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Novas profissionais são diplomadas pelo Mulheres Mil; entre elas, as da Turma da Diversidade

por Roberta Rocha publicado: 21/06/2017 15h16, última modificação: 21/06/2017 17h54

A tão esperada hora de receber o certificado do programa Mulheres Mil do Instituto Federal de Alagoas - Ifal chegou para mais de 120 alunas da unidade Benedito Bentes. A solenidade de conclusão dos cursos de agente de alimentação escolar, camareira, cuidadora de idosos, cuidadora infantil, cumim e pintora de obras imobiliárias ocorreu nessa terça-feira, 20, no ginásio do Colégio Fantástico, na capital alagoana, e foi a primeira formatura da pactuação 2017 do programa.

Entre as concluintes, estavam as participantes da chamada Turma da Diversidade, iniciativa pioneira do Mulheres Mil Ifal que integrou travestis e mulheres transexuais em um projeto piloto de capacitação voltado a acolher a população LGBT. Em virtude do ineditismo da proposta, a secretária de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação, Eline Nascimento, compareceu ao evento e manifestou apoio. "São histórias de luta que precisam ser valorizadas", defendeu.

A secretária discursou às formandas sobre a importância de não deixar-se abater pelos preconceitos, especialmente aquelas que trabalharão em áreas dominadas pela atuação masculina. "Além de aprender uma profissão, essa experiência [do Mulheres Mil] é importante para conquistar o amor próprio, a dignidade, a autoestima. Agora é preciso ir em frente".

Reitor Sérgio Teixeira destacou a ideia de formar a primeira turma para mulheres transPara o reitor Sérgio Teixeira, a formatura da primeira Turma da Diversidade pode ser considerado um momento épico. "O Ifal está fazendo história aqui. Em todo o Pronatec, onde milhões de pessoas de todo o Brasil já foram capacitadas, nunca houve uma turma que se dedicou ao acolhimento de pessoas trans", comemorou o dirigente, sob aplausos da plateia.

Diante de um ginásio lotado de familiares, docentes e outros convidados, os pronunciamentos das oradoras das turmas ressaltaram a importância do programa e a necessidade de sua continuidade. "Tenho certeza que cada uma de nós já não somos as mesmas depois do Mulheres Mil. Espero que muitas outras tenham essa oportunidade", declarou Simone Dias, nova profissional do ramo de agente de alimentação escolar. A futura camareira Kelane Oliveira deixou o registro de que "o programa precisa continuar para transformar mais e mais vidas".

Já Kátia Cristiane Silva, formanda do curso de cumim, afirmou que falar em Mulheres Mil é falar em superação, recomeço e sonhos. Ela não é a única a pensar assim. De acordo com a gestora institucional do programa, Luiza Jaborandy, a capacitação ofertada pode ser instrumento de mudança de vida e de combate à violência contra as mulheres. "É a possibilidade de mais autonomia, de maior conhecimento dos direitos. Sem contar que a convivência com as outras mulheres forma uma rede de fortalecimento", declarou.

A solenidade de certificação contou com a participação do Coral Mulheres Mil - Cantoras de Paripueira. Também compareceram os pró-reitores Carlos Guedes, Carlos Henrique Almeida e Wellignton Spencer, o patrono das turmas e vereador de Maceió, Silvânio Barbosa, o diretor-geral do Ifal Benedito Bentes, Alexandre Bonfim, a supervisora local do programa na unidade de ensino, Janine Cardeal, o coordenador de políticas para a diversidade sexual da Secretaria Municipal de Assistência Social, José Roberto Júnior, e o presidente do Conselho Municipal de Direitos e Cidadania LGBT de Maceió, Jadson Andrade.

Luiza Jaborandy recebe Prêmio Renata JunnorEsses dois últimos entregaram, na ocasião, o prêmio Renata Junnor à gestora institucional do Mulheres Mil Ifal. A honraria é concedida a entidades civis e personalidades envolvidas com a construção de políticas públicas de combate e enfrentamento à homofobia. "Incluir pessoas trans nesse programa foi um ato de ousadia, sensibilidade e humanização", concluiu Jadson Andrade.

Sobre o programa

O Mulheres Mil faz parte do Plano Brasil sem Miséria, do governo federal, e atua no âmbito da inclusão educacional e produtiva de mulheres em situação de vulnerabilidade social. Além do módulo profissional, o programa contempla práticas de elevação da autoestima feminina e abordagem de temas transversais como saúde e direitos da mulher, cidadania, inclusão digital, empreendedorismo, segurança alimentar e responsabilidade ambiental. 

Em Alagoas, 23 unidades de ensino em diversos municípios foram contempladas na última pactuação do programa. As formaturas estão previstas para o mês de junho e julho deste ano.