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Neabi Ayó faz balanço do primeiro semestre de atuação e traça planos para 2020 no Campus Marechal

por Acássia Deliê publicado: 28/01/2020 16h54, última modificação: 31/01/2020 12h08
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Neabi Ayó incentiva valorização da história e da cultura negra no Brasil.

Seis meses de trabalho e muitas perspectivas para 2020. No Campus Marechal Deodoro, o Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas, o Neabi Ayó, inicia o ano fazendo um balanço das ações realizadas em 2019 e traçando planos para o segundo semestre de atuação. Inaugurado no dia 31 de julho do ano passado, o núcleo tem realizado ações inéditas para fortalecer o ensino sobre história e cultura afro-brasileira e indígenas entre estudantes dos cursos de nível médio/técnico.

Entre as principais ações de 2019, estiveram o 1º Colóquio Neabi Ayó, em julho, e a 2ª Semana da Consciência Negra, em dezembro. O colóquio teve como tema Ações Afirmativas e Juventudes e contou com a participação do professor Zezito Araújo, da Secretaria de Estado da Educação de Alagoas, e do professor Leandro Rosa, do Instituto do Negro de Alagoas (Ineg). Já a Semana teve desfile de moda, exposição de fotografias e filmes, batalha de rap e apresentações artísticas ligadas às temáticas negra e indígena, incluindo show com a cantora Mel Nascimento.

O núcleo também recebeu doações de livros para a biblioteca setorial, conseguiu uma sala equipada para trabalhos e criou um grupo de discussão sobre a mulher negra, o Filhas de Dandara. Para a coordenadora do Neabi Ayó, professora Ana Lady da Silva, os trabalhos realizados até agora foram muito importantes para começar a debater sistematicamente a história e a cultura negras na escola. "O Neabi é um espaço de fortalecimento das relações humanas dentro e fora da escola e nossas ações são extremamente importantes, principalmente nesse período de grande intolerância e massacre das populações jovens e negras no Brasil", avalia a professora.

Mas, ela ressalta, ainda há muito a se fazer ainda. "O Neabi foi uma conquista muito tardia no Ifal, pois outros campi de outros estados já estavam há anos trabalhando a temática. E também, devido às restrições financeiras do campus, ficamos sem o 1% da verba que deveria nos ser destinada. Mesmo assim, foi muito importante aprovar a institucionalização do núcleo, pois agora teremos mais apoio institucional para nos movermos e fazermos mais pela escola e pelos alunos", complementa Ana Lady.

Clique para ver as fotos da Consciência Negra.

Metas para 2020

Para 2020, as principais perspectivas do Neabi Ayó para o Campus Marechal Deodoro são reativar o grupo de maracatu Maracutaia D'Água; realizar mais eventos sobre identidade negra, com destaque para a transição capilar; adquirir mais livros e expandir as discussões sobre as relações étnico-raciais na escola. Para isso, o grupo pretende realizar uma formação com essa temática para os professores do núcleo e um levantamento sobre os alunos da escola, como se autodeclaram e se já sofreram algum tipo de racismo.

"Pudemos ver como os alunos se importam com a temática e se identificam com ela. Essa é a melhor resposta de que estamos no caminho certo" - profa. Ana Lady

"Ao logo desses meses, pudemos ver como os alunos se importam com a temática e se identificam com ela. Essa é a melhor resposta de que estamos no caminho certo", diz Ana Lady.

Ensaio Fotográfico

Dentro das ações da Consciência Negra em 2019, o Neabi Ayó realizou uma oficina de fotografia, em parceria com o professor Gregory Aguiar, do Campus Maceió. Gregory é professor do curso técnico de Estradas e do curso superior em Engenharia Civil e também coordenador do projeto de extensão FotoIfal, que oferece oficinas de fotografia básica voltadas para empoderamento social.

Com mais de 30 anos de experiência na área da fotografia, o professor já realizou oficinas e exposições voltadas para o empoderamento feminino e, no Campus Marechal Deodoro, se voltou para a temática negra. "O convite do Neabi Ayó foi maravilhoso, para desenvolver o olhar fotográfico entre estudantes negros e realizar um ensaio que valoriza a beleza negra", explicou Gregory.

A experiência empolgou a estudante Jéssica Pinheiro. "O curso ensinou a usar a câmera do celular, as configurações, e funções muito interessantes, que eu nem sabia que existiam. Também aprendi sobre composição de fotografia e vou usar muito, porque gosto de fotografar paisagens e pessoas", disse Jéssica.

Foto do ensaio fotográfico de empoderamento negro

O que é o Neabi?

Os Núcleos de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas foram institucionalizados no Ifal pela resolução 29/2018. O documento, publicado em dezembro do ano passado, determina a constituição de um Neabi em cada campus do Ifal, como um setor propositivo e consultivo que estimule e promova ações de Ensino, Pesquisa e Extensão, orientadas à temática das identidades e relações étnico-raciais, especialmente quanto às populações afro-brasileiras e indígenas, no âmbito da instituição e em suas relações com a comunidade externa.

O Neabi Ayó

Ayó significa alegria em iorubá, língua de origem nígero-congolesa. O nome foi escolhido em uma das primeiras reuniões do grupo no Campus Marechal Deodoro. "Nosso grupo é mais que luta, é mais que estudos, ele representa a alegria dos nossos povos originários", explica a coordenadora Ana Lady.

Também fazem parte do núcleo os professores Fabrício Tavares, Thiago Bianchetti, Paulo Aparecido Cavalcante, Tazio Zambi, a professora Elaine Rapôso, a assistente social Evelyn Cavalcante, o coordenador do Núcleo de Assistência a Pessoas com Necessidades Específicas do campus, Tomás Gustavo, e a coordenadora de Assistência Estudantil do campus, Deise Mendes, além de 19 estudantes.

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