passei um tempo vendendo lanches, já fiz um curso no Sebrae. Tudo que envolve essa questão de alimentos, eu me interesso. O meu sonho era estudar aqui, mas nunca tive a oportunidade, mas minha filha, graças a Deus, conseguiu entrar aqui e hoje, com 44 anos, estou aqui para realizar um sonho”, disse Josete, que ainda incentivou sua irmã, Josenilda, a fazer o curso e se transformar futuramente em sua sócia, na área de Alimentos.

Cristiano Lucas e Sandy Vieira voltaram aos estudos para aprimora produção e comércio de produtos agrícolas.JPGJá Cristiano Lucas e Sandy Vieira falaram o que esperavam com a sua entrada no curso técnico. Agricultores e moradores da zona rural de Murici, eles disseram que vão ter que dividir o tempo entre o trabalho e os estudos.

“Eu parei no primeiro grau os estudos, mas busco hoje uma melhora nas oportunidades de trabalho. Como agricultor, eu participo da produção e venda de diversas culturas, e apesar de todas as dificuldades do trabalho diário e da estrada ruim, vamos ter que fazer aquele esforço, correr atrás, em busca de melhoras”, disse Cristiano Lucas.

Professores do curso estiveram presente na aula inaugural.JPGEles estão entre os 40 alunos da primeira turma do curso de Alimentos, que na aula inaugural reuniu uma série de gestores do Ifal e do município de Murici, como a Secretária de Educação, Cássia Xavier, o diretor da unidade, Rodrigo Oliveira, e o reitor do Ifal, Carlos Guedes.

A representante do município apontou oportunidades que Murici tem com a chegada do Ifal à educação de Jovens e Adultos. “Aqui vocês vão conseguir integrar o ensino médio com um campo técnico, que é muito vasto. Por isso, digo a vocês que persistam. Quem vai ganhar com isso? Não só vocês, que ganham uma boa formação, mas o próprio município e os estabelecimentos de Murici, que irão contratar profissionais com conhecimento”, pontuou Cássia.

O reitor lembrou que participou da formação da primeira turma EJA ofertada no Campus Palmeira dos Índios e lá pôde acompanhar a transformação na vida de inúmeros alunos. Para o gestor, ao proporcionar essa modalidade, o Ifal busca modificar a realidade de um estado em que 20% da população ainda é analfabeta e possui um dos maiores índices de pobreza do país.Reitor Carlos Guedes apontou o papel de transformação da realidade que o Ifal tem diante da sociedade alagoana.JPG

“Um dos nossos alunos da EJA de Palmeira trabalhava numa padaria. Certa vez seu empregador pediu para que ele decidisse entre trabalhar e estudar. Ele decidiu estudar, largou o emprego, mas ao mesmo tempo tinha que conseguir recursos para pagar o consórcio de uma moto que havia comprado. Ele se formou e agora atua no município, como técnico em Eletrotécnica”, recordou o gestor.

Carlos Guedes também lembrou que a própria gestão do Ifal tem em sua equipe pessoas que tiveram suas vidas transformadas pela instituição, como é o caso de Eunice Palmeira, que estava na solenidade, como Pró-reitora de Pesquisa, Pós-graduação e Inovação (PRPPI) do Ifal.Eunice Palmeira relatou como a educação transformou a sua vida.JPG

“Eu sei que as possibilidades, a gente não consegue agarrar no momento que desejamos. Mas sempre temos que fazer uma escolha, tomar decisões. Eu tive que fazer essa escolha quando ainda era adolescente e hoje me coloco nessa situação privilegiada, porque tive a minha vida transformada pelo Ifal. Hoje vocês começam a ter uma nova oportunidade. Então, aproveitem: a cada momento que pensarem em desistir, imaginem a transformação que também terão nas suas vidas, por meio da educação”, pontuou Eunice.

A Pró-reitora de Extensão (Proex), Elisabete Duarte, pontuou que não são apenas os alunos que aprendem, mas eles também teriam conhecimento de vida a oferecer para a instituição.O coordenador do curso, André Cordeiro, entregou os kits com material a ser utilizado pelos alunos.JPG

“Foi na educação de jovens e adultos que eu aprendi a ser professora. Foi ali que pude colocar em prática o que tinha aprendido na faculdade, mas também aprendi muito com meus alunos e desde então venho lutando por essa modalidade. Esse curso foi pensado e repensado para os trabalhadores que querem estudar. Vocês já têm muitos conhecimentos e nós gostaríamos de agregar ainda mais. Trata-se de um conhecimento mútuo”, disse a gestora.

Novos cursos no Campus Murici

Ao lado dos gestores, o diretor de ensino da unidade, Hebert Nunes, lembrou que o curso de Alimentos foi planejado ao longo dos últimos dois anos. Ele ressaltou que a modalidade foi planejada para ter uma formação humana e que levasse em consideração as peculiaridades de pessoas que terão que dividir o tempo entre a sala de aula e o trabalho, mas que ao mesmo tempo, esses alunos terão acesso aos mesmos serviços que os discentes dos cursos diurnos.

“A gente fechou 40 matrículas de pessoas que têm responsabilidades diversas. A gente pensou em como manter essas 40 pessoas aqui, nos próximos três anos, de forma humana. Queremos não apenas que fiquem, mas que permaneçam com êxito e usufruam dos equipamentos do campus, como a biblioteca e os laboratórios aqui disponíveis para os cursos de Agroindústria e Agroecologia”, pontuou Herbert.Professor Rodrigo Oliveira apresentou instalações a serem utilizadas pelos alunos, durante a sua formação.JPG

O diretor do Campus Murici ressaltou que o curso integra uma série de ações que buscam viabilizar o funcionamento da unidade, em todo o seu potencial. “A gente vai estar aqui ao amanhecer até às 10h da noite, todos os dias, empenhados em transformar a realidade. É por isso que essa semana apresentamos o projeto de um novo curso de graduação. Mas, diante de uma realidade difícil, buscamos adequar e viabilizá-lo a partir da estrutura e do pessoal que já possuímos”, detalhou Rodrigo.

Representando o Grêmio Estudantil de Murici, Joaquim Neto pediu para que os alunos persistam na formação. “Tem uma coisa que eu quero falar para vocês. A educação vale a pena, por isso persistam. Como Paulo Freire fala, a educação não transforma o mundo, mas transforma as pessoas e elas sim vão transformar o mundo”.