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História de vida, homenagens, música e poesias marcam a festa dos 106 do Campus Maceió

por Gerônimo Vicente publicado: 29/09/2015 16h10, última modificação: 01/10/2015 11h56
Exibir carrossel de imagens Geronimo Vicente Reitor e diretores de campi  cortam o bolo que simbolizou a comemoração dos 106 anos do Campus Maceió

Reitor e diretores de campi cortam o bolo que simbolizou a comemoração dos 106 anos do Campus Maceió

Abel do Divino Espírito Santo, 90 anos. Ex-aluno do Liceu de Artes e Ofício, segundo da série de oito nomes que foi dado ao Campus Maceió. Um senhor com uma vasta memória que foi capaz de contar, sem titubear, seus primeiros momentos de estudos na instituição federal de ensino que comemorou, na manhã desta terça-feira (29),  106 anos de atuação na educação profissional de Alagoas. A presença desse homem nonagenário representou um dos momentos mais importantes da celebração de mais um ano da unidade escolar centenária e pioneira no ensino profissionalizante.

A solenidade foi marcada ainda por apresentação de bandas fanfarras, por um corte símbolo de um bolo de 30 quilos distribuído com mais de 300 pessoas entre servidores e professores, concessão de comenda aos homenageados, música e poesias.

A comemoração teve início por volta das 9h15, com o desfile das bandas fanfarras do Campus Penedo com cerca de 40 participantes, entre músicos e bailarinas, e da Escola Estadual Aurelina Palmeira, do bairro do Vergel do Lago-Maceió, com cerca de 50 componentes. As bandeiras do Brasil, Alagoas e do Ifal foram hasteadas pelo reitor Sérgio Teixeira, pela diretora do Campus Maceió, Jeane Melo, e pelo presidente da Fapeal (Fundação de Amparo a Pesquisa de Alagoas), Fábio Guedes que representou o governador Renan Filho, na solenidade.

A diretora Jeane Melo destacou o papel histórico do Ifal no desenvolvimento do Estado e fez homenagens ao estudante Revís, eleito presidente do grêmio estudantil, ao ex-aluno do Liceu de Artes e Ofício, Abel do Espírito Santos, ao primeiro aluno do curso técnico de Eletrônica, Kennedy Luís, e ao deputado federal Ronaldo Lessa (PDT), ex-aluno da Escola Técnica Federal de Alagoas, e representado pelo sobrinho Ricardo Lessa.

O reitor Sérgio Teixeira enfatizou a importância de se lembrar, todos os anos, da data de aniversário de fundação da rede federal, especialmente o Campus Maceió. “Essa importância torna-se evidente quando nós nos deparamos com pessoas como o senhor Abel do Espírito Santo, ex-aluno do Liceu de Artes e Ofícios e que está aqui representando tantas gerações. Apesar da crise do país, não podemos deixar de lado essa data histórica”, enfatizou Teixeira.

Corte do Bolo

Quando a solenidade foi concluída na parte externa do Campus, mais de 300 alunos esperavam, ansiosos, para experimentar o bolo preparado para comemorar a data histórica. Os diretores Dácio Camerino (Maragogi), Jeane Melo (Maceió) e Ana Quitéria Menezes (Palmeira dos Índios) acompanharam o reitor durante o corte do bolo, sob o tradicional canto ‘parabéns pra você’.

Homenagens 

A parte final das comemorações ocorreu no auditório do curso de Informática. A apresentação musical do aposentado Benedito Lins atraiu a atenção dos presentes ao cantar uma versão, em português, da música my way, interpretada por Franklin Sinatra. Em seguida, o ator e poeta Chico de Assis interpretou o poema ‘Serra da Barriga’, de Jorge de Lima e interpretou Vinicius de Morais na música “Eu Sei que vou te Amar”.

Em seguida, a diretora-geral Jeane Melo apresentou a proposta de reedição do projeto ‘História do Meu Bairro’, versão impressa criada em 2000 pela então professora e hoje aposentada do Ifal, Irene Bonan, que contou história dos bairros do Centro, Jaraguá, Ponta Verde, Jatiúca e Pontal da Barra. A reedição levará os leitores a conhecer o bairro de Bebedouro.

Os momentos finais das comemorações foram reservados para a entrega da comenda Jacinto José Nunes Leite, um português considerado o fundador do bairro de Bebedouro. Foram agraciados com a comenda os servidores aposentados, Edilson Roque, Jefferson Conceição, Edenildo Santos, Edivaldo Silva, Antonio Fernando Avião, Dorgival Nunes e Bernardino Santos, os diretores-gerais Dácio Camerino (Maragogi), Carlson Lamenha (Penedo), Ana Quitéria e José Roberto Araújo (Coruripe), Alexandre Pontes (Rio Largo) a secretária estadual de Esporte e lazer, Cláudia Petuba, a servidora Rita Tenório (assistente social) e Fátima Viana (professora),

O reitor Sérgio Teixeira, o superintendente da SMTT, Tácio Melo, o presidente da Fapeal, Fábio Guedes, o governador Renan Filho e o deputado Ronaldo Lessa receberam a comenda Maestro Manuca, entregue pelo presidente da Associação Alagoana de Letras, José Bilú.

Da orfandade à Marinha

Não foi só o sorriso, o jeito irreverente e a lucidez, no alto de seus 90 anos, que despertou a atenção de todos os presentes para o senhor Abel do Divino Espírito Santo nas comemorações dos 106 anos do campus Maceió. Em uma rápida retrospectiva de vida, contada à nossa reportagem, Abel se lembrou dos primeiros momentos de vida, do internato no Liceu de Artes e Ofícios na década de 1930 na praça Sinimbu até ingressar na Marinha do Brasil.

“Perdi minha mãe aos seis meses. Meu pai, aos seis anos, aos sete meu avô. Fiquei órfão vim para Maceió morar na casa de uma prima, quando um tio me matriculou no Liceu de Artes e Ofícios que também servia como escola da Marinha. Esse espaço foi meu pai, minha mãe, meu avô. Tudo para mim. Só sai de lá para servir como soldado da Marinha, onde fiquei por 30 anos e lá ganhei várias medalhas e sai como suboficial. Também participei da 2ª Guerra Mundial em 1944 fazendo o patrulhamento do litoral brasileiro em navios”, contou Abel do Espírito Santo.

Apesar do longo tempo na Marinha do Brasil e de diversas condecorações, o ex-aluno reclama não ter sido beneficiado em uma progressão por merecimento que lhe transformaria em oficial, devido a uma mudança recente na legislação.